Bactrim: para que serve, como tomar, efeitos e bula completa

Bactrim é um antibiótico indicado para tratar algumas infecções, como as do trato urinário, respiratório, genitais, gastrointestinal e da pele, causadas por bactérias, fungos e outros microrganismos sensíveis a ação conjunta dos princípios ativos trimetoprima e sulfametoxazol. O medicamento está disponível em comprimidos e suspensão líquida e é indicado para adultos e crianças a partir de seis semanas de vida, mas deve ser usado com orientação médica.

Confira, a seguir, todas as informações encontradas na bula de Bactrim.

Bactrim: para que serve e bula completa

Para que serve Bactrim? O que ele trata?

Bactrim é indicado para o tratamento de certas infecções respiratórias, de pele, gastrintestinais, renais, do trato urinário, genitais (homens e mulheres), entre outros tipos de infecções causadas por bactérias e alguns protozoários sensíveis à ação conjunta de trimetoprima e sulfametoxazol.

Eles agem em conjunto, reforçando o efeito um do outro. Assim, bloqueiam duas etapas importantes que as bactérias e outros microrganismos precisam para sobreviver e se multiplicar, eliminando a infecção.

Precisa de receita médica para comprar Bactrim?

Sim, o medicamento só é vendido sob prescrição médica e com retenção de receita pela farmácia, o que é comum quando se trata de um antibiótico.

Como usar o Bactrim?

O medicamento está disponível em duas versões, Bactrim e Bactrim F (de maior concentração), tanto nos formatos de comprimido como de suspensão líquida.

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Os comprimidos das duas versões são destinados a adolescentes maiores de 12 anos e adultos. Já o Bactrim suspensão, a partir de seis semanas de vida, enquanto o Bactrim F suspensão apenas acima de seis meses.

Ambos os formatos devem ser administrados por via oral, pela manhã e à noite, de preferência após uma refeição e com quantidade suficiente de líquido. Lembrando que o frasco de suspensão deve ser agitado antes da administração.

A posologia deve ser orientada pelo médico, de acordo com a doença. No entanto, as doses usualmente recomendadas são:

  • Comprimido

Adultos e crianças a partir de 12 anos:

Dose habitual: dois comprimidos de Bactrim ou um comprimido de Bactrim F a cada 12 horas.

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Dose mínima e para tratamento prolongado (mais de 14 dias): um comprimido de Bactrim ou 1/2 comprimido de Bactrim F a cada 12 horas.

Dose máxima (casos especialmente graves): três comprimidos de Bactrim ou um e 1/2 comprimido de Bactrim F a cada 12 horas.

  • Suspensão

Crianças abaixo de 12 anos:

Seis semanas a cinco meses: 2,5 ml de Bactrim a cada 12 horas.

Seis semanas a cinco anos: 5 ml de Bactrim ou 2,5 ml de Bactrim F a cada 12 horas.

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Seis a 12 anos: 10 ml de Bactrim ou 5 ml de Bactrim F a cada 12 horas.

A posologia acima indicada corresponde, aproximadamente, a dose diária média de 6 mg de trimetoprima e 30 mg de sulfametoxazol por kg de peso. Em infecções graves, a dosagem recomendada pode ser aumentada em 50%.

Adultos e crianças a partir de 12 anos:

Dose habitual: 20 ml de Bactrim ou 10 ml de Bactrim F a cada 12 horas.

Dose mínima e para tratamento prolongado (mais de 14 dias): 10 ml de Bactrim ou 5 ml de Bactrim F a cada 12 horas.

Dose máxima (casos especialmente graves): 30 ml de Bactrim ou 15 ml de Bactrim F a cada 12 horas.

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A ação do medicamento começa logo após a primeira dose, mas os microrganismos não são eliminados de imediato. Por isso, mesmo que alguns sintomas como febre, dor etc. desapareçam, é necessário continuar o tratamento pelo período estabelecido pelo seu médico.

Em infecções agudas, o medicamento deve ser administrado por, pelo menos, cinco dias ou até que o paciente esteja sem a presença de sintomas por, ao menos, dois dias. Se a melhora clínica não for evidente após sete dias de tratamento, o paciente deve ser reavaliado pelo médico.

No entanto, esquemas de tratamento especiais podem ser recomendados em determinadas doenças e condições clínicas dos pacientes. O seu médico saberá identificar essas situações e adotar o esquema de doses adequado.

Quais as contraindicações do Bactrim? Quem não deve tomar?

