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Xixi na piscina: posso pegar doenças? Beber água ao mergulhar faz mal?

Mais Sem Frescura
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Gabriela Ingrid

Do VivaBem, em São Paulo

01/02/2021 04h00

Tem coisa melhor do que relaxar em uma piscina para se refrescar em um dia quente de verão? O problema aqui é que, a não ser que você seja uma pessoa de extrema sorte e tenha uma piscina em sua casa, é bem provável que tenha que dividir o espaço com outras pessoas.

E se tem uma coisa que a gente não controla são os hábitos de higiene dos outros. Fora que nunca se sabe se os filhos do seu vizinho de prédio fizeram xixi na água ou, ainda, algum animal, como cães, gatos ou ratos, usou o espaço para se aliviar quando não havia ninguém por perto.

A boa notícia aqui é que dificilmente você ficará doente caso entre numa piscina com xixi ou algum tipo de excremento. Há, porém, uma condição básica para que isso seja, de fato, verdade: o espaço precisa ser tratado adequadamente.

Geralmente, piscinas são tratadas utilizando produtos à base de cloro, substância que tem ação bactericida e, por si só, já é capaz de eliminar possíveis ameaças à nossa saúde.

Além disso, a não ser que a pessoa que fez xixi na piscina esteja com infecção urinária ou doenças virais, a urina humana não costuma conter micro-organismos, o que, por si só, já faz com que ela não seja uma ameaça à saúde.

Outra possibilidade diz respeito à concentração de xixi na água. Uma situação hipotética onde há muitas pessoas fazendo xixi dentro de uma piscina pode aumentar a concentração de ureia no local e aumentar o risco de dermatites. É algo que poderia acontecer, por exemplo, em piscinas pequenas com muitas crianças juntas.

No caso dos animais, porém, é diferente, especialmente quando falamos dos ratos. A urina do roedor pode conter uma bactéria chamada Leptospira, causadora da leptospirose. Esse micro-organismo, porém, é bastante sensível à ação do cloro e tende a ser eliminado quando o tratamento da água das piscina está em dia.

Já o maior risco proveniente de humanos envolveria algumas condições específicas, como a presença na água de um indivíduo que não fez a higiene anal corretamente e está parasitado pela Giardia Lamblia. Neste caso, cistos do protozoário são capazes de resistir por algum tempo no meio aquático que esteja bom baixa concentração de cloro.

Ainda assim, tudo depende mais do tratamento correto da água da piscina do que, propriamente, de quem a está usando ou do que acontece dentro dela.

E há meios de descobrir se uma piscina está com a água em boas condições, já que, neste caso, ela não provoca ardor nos olhos e não tem cheio ou cor alterada. Se este é o caso do local que você frequenta, por dar seu mergulho tranquilo que não há risco de doenças.

Roteiro: Rodrigo Lara; Fontes: Max Igor, infectologista do Hospital Santa Catarina; Jorge Sampaio, microbiologista do Fleury Medicina e Saúde; Ingrid Cotta, infectologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Érico de Oliveira, clínico-geral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Daniel Makoto Tsuchie, urologista da DaVita Serviços Médicos.