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Para que serve o umbigo? Por que temos uma sensação estranha ao tocá-lo?

Mais Sem Frescura
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Gabriela Ingrid

Do VivaBem, em São Paulo

21/12/2020 04h00

Sabe esse furinho que você tem no meio da sua barriga? Sim, estou falando do umbigo, essa entidade misteriosa que ocupa mais ou menos o centro do corpo. O que você provavelmente não sabe é a função que ele tem. E o motivo para isso é simples: ele não serve para nada!

Quer dizer, ao menos na vida adulta. Eu explico: a função prática do cordão umbilical termina assim que a pessoa nasce. Quer dizer, ao menos em sua utilidade original, uma vez que ele é repleto de células-tronco, podendo ser congelado para uso posterior no tratamento de doenças. Depois, ele nada mais é do que uma cicatriz.

Quando ainda é útil, ele serve como uma espécie de canal de troca entre o feto e sua mãe. Por ele correm três vasos sanguíneos, sendo uma veia e duas artérias, que permitem que o feto seja nutrido, receba anticorpos, tenha seu sangue oxigenado entre outras coisas que permitem que ele sobreviva no útero da mãe.

Após o nascimento, esse cordão é cortado a uma distância de dois a três centímetros da barriga do bebê, formando o chamado coto umbilical. Uma vez que o bebê cresce, esse coto vai sendo recoberto pela pele do abdômen, dando origem ao "buraquinho" que temos na barriga. Esse processo que determina o formato final do umbigo e acaba variando de pessoa para pessoa.

Mas há casos que essa cicatrização não ocorre da forma mais correta, podendo infeccionar, uma situação chamada onfalite. Outro problema que pode ocorrer é a formação da chamada hérnia umbilical, que é quando o recém-nascido fica com o umbigo saltado por muito tempo após o nascimento. Neste caso, e se houver sinal de que o local apresenta dor, é necessário fazer uma cirurgia para a correção do problema.

O motivo disso é que, dependendo de como o quadro evoluir, um pequeno pedaço do intestino pode ficar preso nesse espaço, causando problemas na circulação intestinal.

Considerando que tudo corra normalmente, o umbigo não vira nada além de uma zona "morta", e justamente por isso há uma certa sensação estranha quando a tocamos, mas é só isso mesmo. Não há uma ligação entre o umbigo e os órgãos internos.

O único cuidado que a região demanda depois que crescemos é uma limpeza habitual, como qualquer outra parte do corpo. Isso pode ser feito durante o banho ou, ainda, no caso de pessoas com o umbigo mais profundo, usando um cotonete com água e sabão.

Fora isso, não se preocupe: não há doenças que envolvem o umbigo e, ao longo da sua vida ele servirá, no máximo, como ponto de referência.

Roteiro: Rodrigo Lara. Fontes: Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra, membro da Academia Americana de Pediatria; Rafael Lacordia, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana do Grupo Huntington; Zuleika Azevedo Lizo, médica pediatra e neonatologista da DaVita Serviços Médicos; Henrique Perobelli, gastroenterologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo; Maria Fernanda Goulart, pediatra e reumatologista infantil do Fleury Medicina e Saúde; Flávio Roberto Tanesi, obstetra do Hospital Santa Catarina.