Bactrim não deve ser utilizado nos seguintes casos:

Pacientes com doença grave no fígado e no rim;

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Pessoas alérgicas à sulfonamida, à trimetoprima ou a qualquer um dos componentes da formulação;

Em combinação com dofetilida (medicamento contra arritmias do coração);

As versões em formato de comprimido são contraindicadas para menores de 12 anos;

As versões em formato de suspensão são contraindicadas para bebês com menos de seis semanas de vida (Bactrim) ou de seis meses (Bactrim F).

O que saber antes de tomar o medicamento?

Idosos e pacientes com problemas no rim e no fígado devem fazer uso do medicamento com cautela, por maior probabilidade de efeitos indesejáveis relacionados à dose ou à duração do tratamento.

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Em pacientes idosos ou com história de deficiência de ácido fólico ou insuficiência renal, pode ocorrer deficiência de ácido fólico, reversível administrando-se ácido folínico.

Recomenda-se que a duração do tratamento para o idoso seja a menor possível, a fim de diminuir esses efeitos. Em caso de comprometimento renal, a dose deve ser ajustada.

Pacientes em uso prolongado devem fazer exames de sangue e urina regularmente.

O tratamento deve ser interrompido imediatamente se surgir erupção cutânea ou qualquer outra reação adversa grave.

Pessoas com história de alergia grave, asma brônquica, porfíria (doença que apresenta irregularidade no metabolismo da hemoglobina, pigmento responsável pela cor vermelha do sangue) ou disfunção da tireoide devem fazer uso cauteloso do medicamento.

Têm sido relatados casos de infiltrados pulmonares (alterações nos pulmões identificadas em radiografias), como alveolite (inflamação dos alvéolos) alérgica ou eosinofílica (um tipo de glóbulo branco). Eles podem se manifestar por meio de sintomas como tosse ou respiração ofegante. Se esses sintomas aparecerem ou, inexplicavelmente, piorarem, o paciente deve ser reavaliado e a interrupção do medicamento deve ser considerada.

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Bactrim não deve ser utilizado por pacientes com sérias alterações hematológicas (no sangue) nem por pacientes portadores de deficiência de G6PD (desidrogenase de glicose-6-fosfato), a não ser em casos de absoluta necessidade, e em doses mínimas.

O medicamento pode aumentar a excreção urinária, particularmente em pacientes com retenção de líquidos de origem cardíaca.

Pacientes com insuficiência renal grave (com depuração da creatinina 15-30 ml/min) e que ainda assim estejam recebendo o medicamento devem ser monitorados quanto aos sinais e sintomas de toxicidade, como náuseas, vômitos e hipercalemia (elevação do potássio no sangue).

Doses altas do medicamento, como as usadas no tratamento de pneumonia causada pelo fungo Pneumocystis jirovecii, podem aumentar aos poucos a quantidade de potássio no sangue —mas esse efeito é reversível. Mesmo com doses recomendadas, pode acontecer um excesso de potássio (chamado hipercalemia) em pessoas que já tenham problemas no metabolismo do potássio, insuficiência renal ou que tomem outros medicamentos que também elevam o potássio. Por isso, nesses casos, é importante fazer um controle rigoroso dos níveis desse mineral no sangue.

Bactrim não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica por risco de complicações para o feto ou mesmo aborto.

Mães que estão amamentando também devem ter orientação médica para uso, já que o medicamento pode passar pelo leite materno e comprometer a saúde do bebê.

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Avise seu médico se estiver em tratamento com outros medicamentos por risco de interação com Bactrim. (Veja quais em interações medicamentosas)

Bactrim pode interferir na dosagem do metotrexato sérico, dependendo da técnica utilizada para medição do fármaco em exames laboratoriais, assim como na dosagem de creatinina, ocasionando aumento de cerca de 10% nos valores da faixa de normalidade.

A interrupção do tratamento antes do prescrito pelo médico pode contribuir para o aparecimento de infecções mais graves.

Foram notificados casos de hipoglicemia (redução da glicose no sangue) em pacientes não diabéticos tratados com o medicamento, geralmente após alguns dias de terapia.

Pode usar Bactrim e tomar bebidas alcoólicas?

Não é aconselhável. O consumo de álcool pode intensificar alguns efeitos colaterais do Bactrim, como náuseas, vômitos e fadiga, além de potencialmente aumentar o risco de danos ao fígado, que o medicamento também pode causar.

