Sucesso europeu, Yamaha Fazer FZ6-N segue tímida por aqui
Da Infomoto
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Caio Mattos/Infomoto
Apresentada sem muito alarde no Brasil, a Yamaha FZ6-N é sucesso de vendas na Europa. Por aqui, onde ela manteve o nome Fazer (que na Europa agora designa outra linha), os números ainda são tímidos. Entre janeiro e a primeira quinzena de maio deste ano, apenas 289 unidades foram emplacadas. Uma das razões é seu preço, de R$ 35 mil, alto em comparação à forte concorrência encabeçada pela nova Honda CB 600F Hornet (preço sugerido de R$ 30.837 na versão standard) e também pela Suzuki Bandit GSF 650N (R$ 31.151).
CORAÇÃO ESPORTIVO
O principal ingrediente para a receita de sucesso dessas nakeds é o motor. No modelo Yamaha não é diferente. Seu propulsor de quatro cilindros em linha é derivado do motor da superesportiva YZF R6. Tem 600 cm³ de capacidade, comando duplo no cabeçote (DOHC) e refrigeração líquida. Alimentado por injeção eletrônica, desenvolve 98 cv de potência máxima a 12.000 rpm e torque de 6,44 kgfm a 10.000 rpm. Apesar da estreita faixa útil, o motor demonstra vigor desde as baixas rotações.
Justamente nesse caráter esportivo, mas versátil, reside uma das qualidades dessa Yamaha. Basta mover o acelerador para os giros crescerem rapidamente e a velocidade aumentar no painel digital de design ousado. À esquerda, ele traz uma tela de cristal líquido com instrumentos como velocímetro, hodômetro total e dois parciais, nível de combustível, relógio e temperatura. Um mostrador analógico informa as rotações do motor. Completam o cockpit diversas luzes de advertência, luzes indicadoras de combustível reserva, status do motor, ponto morto (neutro), luz alta e a ativação do sistema de imobilização.
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Arrematam o desenho arrojado da FZ6-N, o farol multi facetado e as duas ponteiras de escape que saem por baixo da rabeta. Outra peça de destaque nessa Yamaha é o belo quadro de alumínio. Moldado por um processo que dispensa soldas e elimina 30% do ar encontrado na liga de alumínio, faz com que o quadro seja mais rígido e leve, se comparado ao processo tradicional de produção.
CICLÍSTICA E ERGONOMIA
Com motor fixado ao quadro, outra qualidade desta FZ6-N é a boa distribuição de massas -- o que faz dela uma moto fácil de pilotar (assim como suas concorrentes, vale citar). No quesito suspensão, a FZ6-N tem o tradicional garfo telescópico na dianteira e uma balança monoamortecida na traseira. Ambas com 130 mm de curso, uma característica da linha Fazer. Na prática, o conjunto de suspensões oferece a medida certa entre conforto e esportividade. Nada muito radical, mas também não se trata de um acerto "mole" demais.
As rodas de liga leve são calçadas com pneus sem câmara 120/70 R17 na dianteira e 180/55 R17 na traseira. Para frear com eficiência, a FZ6-N conta com dois discos ventilados de 298 mm de diâmetro na frente, equipados com pinças monobloco de dois pistões. Mais compacta, leve e rígida, a pinça monobloco torna a frenagem mais progressiva, além de diminuir a fadiga dos freios. Atrás, disco simples de 245 mm e pinça de um pistão.
Com motor esportivo e ciclística equilibrada, a FZ6-N traz ainda uma posição de pilotagem bastante confortável, tanto para uso urbano quanto para viagens. Só chega a incomodar, nessa versão naked, o vento em velocidade superior a 140 km/h, mas isso acontece em todas as nakeds da mesma categoria. Com as mesmas características e os mesmos ingredientes, a Yamaha FZ6-N segue a receita de sucesso que tem encantado motociclistas há décadas. (por Arthur Caldeira)