Produção de motos em 2009 deve cair 20% e voltar ao volume de 2007, prevê indústria

Da Infomoto

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A indústria brasileira de duas rodas fechará o ano com 2,115 milhões de unidades fabricadas, um crescimento de 22% quando comparado a 2007. Nunca se fabricou e vendeu tanta moto no Brasil e, apesar da crise global, o número representa um recorde histórico para o setor. Mas como será a vida do segmento em 2009? As previsões são bastante conservadoras, para dizer o mínimo. A Abraciclo, associação que representa os fabricantes de motos, projeta uma queda de 20% na produção em relação ao volume produzido em 2008. Segundo a associação, devem ser fabricadas 1,7 milhão de motos no próximo ano, praticamente o mesmo patamar de 2007.

"Os três primeiros meses do ano serão os mais críticos, já que atravessaremos um período de incertezas", prevê Paulo Takeuchi, presidente da Abraciclo. Mas o executivo acredita que o mercado de duas rodas irá superar a turbulência internacional. "Temos grande potencial, principalmente no que se refere à questão da mobilidade nos grandes centros, além da economia de tempo e dinheiro que a moto proporciona."

OBSTÁCULO INTERNO
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Para presidente da Abraciclo, procura continua aquecida, mas restrição de crédito impede que consumidor compre nova moto
Segundo dados fornecidos pela Abraciclo foram fabricados até novembro exatos 2.004.815 de veículos de duas rodas, volume 21,6% superior aos 1.649.123 que saíram das linhas de montagem durante o mesmo período do ano passado.

Os números apontam aumento de 6,2% na produção entre os meses de outubro e novembro de 2008. Mas foram negociadas no mercado interno, ou seja, em vendas diretas para as concessionárias, 108.681 motocicletas, 10,5% a menos do que em outubro. Já as vendas ao consumidor vêm caindo desde setembro.

Segundo previsões da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) serão emplacadas até o final do ano cerca de 1,950 milhão de motos. Detalhe: hoje, a frota nacional circulante é formada por mais de 12,6 milhões de motos.

MERCADO FUTURO
Depois desse período crítico de três meses, as montadoras já programam vários lançamentos, todos de acordo com a nova norma de emissão de poluentes (terceira fase do Promot). E como o Brasil só começa a "funcionar" mesmo depois do Carnaval, espera-se que até lá o problema da escassez de crédito também esteja resolvido. "Contamos ainda com os esforços dos fabricantes com as ações de vendas e de marketing mais arrojadas e criativas. Além do incentivo ao consórcio, modalidade que já está numa crescente", avalia Takeuchi.

Apesar da redução do IOF de 3,38% para 0,38%, os maiores problemas estão relacionadas ao valor da entrada (20%) e a aprovação do cadastro do consumidor. "A demanda continua aquecida, porém em função da restrição de crédito o consumidor esbarra na dificuldade para adquirir uma nova moto", explica o presidente da Abraciclo.

INVESTIMENTOS E NOVAS FÁBRICAS
Durante o biênio 2007/2008, o setor de duas rodas recebeu investimentos superiores a R$ 1,2 bilhão. Hoje, o segmento tem 19 fábricas produzindo ou com projetos aprovados pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). Assim, com novas marcas, investimentos devem ser feitos no setor, mesmo que em um ritmo mais lento.

O faturamento do setor de duas rodas é de R$ 9,9 bilhões e só perde para o de eletroeletrônicos, um dos mais tradicionais da antiga Zona Franca de Manaus. Para a produção das motocicletas, o pólo de duas rodas gera mais de 20 mil empregos diretos.
(por Aldo Tizzani)

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