Nova Honda Fireblade busca inspiração nas pistas para ficar mais "na mão"

Da Infomoto

Rodamos na pista com a nova Honda CBR 1000RR. Completamente reformulada, a Fireblade 2008 que desembarca agora no Brasil está mais leve e afiada. Com quadro totalmente novo, motor maior e mais potente, e dois quilos mais "magra", a quinta geração da superesportiva traz tecnologia de ponta -- como amortecedor eletrônico de direção, embreagem deslizante e novas suspensões -- e ficou mais "na mão", uma moto de 1.000 cc fácil de pilotar.

Fotos: Caio Mattos / Infomoto

Compacta e leve, a Fireblade 2008 é inspirada na RC 212V, que corre o mundial de MotoGP


As mudanças na nova CBR 1000RR foram radicais. A começar pelo design, principal motivo de compra apontado em pesquisa feita pela Honda com 330 consumidores de motocicletas da categoria superesportiva. Lançada na Europa no final de 2007, ganhou linhas mais arredondadas -- os ângulos retos foram abandonados de vez -- e minimalistas, seguindo uma tendência de design na linha de esportivas da marca japonesa. A carenagem frontal, mais compacta, está mais curta e, segundo os engenheiros da Honda, com melhor penetração aerodinâmica. Os espelhos retrovisores trazem agora lanternas e piscas, enquanto a rabeta foi reduzida ao essencial. Tudo isso tira peso das extremidades e contribui para a centralização das massas.

Nisso também ajudou o novo sistema de escapamento. Bastante curto e posicionado na lateral direita da CBR 1000, o escapamento traz um moderno sistema para melhorar o torque em baixas rotações. Dessa forma, apesar de girar mais, a nova Fireblade não perdeu o motor sempre cheio, qualidade já presente na versão anterior.

MOTOR CRESCIDINHO
Com pistões de maior diâmetro (de 75 para 76 mm), porém de menor curso, o motor de quatro cilindros em linha, DOHC, 16 válvulas, cresceu um pouco e agora tem 999,8 cm³ de capacidade contra os 998 cm³ do modelo 2007. Mais leve, gera 178,1 cv de potência máxima a 12.000 rpm -- cerca de sete cavalos a mais que o anterior.

A potência extra vem de diversas alterações, como entradas de ar mais eficientes, radiador com duas ventoinhas e o que de melhor há em termos de injeção eletrônica de combustível -- dois bicos injetores por cilindro. O torque sofreu pequena redução. Passou dos 11,7 kgfm para 11,4 kgfm nos mesmos 8.500 giros.

CICLÍSTICA AFIADA
Na pista particular, onde a nova CBR 1000RR foi apresentada à imprensa, pudemos comparar o desempenho com o antigo modelo e afirmar: a principal melhoria na Fireblade 2008 foi em sua ciclística.

FICHA TÉCNICA
Caio Mattos / Infomoto
- Motor: DOHC (Double Over Head Camshaft), quatro tempos, quatro cilindros em linha, 16 válvulas e arrefecimento a líquido; 999,8 cm3 de capacidade; injeção eletrônica de combustível PGM-DSFI (Programmed Dual Sequential Fuel Injection); partida elétrica.
- Potência: 178,1 cv a 12.000 rpm.
- Torque: 11,4 kgfm a 8.500 rpm.
- Diâmetro e Curso: 76,0 x 55,1 mm; taxa de Compressão 12,3 : 1.
- Transmissão câmbio de seis velocidade; corrente com anéis de vedação.
- Quadro: dupla trave superior do tipo diamante em alumínio.
- Suspensão:
Dianteira: upside-down, 120 mm de diâmetro e 110 mm de curso.
Traseira: balança traseira monoamortecida, 138 mm de curso e 10 regulagens de pré-carga da mola.
- Freio:
Dianteiro: disco duplo com acionamento hidráulico de quatro pistões na dianteira, cáliper de fixação radial de 320 mm.
Traseiro: disco com acionamento por pistão simples, com 220 mm de diâmetro.
- Pneus: 120/70 - ZR17 M/C ⏆W] (dianteiro) e 190/50 - ZR17 M/C ⏕W] (traseiro).
- Dimensões: 2,08 m de comprimento, 1,13 m de altura, 0,685 m de largura e 1,41 m de entre-eixos; 0,82 m de altura do assento.
- Tanque:17,7 litros.
- Peso: 177 Kg (a seco).
- Cores: preta, vermelha e branca perolizada.
- Preço: US$ 31.980 (cerca de R$ 52 mil, para São Paulo sem óleo, frete e seguro).
Honda CBR 1000RR Fireblade 2008
O quadro de alumínio é formado agora por apenas quatro peças, contra as nove da versão anterior. De dupla trave superior do tipo diamante -- com o motor fazendo parte da estrutura -- está mais estreito e leve. No total o conjunto emagreceu dois quilos: 177 kg a seco. A balança traseira também é nova e a distância entre-eixos, maior (1.410 mm), para manter a roda no chão nas acelerações e saídas de curvas.

A suspensão dianteira invertida (upside-down) também mudou, mas continuou totalmente ajustável (pré-carga da mola, velocidade da compressão e do retorno). Na traseira, o sistema Unit Pro-Link com o amortecedor com reservatório de gás (totalmente regulável) ancorado na própria balança evita que as oscilações sejam transferidas ao chassi. A segunda geração do amortecedor de direção eletrônico (Honda Electronic Steering Dumper) agora é fixado à mesa de direção. Todas as mudanças contribuíram para que a Fireblade esteja mais precisa para entrar nas curvas. Basta mirar a frente e deitar para contornar curvas com facilidade.

O que também ajuda, e muito, nessa tarefa é a nova embreagem deslizante, de acionamento mecânico, mas bastante suave, com sistema que permite aos discos "patinarem" um pouco nas reduções de marcha, evitando assim que o torque da roda traseira desestabilize o conjunto. Ao frear com vontade e reduzir as marchas para entrar na curva, a nova CBR 1000RR mantém sua trajetória, facilitando a vida do piloto e transmitindo muita segurança. Exageradamente podemos dizer que a nova 1.000RR é quase uma 600 cc, tamanha sua agilidade e porte compacto.

COMPETITIVIDADE NO PREÇO
Com todas as melhorias a nova Honda CBR 1000RR, fabricada no Japão, tem tudo para manter a trajetória de sucesso da família Fireblade, iniciada há 16 anos. Uma das superesportivas mais vendidas no mercado brasileiro, a CBR 1000RR foi líder de vendas na categoria em 2007, com 1.302 unidades emplacadas.

Com a chegada do novo modelo, que estará disponível nas cores branca, preta e vermelha a partir de agosto, a Honda espera vender 1.537 unidades até o final do ano. Se depender das melhorias feitas na CBR 1000RR 2008 o sucesso está garantido. O preço sugerido de US$ 31.980 -- cerca de R$ 52.000 (com base no Estado de São Paulo, sem despesas com óleo, frete e seguro inclusas) -- também deve ajudar. Afinal, é o mais baixo entre as superesportivas japonesas de 1.000 cc.
(por Arthur Caldeira)

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