De uso misto, chinesa Traxx Fly 125 tem freio a disco traseiro e preço como atrativos
Da Infomoto
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Caio Mattos/Infomoto
Com estilo próprio, a Traxx Fly lembra uma moto dos anos 70, com farol quadrado, pára-barro de borracha na parte inferior do pára-lama dianteiro, além de um pequeno bagageiro sobre a rabeta. E o modelo testado estava pintado de azul "Yamaha".
VÔO URBANO DA TRAXX |
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O motor da Fly gera 12,5 cv de potência máxima a 8.500 rpm e 0,8 kgfm a 8.000 rpm de torque máximo. Na prática, essa on/off-road apresenta uma reação mais lenta que a maioria das 125/150 cc. Mas mantendo o giro alto, a moto da Traxx roda bem no trânsito. Porém, com o "cabo enrolado" a vibração do propulsor chega a irritar o piloto.
Os pneus da Fly parecem não gostar de ondulações, muito menos de emendas de asfalto. Também de origem chinesa, mas de nome impronunciável, não oferecem boa estabilidade ao passarem por irregularidades gerando chacoalhões indesejáveis na moto. O complicador é que pneus de moto são parte integrante do conjunto de suspensão -- calçada com bons pneus, a moto seria mais estável, absorveria melhor os impactos com o solo e transmitiria menos vibração ao piloto. Segundo a assessoria de imprensa da Traxx, a versão 2009 da motocicleta será montada com compostos nacionais (Rinaldi).
FICHA TÉCNICA | ||||||||||||||||||
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Olhando mais atentamente, a moto oferece outro diferencial em relação às motos trail de 125cc: o freio a disco também na roda traseira. O modelo da Traxx tem o flexível do freio traseiro montado na parte superior da balança, evitando pedradas e, conseqüentemente, avarias no sistema.
A Fly é alta, fina e roda com desenvoltura pelo trânsito carregado dos grandes centros. Isso se deve também ao guidão alto, que não esbarra na maioria dos espelhos retrovisores dos carros. Sua posição de pilotagem lembra a da Honda XR 250 Tornado, bem ereta e braços abertos, mas o banco estreito cansa o piloto após algumas horas.
O conjunto de suspensão -- telescópica de 160 mm de curso, na dianteira, e monoamortecida de 213 mm de curso, na traseira -- absorve as imperfeições do asfalto. Por conta do comportamento "mole" no momento da compressão e retorno das suspensões, a Fly não é indicada para uso extremo no off-road ou para rodar com garupa. A traseira chega ao fim de curso com facilidade e o garupa tem pouco espaço para se acomodar.
Um detalhe curioso nessa moto é que para ligar o motor -- por partida elétrica ou pedal -- a embreagem precisa ser acionada, mas o descanso lateral deve estar recolhido. Esse fato deve incomodar um pouco o motociclista que tem o costume de ligar a moto pela manhã e deixá-la esquentando antes de sair. E para os mais desatentos, a Fly tem aviso sonoro das setas ligadas. Barulhento, o sistema é muito útil para os "marinheiros de primeira viagem" .
Além disso, a moto com tecnologia chinesa pode ser uma boa opção por não ser um modelo visado pelos "amigos do alheio".
(por Bruno Parisi)