Vendas de motos inicia 2009 em baixa

Da Infomoto

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Os números de emplacamentos divulgados esta semana pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos) revelam que, embora o mês de janeiro tenha registrado aumento de vendas no setor de automóveis (5,11% em relação a dezembro), o setor de duas rodas continua em queda. Nos primeiros 30 dias do ano, foram emplacadas 124 mil motocicletas, o que representa retração de 14,78% se comparado ao mesmo período do ano passado. O grande vilão da queda nas vendas é a dificuldade na obtenção de crédito.

Apesar da turbulência, a venda de motocicletas no último mês, fez deste janeiro o segundo melhor da história -- só perdendo para janeiro de 2008. "A retração do setor é motivada pela análise mais criteriosa das financeiras na aprovação das fichas cadastrais, o que tem limitado o volume de financiamentos e, consequentemente, as vendas", afirma Sérgio Reze, presidente da Fenabrave.

Segundo o representante dos distribuidores de veículos, o Brasil tem hoje uma economia estável. Além disso, não há bancos em dificuldades, muito menos a indústria automobilística com problemas, pedindo dinheiro ao governo. Na visão dele, há certa falta de comunicação. De um lado o consumidor quer comprar, porém o crédito está restrito. De outro, os bancos querem mais garantias. "Para termos um maior volume nas vendas do setor de duas rodas é preciso destravar o financiamento", concluiu Reze.

Na visão do empresário o problema não está na falta de procura, muito menos no preço da moto, mas sim na ampliação das linhas de crédito. "Precisamos criar um mecanismo que garanta o pagamento da dívida, por exemplo. Algo atrelado ao seguro desemprego ou outro tipo de seguro que esteja vinculado à aquisição da motocicleta".

MUDANÇA DE HÁBITO
Em função dos altos juros e também das regras restritivas de crédito, o mercado de duas rodas desacelerou. "Hoje, o consumidor está mais exigente. Ele visita a concessionária, vê a moto, pede uma simulação de financiamento, mas mesmo assim continua reticente", explica Antônio Carlos Canova, vendedor de uma concessionária Yamaha, em São Paulo (SP).

Para Canova, janeiro foi melhor que dezembro, mas ele concorda que está difícil conseguir financiamento. "Até setembro de 2008 vivemos em uma bolha de consumo. Todos podiam comprar uma motocicleta. De dez fichas enviadas para a financeira, nove eram aprovadas. Hoje as coisas mudaram, só duas recebem resposta positiva", explica. Ressalta ainda que aumentaram as vendas à vista.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, Antônio Carneiro Neto, vendedor de uma concessionária Honda acredita que não foi o perfil de consumidor que mudou, mas as regras, que ficaram mais rígidas. "Hoje, de dez fichas enviadas para análise, três, quatro são aprovadas", conta o vendedor da Comstar. Carneiro também afirma que muitos clientes da marca estão esperando a chegada dos novos modelos 2009.

DADOS DO SETOR
Em 2007 foram emplacadas 1.708.640 motos, ano passado 1.925.514 e para 2009 a projeção é de 1.958.248 novas motocicletas circulando por ruas, avenidas e estradas. Representando um crescimento tímido, de apenas 1,70%. Na visão de Sérgio Reze, se o mercado de duas rodas produzir os mesmos resultados de 2008, o "setor está no lucro".

No ranking das montadoras, a Honda reina absoluta. Só em janeiro a montadora vendeu 88.544 motos, o que representa 71,37% do mercado. Já a Yamaha tem 11,98% do mercado no primeiro mês do ano, com 14.863 unidades emplacadas. Em terceiro lugar vem a Suzuki com 6.664 motos vendidas (5,37%). No vácuo está a Dafra, com 5.776 motos comercializadas em janeiro (4,66%). Para fechar o ranking, a Sundown com 3,46% de participação no segmento e 4.291 motos vendidas.

Veja o relatório completo da Fenabrave para janeiro de 2009

O veículo mais vendido no país ainda é a Honda CG 150 Titan. No primeiro mês do ano foram emplacadas 31.726 unidades da popular da Honda. Para efeito de comparação, o VW Gol, carro mais vendido do Brasil, emplacou 17.876 no mesmo período. Na sequência, como motos mais vendidas, aparecem Honda CG 125 Fan (27.676) e Biz 125 (11.993); a Yamaha YBR Factor (9.191), a Honda CBX 250 Twister (4.355) e a NXR 150 Bros(6.487), além da Suzuki Yes 125 (4.129) e Honda Pop 100 (3.047).
(por Aldo Tizzani)

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