Benelli Café Racer 1130 é futurista três-cilindros inspirada nos anos 50
Da Infomoto*
Na década de 50 os cafés à beira da estrada eram ponto de encontro dos motociclistas ingleses. Ao som do recém-criado rock'n'roll, os jovens britânicos depositavam uma moeda na jukebox e faziam as famosas "record race" com suas motos -- rachas que duravam uma música. Nascia então o termo "café racer" para designar os motociclistas e suas motos equipadas com semiguidões e rabetas características.
Em pleno século 21, os motociclistas perderam sua imagem marginal e a jukebox evoluiu para os tocadores digitais. E as motos, já há algum tempo, tiveram sua potência e velocidade ultrapassando a barreira dos três dígitos. Mas inspirada naquela época romântica, a marca de origem italiana Benelli criou a Café Racer 1130, que chega agora ao Brasil.
Fundada na Itália, mas atualmente controlada pelo grupo chinês Qianjiang, a Benelli é representada no Brasil pelo Grupo Izzo. As motos ainda fabricadas em Pesaro, no país da bota, e têm como marca registrada o design inusitado e os motores de três cilindros em linha. Com a Café Racer não é diferente. Do conjunto óptico dianteiro à grande ponteira única de escape, o modelo surpreende por suas linhas ousadas e diferentes de tudo que já se viu. A inspiração café racer aparece nos dois semiguidões de alumínio, que têm os retrovisores montados na extremidade, e também no banco monoposto.
SCI-FI
Antes de acelerar a Café Racer 1130, vale analisar as linhas que parecem saídas de um filme de ficção científica. O conjunto óptico é dominado pelos faróis e traz uma pequena cobertura para desviar o vento frontal. Na lateral, destacam-se as aletas que trazem embutidos os piscas e dois ventiladores do sistema de refrigeração líquida. O quadro de aço em treliça envolve o motor. E a traseira dessa Benelli termina em duas luzes de freio, uma de cada lado da grande e única ponteira de escape.
Outra peça que chama a atenção é a mesa que sustenta os dois semiguidões. Para destacar a época de ouro do motociclismo britânico, a Café Racer está disponível apenas na cor dourada.
3 EM LINHA
Depois de admirar o desenho inusitado, é hora de acordar o motor de arquitetura também diferenciada. São três cilindros paralelos, como nas inglesas Triumph, com exatos 1.131 cm³ de capacidade, quatro válvulas por cilindro e duplo eixo de comando no cabeçote (DOHC) com refrigeração líquida.
Alimentado por injeção eletrônica com três corpos de acelerador de 53 mm de diâmetro, esse tricilíndrico oferece 137 cv de potência máxima a 9.500 rpm. Um ponto positivo do bloco é a entrega dessa potência toda de forma linear, sem sustos para o piloto. Mas o grande destaque mesmo é seu torque máximo de 11,2 kgfm a 7.750 rpm -- número bastante elevado e que garante um motor bastante esperto.
Na prática, não se precisa acionar muito o câmbio de seis marchas para ter grande parte da força do motor a sua disposição. Esse, aliás, é um dos grandes trunfos dos motores de três cilindros: equilíbrio entre o torque dos motores de dois cilindros e a potência dos quatro em linha.
A Benelli ainda oferece um botão que dosa a potência entregue pelo motor -- ideal para ser usado em dias chuvosos ou em pisos de pouca aderência. Mas em uma pista seca e livre para acelerar, nem é preciso pensar em diminuir a potência disponível para curtir essa italiana.
BOA DE CURVA
Na pista, a inspiração de motos de corrida da década de 50 sobre a da Café Racer 1130 fica ainda mais evidente. O banco é monoposto, não permitindo que se leve garupa, mas o espaço para o piloto é amplo e permite boa mobilidade. As pedaleiras recuadas contribuem para a posição de pilotagem bastante esportiva. A posição é correta para usar e abusar da ciclística dessa Benelli.
O teste em pista torna difícil avaliar o quesito conforto em longos trajetos ou para o uso urbano, mas o quadro em treliça e as suspensões bastante intuitivos transmitem ao piloto as reações da moto.
Na dianteira, o garfo telescópico invertido (upside-down) tem bengalas de 43 mm de diâmetro e curso de 120 mm. São totalmente ajustáveis e bastante firmes -- bem de acordo com a proposta esportiva do modelo. Na traseira, mais soluções inovadoras: além do quadro, a balança de aço é em treliça e conta com um único amortecedor também completamente ajustável. Na pista, o conjunto passa confiança ao piloto.
As rodas de liga-leve Brembo calçadas com pneus radiais Dunlop -- nas medidas 120/65-ZR17, na frente, e 190/50-ZR17, atrás -- também contribuem para fazer da Café Racer uma moto boa de curva. Dois discos de freio na frente, com 320 mm de diâmetro e mordidos por pinças de quatro pistões, permitem frenagens bruscas sem demonstrar fadiga -- e graças às mangueiras de freio em malha metálica, mais um dos muitos detalhes que demonstram o esmero da Benelli com suas motos. Na traseira, o convencional disco simples com pinça de dois pistões.
EXCLUSIVIDADE CUSTA CARO
Assim como o design, muitos itens nessa Benelli são bastante exclusivos. Caso das mangueiras de freio e rodas Brembo, sem falar no quadro em treliça desmontável. Mas como tudo na vida, isto tem um custo e a Café Racer 1130 cobra R$ 68.900 no Brasil -- o mais alto entre os cinco modelos da marca que serão vendidos aqui.