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Além disso, o álcool pode interferir na forma como o corpo metaboliza o Bactrim, e essa interação pode levar a reações semelhantes àquelas causadas pelo dissulfiram (usado no tratamento do etilismo), como mal-estar intenso, vermelhidão no rosto, taquicardia, queda de pressão, falta de ar e até desmaio.

Por segurança, é melhor evitar o consumo de álcool até mesmo 48 horas após a última dose.

Pode dirigir se estiver usando Bactrim?

Sim, é permitido dirigir utilizando este medicamento.

Grávidas e lactantes podem tomar Bactrim?

Não é recomendado o uso por mulheres grávidas sem orientação médica. É importante ainda avisar ao médico se engravidar durante o tratamento ou logo depois dele.

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Alguns estudos mostram que o uso de trimetoprima, sozinha ou junto com sulfametoxazol (que formam o Bactrim), pode aumentar de 2 a 3,5 vezes o risco de aborto espontâneo quando usado nos primeiros três meses de gravidez, em comparação com quem não usou antibióticos ou penicilina.

Como os componentes do Bactrim passam para o bebê através da placenta, eles podem interferir no metabolismo de ácido fólico do feto, importante para seu desenvolvimento. Por isso, só deve ser usado se o risco para o feto for justificado pelo benefício para a gestante.

Se for preciso usar, é recomendado que a gestante ou quem pretende engravidar tome também 5 mg de ácido fólico por dia durante o tratamento.

Ainda assim, deve-se evitar o uso do medicamento nos últimos três meses da gestação, a não ser por falta de opção, pois pode causar problemas neurológicos no bebê por acúmulo de bilirrubina no cérebro (uma condição chamada kernicterus).

Além disso, como os dois componentes passam para o leite materno, o uso durante a amamentação só deve ser feito com orientação médica pelos riscos citados acima.

Bactrim dá sono?

Não, este não é um efeito deste medicamento.

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Interação medicamentosa: pode tomar Bactrim com outros remédios?

Deve-se ter cautela com o uso de Bactrim junto com os seguintes medicamentos ou substâncias:

Diuréticos (que aumentam a quantidade de urina eliminada) e digoxina (medicamento para o coração);

Depressores do sistema nervoso central, como antidepressivos e fenitoína;

Medicamentos que contenham amantadina (antiviral e antiparkinsoniano), lamivudina (antirretroviral utilizado em pacientes portadores de HIV), ou memantina (utilizado em doença de Alzheimer), antidiabéticos orais, ciclosporina (usada em transplantes), indometacina (usada em doenças reumatológicas), metotrexato (usado em doenças reumatológicas), pirimetamina (usada em infecções, como toxoplasmose) e varfarina (anticoagulante).

Bactrim não deve ser administrado em combinação com:

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Dofetilida (para batimentos cardíacos irregulares), por risco de interação;

Clozapina (para esquizofrenia), pois aumenta muito o risco de diminuir os glóbulos brancos, importantes para a defesa do corpo.

Quando Bactrim é usado junto com outros medicamentos que são processados pelo fígado, ele pode aumentar a quantidade desses fármacos no sangue. Alguns exemplos são:

Paclitaxel (para tratamento de câncer);

Amiodarona (usado em arritmias cardíacas);

Dapsona (para doenças de pele);

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Repaglinida, rosiglitazona e pioglitazona (para diabetes).

Quando Bactrim é usado junto com outros medicamentos que afetam o sangue ou os rins, o risco de efeitos colaterais nesses órgãos pode aumentar. Por exemplo:

Medicamentos usados para tratar infecções virais (análogos de nucleosídeos);

Tacrolimus, azatioprina ou mercaptopurina (usados para diminuir a defesa do corpo).

Nesses casos, o médico precisa acompanhar de perto para evitar problemas no sangue ou nos rins.

Além disso, Bactrim pode aumentar o potássio no sangue, então deve-se ter cuidado se for usado com outros medicamentos que também tenham o mesmo efeito, como:

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Remédios para pressão alta (inibidores da ECA e bloqueadores de angiotensina);

Diuréticos que preservam potássio;

Prednisolona.

Onde armazenar o Bactrim?

Guarde-o longe do alcance das crianças e de animais domésticos, em temperatura ambiente (de 15 ºC a 30 ºC) e protegido da luz e da umidade.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Se estiver no prazo de validade, mas com alguma mudança na aparência, consulte um farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo

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O que fazer se esquecer de tomar este medicamento?

Se esquecer de tomar alguma das doses, espere até o horário da próxima e retorne ao seu esquema de tratamento habitual. Não tome uma dose dobrada para compensar a que esqueceu.

