Apesar da crise, setor de duas rodas fechará 2008 em alta
Da Infomoto
-
Divulgação
"Temos clientes querendo comprar veículos, mas faltam recursos que não estão sendo liberados pelos bancos. No setor de motos, por exemplo, onde a queda nas vendas superou 17% em outubro, o volume de cadastros de financiamento rejeitados pelos bancos tem sido expressivo, o que vem dificultando o desempenho deste segmento", afirmou Sérgio Reze, presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
Para Reze o setor de duas rodas tem uma alternativa para reagir -- o consórcio. O Sistema de Consórcio financiava o setor de motos antigamente. "É um ótimo instrumento num momento de falta de crédito", comentou o presidente da Fenabrave.
O entrave, porém, está no hábito do motociclista brasileiro, que não se acostumou com uma poupança programada e prefere sair da concessionária já pilotando sua moto, sem esperar o sorteio ou fazer um lance.
MARCAS LÍDERES
As duas marcas líderes do segmento de duas rodas -- Honda e Yamaha -- tiveram perdas significativas em suas vendas destinadas à rede de concessionárias. A Honda, por exemplo, vendeu 143.613 motos em janeiro, ao passo que em outubro viu 100.426 unidades serem comercializadas. Já o caso da Yamaha é mais preocupante: a montadora comercializou apenas 12.982 unidades em outubro, enquanto havia vendido 32.426 motos em setembro, seu melhor momento do ano.
Em ambos os casos é comum encontrar nas revendas motos ano/modelo 2008. Em função da queda nas vendas e dos altos estoques, as montadoras postergaram a apresentação de novos produtos. Prova disso é que modelos da Honda, como Twister e Tornado, que têm de mudar em função do Promot 3 ainda não foram lançados.
NA CONTRA-MÃO
Enquanto algumas marcas estão em compasso de espera, outras aproveitam a crise para ampliar sua participação no mercado. Um bom exemplo é a Traxx, marca internacional do China South Group, que oferece uma linha de financiamento, com redução da entrada (chegando até a isenção da entrada) e parcelamento fixo em até 48 parcelas. A operação inicia-se em dezembro e será feira em parceria com a BV Financeira.
Rogério Scialo, diretor Comercial e de Marketing da Moto Traxx da Amazônia, diz que a crise não vai passar a curto-prazo. Porém o mercado brasileiro é altamente competente e maduro para enfrentar este delicado momento. "Nós da Traxx, antecipamo-nos e apresentamos uma solução que pode ser bastante vantajosa aos consumidores", explica Scialo.
CUIDADOS A TOMAR
Além da facilidade de financiamento, a Traxx também apresenta outras novidades. Garantia de dois anos e o inédito seguro contra roubo, furto e colisão. Os benefícios serão oferecidos pela montadora em parceria com a seguradoras Liberty e Porto Seguro.
A Yamaha, em parceria com o banco de crédito Finasa, também não perdeu tempo. A marca dos três diapasões está oferecendo condições especiais para o financiamento dos modelos Neo AT115, YS 250 Fazer e YBR Factor 125 K (carro-chefe da marca, com preço a partir de R$ 5.600,00). A nova campanha de varejo, valida até 31 de dezembro, oferece facilidade na aprovação do crédito, entrada de 10% a 20%, que pode variar de acordo com a motocicleta, e prazos para financiamentos de até 48 meses. A Honda também reduziu os prazos de financiamento. Concede crédito para compra de uma moto nova com parcelas em no máximo 36 meses e com entrada de 20%.
Ao adquirir uma motocicleta financiada, o consumidor deve estar muito atento com a taxa de juro (mais de 3% ao mês) embutido na parcela. Em alguns casos, o consumidor que contraiu um financiamento em 24 meses chega a pagar o valor equivalente a duas motos.
(por Aldo Tizzani)