TVS Apache RTR 150 é indiana que chega às revendas Dafra neste mês

Da Infomoto

Em Hosur, na Índia*

Sul da Índia, manhã de sol e céu azul. O clima na pista de testes da TVS em Hosur é ideal para testar uma motocicleta. Confesso que estava ansioso para obter as primeiras impressões de pilotagem da Apache RTR 150, que começa a ser vendida este mês pelas concessionárias Dafra do Brasil por R$ 6.290. O modelo será montado em Manaus (AM) pela fábrica brasileira com peças produzidas na Índia, mas com cerca de 80 modificações em relação à Apache comercializada por aqui.

De longe, avisto cinco unidades perfiladas (duas amarelas, uma preta, uma vermelha e uma grafite), todas prontas para encarar o desafio. De perto, a street de 150 cm³ chama a atenção por seu porte, já que parece uma 250. Os representantes da TVS deixaram bem claro que as especificações da unidade testada na Índia era as mesmas do modelo que será vendido no Brasil. Na avaliação, a Apache 150 estava calçada com pneus Pirelli Sport Demon e rodava com gasolina brasileira. A preocupação dos indianos era reproduzir as mesmas condições de uso -- combustível, clima e piso -- encontradas no Brasil. Ao subir na moto, gratas surpresas: banco em dois níveis, painel digital completo e de fácil leitura e bocal do tanque de combustível tipo aeronáutico. Os semi-guidões e as pedaleiras são ajustáveis. A moto conta ainda com lanterna traseira em LEDs e sistema de amortecimento traseiro a gás, com reservatório externo.

  • Divulgação

    TVS Apache RTR 150, que será montada pela Dafra, tem conjunto equilibrado a R$ 6.290

APACHE TEM MOTOR DE 14 CV

A Apache 150 chega em uma versão exclusiva ao consumidor brasileiro, já que na Índia as opções oferecidas são de motores de 160 e 180 cm³. A escolha de um modelo de 147,5 cm³ tem dois motivos. O primeiro é uma capacidade cúbica conhecida do motociclista brasileiro. Segundo, com esta configuração, o propulsor atende às normas de emissão de poluentes do Promot 3, mesmo sendo alimentado por carburador.

Monocilíndrico, quatro tempos, duas válvulas, com comando simples no cabeçote (OHC), o propulsor da Apache 150 gera 14 cv a 8.000 rpm de potência máxima e 1,27 kgfm a 6.000 rpm de torque máximo. Só para comparar, a Honda CG 150, líder de mercado, tem motor que oferece 14,2 cv a 8.500 rpm de potência máxima e 1,32 kgfm a 6.500 rpm de torque, porém alimentado por injeção eletrônica de combustível.

Na prática, o motor oferece um funcionamento linear e tem melhor rendimento em médias alta rotações. Na reta da pista de testes da TVS, a moto superou os 100 km/h.

Segundo a Dafra, outra característica que o difere o motor da Apache da concorrência é o sistema de ignição IDI (Inductive Digital Ignition), que oferece uma duração de faísca seis vezes superior ao sistema CDI (Capacitive Discharge Ignition) e também facilita a partida a frio.
 

CICLÍSTICA EQUILIBRADA

Em função de sua proposta urbana, a Apache traz um conjunto ciclístico tradicional: quadro tubular em aço de berço duplo com garfo telescópico, na dianteira, e sistema bichoque, na traseira. Na frente, o tradicional garfo telescópico com 105 mm de curso. Na traseira, amortecedor a gás nitrogênio com reservatório externo, 50 mm de curso e múltiplos ajustes. Segundo a Dafra, além do reservatório, o sistema tem um batente para evitar o choque seco em condições extremas de uso.

Nas primeiras impressões na pista de testes, a ciclística mostrou-se bastante equilibrada, fazendo da Apache uma moto fácil de pilotar, como uma street tem de ser. O sistema de amortecimento se mostrou firme e absorveu com propriedade os obstáculos. O sistema de freios, apesar da simplicidade, se mostrou eficiente. Na dianteira, a Apache conta com disco simples de 270 mm de diâmetro (um dos maiores da categoria), e pinça de dois pistões. Na traseira, tambor com 130 mm de diâmetro. Para auxiliar no equilíbrio e ajudar a absorver os impactos contra o solo, a moto conta com rodas de liga leve pintadas de preto e com frisos vermelhos -- aro 17 polegadas na dianteira e aro 18 na traseira -– e calçadas com pneus Pirelli sem câmara.

Olhando a moto bem de perto, a Apache 150 conta com elementos que lhe conferem um ar mais esportivo. Todas as versões de cores ganharam uma faixa que começa no para-lama, passa pelo tanque e termina na rabeta. Lembra muito as pinturas dos clássicos carros esportivos norte-americanos. Outro detalhe de bom gosto é a pintura do propulsor, em cinza fosco. Outro fator que contribui para moto ficar mais encorpada é o tanque de combustível com capacidade para 16 litros, com desenho ergonômico, no qual o motociclista vai bem encaixado.

O painel digital é muito parecido com o utilizado na nova Yamaha Fazer 250. De fácil leitura conta com várias informações: hodômetro (parcial e total), relógio, indicador de combustível, indicador de carga de bateria, memória de velocidade máxima, sistema programável de alerta de manutenção, velocímetro digital, relógio e mostrador analógico de rotações.

“Completa, a Apache 150 vai brigar no nicho de mercado das motos street mais completas e, esperamos, terá uma boa aceitação do mercado consumidor, já que a moto foi configurada para atender o cada vez mais exigente motociclista brasileiro. Nossa expectativa é vender 18 mil unidades no primeiro ano da parceria com a TVS”, afirma Creso Franco, presidente da Dafra Motos.

A primeira impressão é que a indiana TVS e a brasileira Dafra empenharam-se em produzir uma moto bonita, confortável, confiável, com bom desempenho e preço competitivo. Com certeza, este novo modelo é um produto de qualidade superior se comparado a Dafra Speed 150, originária da China. (por Aldo Tizzani)

* Viagem a convite da Dafra Motos

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