Quando era adolescente, Rael dançava break, também conhecida como "dança urbana", atividade que faz parte do universo do hip-hop. Com movimentos intensos e acrobacias, o break dance é um ótimo treino para o sistema cardiovascular e, por isso, quem o pratica geralmente tem um fôlego de dar inveja.
Depois, ajudando seu pai no trabalho, que era pedreiro, ele aprendeu a levantar pesos e desenvolveu a musculatura.
Em 2001, teve tuberculose e, com o agravamento do quadro, perdeu metade de um pulmão. Ouviu do médico que teria dificuldade para cantar, mas Rael conseguiu ir muito além.
Mais de uma década depois, em 2014, ele vivia um momento de popularidade, com alta frequência de shows. "Às vezes, fazia quatro apresentações por dia, contrariando o médico, pois cantar, pular e rimar gastam muita energia", conta.
A intensidade nos palcos era acompanhada por horas escassas de sono e alimentos pouco saudáveis. "Foi quando falei: 'Vou precisar cuidar da máquina.' Retomei o autocuidado para dar conta de tudo", lembra Rael.
Com a ajuda de um professor, o cantor começou a fazer pilates, para melhorar a flexibilidade, e a correr. Depois, seguiu treinando sem o treinador e já percorreu a distância de uma meia maratona (21,097 km) algumas vezes.
"A endorfina, a serotonina e a adrenalina (liberadas no exercício) me ajudam, inclusive, no processo criativo. Fico mais focado nas composições, no estudo do violão, nas aulas de inglês e até mais disposto para acompanhar meu filho, de 9 anos, que tem muita energia", diz.