Quais os possíveis efeitos colaterais e reações adversas do Bactrim?

Segundo a fabricante, nas doses recomendadas, Bactrim é geralmente bem tolerado. Foram relatados os seguintes efeitos colaterais:

  • Muito comum (em mais de 10% dos pacientes)

Erupções cutâneas e distúrbios gastrintestinais.

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  • Comum (entre 10% e 1%)

Náuseas, vômitos, transaminases elevadas, ureia elevada, creatinina sérica elevada, erupção medicamentosa fixa, dermatite esfoliativa, erupção cutânea, exantema maculopapular, exantema morbiliforme, vermelhidão da pele e coceira.

  • Incomum (entre 1% e 0,1%)

Diarreia, enterocolite pseudomembranosa (um tipo de inflamação intestinal), bilirrubina elevada, hepatite, infecções fúngicas (como candidíase), convulsões, insuficiência renal e urticária.

  • Raro (entre 0,1% e 0,01%)

Redução dos glóbulos brancos do sangue, granulocitopenia, trombocitopenia, anemia, inflamação na língua (glossite), inflamação na mucosa da boca (estomatite), redução de eliminação da bile (colestase), hipoglicemia, neuropatia (doença ou alteração que afeta os nervos), parestesia (sensibilidade alterada de uma região do corpo, geralmente com formigamento ou dormência), alucinações e aumento na concentração de cristais na urina.

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  • Muito raro (menos que 0,01%)

Metahemoglobinemia (hemoglobina defeituosa), agranulocitose, pancitopenia (redução de todas as células do sangue), miocardite (inflamação do músculo do coração) alérgica, zumbido, vertigem, uveíte (inflamação de uma das camadas do olho), necrose hepática, reações alérgicas /hipersensibilidade (como febre, angioedema, reações anafilactoides, inchaços, reações cutâneas, coceira, dificuldade para respirar, dores abdominais, nas articulações e, eventualmente, lesões renais), rabdomiólise (necrose das células dos músculos), ataxia (falta de coordenação de movimento), meningite asséptica (inflamação das meninges, revestimento do cérebro, não provocada por germes), inflamação dos rins, aumento da quantidade de urina, infiltrações pulmonares, eritema multiforme, sensibilidade a luz, síndrome de Stevens Johnson, necrólise epidérmica tóxica, erupção cutânea com eosinofilia e sintomas sistêmicos, pustulose exantemática generalizada aguda (edema e vermelhidão na pele com erupções purulentas e febre), púrpura (lesões hemorrágicas na pele e, eventualmente, em outros órgãos), púrpura de Henoch-Schönlein.

  • Desconhecido (não pode ser estimado a partir dos dados disponíveis)

Aborto espontâneo, vasculite retiniana, pancreatite aguda, síndrome do desaparecimento do ducto biliar, elevação do potássio no sangue, redução do sódio no sangue, dores nas articulações e musculares, pedras nos rins e na via urinária, vasculite (incluindo pulmonar, cerebral, necrotizante e granulomatose com poliangeíte poliarterite nodosa).

Em pacientes infectados pelo HIV, algumas reações são mais frequentes, como:

Leucopenia, granulocitopenia, trombocitopenia, anorexia, náuseas, vômitos, diarreia, febre (geralmente em conjunto com exantema maculopapular), transaminases elevadas, hipercalemia, exantema maculopapular, prurido, hiponatremia, hipoglicemia, lesões na boca, reações de pele, zumbidos nos ouvidos e leves alterações no exame de sangue.

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O que pode acontecer em caso de superdosagem?

Na ingestão aguda (rápida e intensa) de grandes doses do medicamento podem ocorrer os seguintes sintomas:

Náuseas

Vômito

Diarreia

Cefaleia

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Vertigens

Tontura

Distúrbios mentais e visuais

Nesses casos, deve-se provocar o vômito o quanto antes para eliminar a maior quantidade possível do fármaco ingerido, além de buscar atendimento médico urgente.

Já em caso de superdose crônica (ingestão de quantidade maior que a indicada, por longo período), podem ocorrer alterações no sangue.

Se precisar de mais orientações, é possível ligar no Disque-Intoxicação da Anvisa no 0800 722 6001.

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Revisão técnica do texto feita por: Fernanda Cristina Ostrovski Sales, farmacêutica, mestre em Tecnologia da Saúde, doutora em Odontologia (Saúde Coletiva) e coordenadora do curso de Farmácia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Integra ainda a comissão de ética (CEP) do Conselho Regional de Farmácia do Paraná (CRF-PR).

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