BMW tenta aproveitar o bom momento e se apressa em trazer a F 800 R

Da Auto Press

A crise internacional atingiu em cheio as vendas de motocicletas no Brasil. Mas a BMW Motorrad, ­divisão de duas rodas da marca alemã, nem tomou conhecimento. Enquanto o mercado para modelos acima de 500 cc caiu 14,3%, as motos BMW dessa mesma faixa emplacaram um crescimento de 17,4%. Os executivos da marca não se preocupam muito nem em explicar o fenômeno, muito menos em esconder o sorriso escancarado. Estão mais empenhados em aproveitar o bom momento. E a chegada da F 800 R ao Brasil, apenas quatro meses depois de lançada de Europa, é uma prova material dessa postura.
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    Crise atingiu vendas no setor, mas BMW não quis nem saber e apressa passo com a F 800 R

A F 800 R é uma "naked" que, segundo a BMW, tem uma proposta urbana com toques de esportividade. Trata-se, na verdade, de uma versão "street" do modelo on/off-road F 800 GS, que foi lançada no final do ano passado e se tornou uma das principais responsáveis pelo crescimento da marca no Brasil. Entre janeiro e agosto desse ano, a linha F já vendeu 311 unidades, quase o dobro de todo ano passado.

A receita de engenharia da nova representante da linha F é a mesma da GS. O motor tem dois cilindros paralelos, com refrigeração líquida e é capaz de gerar 87 cv de potência a 8 mil giros e 8,8 kgfm de torque a 6 mil rpm. Por conta de um comando de válvulas mais "bravo", esses números ficaram ligeiramente mais altos que os da versão GS -- ­85 cv a 7.500 giros e 8,5 kgfm a 5.750 rpm.

"NAKED" COM ESPORTIVIDADE

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    F 800 R manteve chassi tipo dupla trave em alumínio fundido da GS; mesmo sem o sistema ABS, freios se mostram eficientes se acionados


A F 800 R manteve o chassi tipo dupla trave em alumínio fundido da GS. Ele funciona como se fosse uma viga que percorre o corpo da moto na diagonal e vai da balança da roda traseira até a mesa do guidão --­ o motor fica "pendurado". Esse desenho de chassi permite que o tanque de combustível seja instalado sob o banco, o que ajuda na centralização do peso da moto e libera a área à frente do piloto para um suporte de bagagem.

Mesmo usando chassi igual ao da GS, a arquitetura tem algumas diferenças. A versão R tem uma balança 5 cm maior, o que ampliou o entre-eixos na mesma medida. Essa mudança aumenta a estabilidade em retas, mas, sozinha, tornaria a moto lenta em curvas mais fechadas.

Para devolver agilidade, o cáster perdeu inclinação e o garfo dianteiro ficou mais perpendicular em relação ao solo. O câmbio é o mesmo da GS, de seis marchas, com transmissão final por corrente, mas as relações foram modificadas para favorecer a velocidade. Também nessa lógica, o curso da suspensão foi encurtado de 140 mm para 125 mm. O conjunto dianteiro dianteira é com garfos telescópicos tradicionais e a traseira, monoamortecida.

A F 800 R chega em duas versões: Standard e Top. A diferença entre as duas é que a Top traz a mais ABS com sensor de pressão, computador de bordo, manoplas aquecidas, spoiler e piscas com lente branca. Elas custam R$ 45.900 e R$ 51.900, respectivamente ­ preços bem mais baixos que as versões correspondentes da GS, que saem a R$ 51.900 e a R$ 57.900, valores mais de 10% superiores. Por isso, não chega a ser surpreendente se a versão R conseguir bater as quase 40 motos mensais que a GS vem emplacando neste ano. (por Eduardo Rocha)

PRIMEIRAS IMPRESSÕES
A F 800 R é, sem dúvidas, uma surpresa. Desde o primeiro instante em que se sobe na "naked", já é possível atestar a boa posição de condução. Os pulsos não ficam muito cansados e o guidão largo ajuda nos "zig-zags" das curvas da cidade. Mesmo com a maior velocidade, as investidas no acelerador são sempre respeitáveis. O que não soa bem de início é a quantidade de vibrações presentes no guidão e pedaleiras.

No conjunto, após rodar alguns quilômetros, chega-se à conclusão de que é uma motocicleta honesta, estável e que consegue superar boas expectativas. A suspensão se mostra eficiente tanto no asfalto, quanto em superfícies não tão lisas. A F 800 R tem excelentes freios. E mesmo sem o sistema ABS, que é opcional, se mostra eficiente. A naked da BMW serve tanto para aqueles que iniciam como motociclistas - e que necessitam de agilidade e facilidade de condução -, mas também para quem sabe como obter satisfação nas motociclistas mais experientes. (por Carlo Valente, do Infomotori.com/Itália)

FICHA TÉCNICA

BMW F 800 R
Motor: Gasolina, 798 cm³, dois cilindros paralelos, vertical (inclinação de 23,3 graus), com oito válvulas, comando duplo no cabeçote e refrigeração líquida. Injeção eletrônica sequencial de combustível e ignição eletrônica.
Transmissão: Câmbio sequencial de seis marchas à frente com transmissão final em corrente.
Potência: 87 cv a 6 mil rpm.
Torque: 8,8 kgfm a 8 mil rpm.
Diâmetro e curso: 82 mm x 75,6 mm. Taxa de compressão: 12,0:1.
Suspensão: Dianteira com garfos convencionais e traseira com duplo braço monoamortecido. Curso de 125 mm na frente e atrás.
Freios: Dianteiros duplos ventilados, pinça com quatro pistões. Traseiros ventilados com um pistão. ABS 8M, com ação individual nas rodas dianteira e traseira, com sensor de pressão.
Chassi: Tipo dupla trave em alumínio.
Dimensões: Motocicleta street com dois lugares. Comprimento de 2,15 metros, com 0,90 m de largura e 1,16 de altura. Entre-eixos de 1,52 m.
Peso: 177 kg a seco e 199 kg em ordem de marcha.
Tanque: 16 litros, inclusive 4 litros de reserva.

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