*por Arthur Caldeira
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Em pleno século 21, os motociclistas perderam sua imagem marginal e a jukebox evoluiu para os tocadores digitais. E as motos, já há algum tempo, tiveram sua potência e velocidade ultrapassando a barreira dos três dígitos. Mas inspirada naquela época romântica, a marca de origem italiana Benelli criou a Café Racer 1130, que chega agora ao Brasil.
Fundada na Itália, mas atualmente controlada pelo grupo chinês Qianjiang, a Benelli é representada no Brasil pelo Grupo Izzo. As motos ainda fabricadas em Pesaro, no país da bota, e têm como marca registrada o design inusitado e os motores de três cilindros em linha. Com a Café Racer não é diferente. Do conjunto óptico dianteiro à grande ponteira única de escape, o modelo surpreende por suas linhas ousadas e diferentes de tudo que já se viu. A inspiração café racer aparece nos dois semiguidões de alumínio, que têm os retrovisores montados na extremidade, e também no banco monoposto.
VANGUARDA OU RETRÔ? |
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Antes de acelerar a Café Racer 1130, vale analisar as linhas que parecem saídas de um filme de ficção científica. O conjunto óptico é dominado pelos faróis e traz uma pequena cobertura para desviar o vento frontal. Na lateral, destacam-se as aletas que trazem embutidos os piscas e dois ventiladores do sistema de refrigeração líquida. O quadro de aço em treliça envolve o motor. E a traseira dessa Benelli termina em duas luzes de freio, uma de cada lado da grande e única ponteira de escape.
Outra peça que chama a atenção é a mesa que sustenta os dois semiguidões. Para destacar a época de ouro do motociclismo britânico, a Café Racer está disponível apenas na cor dourada.
3 EM LINHA
Depois de admirar o desenho inusitado, é hora de acordar o motor de arquitetura também diferenciada. São três cilindros paralelos, como nas inglesas Triumph, com exatos 1.131 cm³ de capacidade, quatro válvulas por cilindro e duplo eixo de comando no cabeçote (DOHC) com refrigeração líquida.
Alimentado por injeção eletrônica com três corpos de acelerador de 53 mm de diâmetro, esse tricilíndrico oferece 137 cv de potência máxima a 9.500 rpm. Um ponto positivo do bloco é a entrega dessa potência toda de forma linear, sem sustos para o piloto. Mas o grande destaque mesmo é seu torque máximo de 11,2 kgfm a 7.750 rpm -- número bastante elevado e que garante um motor bastante esperto.
Na prática, não se precisa acionar muito o câmbio de seis marchas para ter grande parte da força do motor a sua disposição. Esse, aliás, é um dos grandes trunfos dos motores de três cilindros: equilíbrio entre o torque dos motores de dois cilindros e a potência dos quatro em linha.
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A Benelli ainda oferece um botão que dosa a potência entregue pelo motor -- ideal para ser usado em dias chuvosos ou em pisos de pouca aderência. Mas em uma pista seca e livre para acelerar, nem é preciso pensar em diminuir a potência disponível para curtir essa italiana.
FICHA TÉCNICA | |||||||||||||||
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Na pista, a inspiração de motos de corrida da década de 50 sobre a da Café Racer 1130 fica ainda mais evidente. O banco é monoposto, não permitindo que se leve garupa, mas o espaço para o piloto é amplo e permite boa mobilidade. As pedaleiras recuadas contribuem para a posição de pilotagem bastante esportiva. A posição é correta para usar e abusar da ciclística dessa Benelli.
O teste em pista torna difícil avaliar o quesito conforto em longos trajetos ou para o uso urbano, mas o quadro em treliça e as suspensões bastante intuitivos transmitem ao piloto as reações da moto.
Na dianteira, o garfo telescópico invertido (upside-down) tem bengalas de 43 mm de diâmetro e curso de 120 mm. São totalmente ajustáveis e bastante firmes -- bem de acordo com a proposta esportiva do modelo. Na traseira, mais soluções inovadoras: além do quadro, a balança de aço é em treliça e conta com um único amortecedor também completamente ajustável. Na pista, o conjunto passa confiança ao piloto.
As rodas de liga-leve Brembo calçadas com pneus radiais Dunlop -- nas medidas 120/65-ZR17, na frente, e 190/50-ZR17, atrás -- também contribuem para fazer da Café Racer uma moto boa de curva. Dois discos de freio na frente, com 320 mm de diâmetro e mordidos por pinças de quatro pistões, permitem frenagens bruscas sem demonstrar fadiga -- e graças às mangueiras de freio em malha metálica, mais um dos muitos detalhes que demonstram o esmero da Benelli com suas motos. Na traseira, o convencional disco simples com pinça de dois pistões.
EXCLUSIVIDADE CUSTA CARO
Assim como o design, muitos itens nessa Benelli são bastante exclusivos. Caso das mangueiras de freio e rodas Brembo, sem falar no quadro em treliça desmontável. Mas como tudo na vida, isto tem um custo e a Café Racer 1130 cobra R$ 68.900 no Brasil -- o mais alto entre os cinco modelos da marca que serão vendidos aqui.
*por Arthur Caldeira