Motivos
Existem diversas formas de se medir o valor de uma pessoa. Mas algo muito comum, principalmente entre aqueles que nasceram entre as décadas de 1960 e 1980, é ter seu valor social ligado a produtividade e trabalho. Essas pessoas passam a vida toda construindo carreira na mesma empresa, se relacionando com as pessoas dentro do seu papel nesses locais, e quando a aposentadoria chega, perder esse status deixa um vazio.
A sensação de não ter mais uma serventia arrasa com a autoestima desses idosos, até porque dificilmente alguém faz planos para esta idade. Sem um propósito, se veem como desnecessárias na velhice, o que pode levar a problemas como isolamento social, depressão e ansiedade.
Neste contexto, o contínuo aumento da expectativa de vida no Brasil tem um sabor agridoce. Ao mesmo tempo em que é uma boa notícia saber que se espera que as mulheres brasileiras vivam 79,6 anos e os homens, 72,5 anos (de acordo com o IBGE --Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), surge a preocupação em como evitar que todo esse tempo "extra" pós-aposentadoria --19,6 anos para elas e 7,5 anos para eles -- seja motivo de transtorno.