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Visons com mutação de SARS-CoV-2 são achados em seis países, alerta OMS

07/11/2020 11h09Atualizada em 07/11/2020 15h51

Seis países relataram até o momento casos de Covid-19 com vírus que sofreram mutação em criações de visons, informou neste sábado (7) a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em um comunicado, a Organização Mundial da Saúde informou que contaminações de SARS-CoV-2 foram detectadas em animais na Holanda, Espanha, Suécia, Itália e Estados Unidos, além da Dinamarca.

O anúncio da OMS foi feito depois que a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, anunciou, na quarta-feira, que o país sacrificaria cerca de 15 milhões de visons. Segundo ela, o SARS-Cov-2 sofreu uma mutação que poderia ameaçar a eficácia da futura vacina e foi transmitida por esses animais a doze pessoas.

A mutação foi identificada em cinco fazendas diferentes. Os 12 casos de transmissão em humanos do vírus que sofreu mutação foram detectados no norte de Jutlândia, no oeste do país, onde se concentra a maioria dos criadouros. "Os casos ocorreram entre pessoas com entre 7 e 79 anos, oito delas relacionadas com a indústria agrícola de vison e quatro da comunidade local", informou a OMS.

Vírus mutam e isso é normal

A mutação de um vírus é normal e não significa que se comportará de forma diferente, afirmam cientistas. Além disso, determinar as consequências concretas de uma mutação é complexo. Mas no caso dessa cepa, chamada de "Cluster 5", isso implica, segundo os primeiros estudos, uma menor eficiência dos anticorpos humanos, o que ameaça o desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19.

"As observações iniciais sugerem que a apresentação clínica, a gravidade e a transmissão dos indivíduos infectados são semelhantes às de outros vírus circulantes do SARS-CoV-2", observou a OMS. "No entanto, esta variante, denominada variante +cluster 5+, apresenta uma combinação de mutações ou alterações que não tinham sido observadas antes", acrescentou a agência especializada da ONU, destacando que "as implicações das alterações identificadas nesta variante ainda não são totalmente compreendidas".

Preocupação com a vacina

Os resultados preliminares, observou a OMS, indicam que, associada ao vison, essa variante apresenta "sensibilidade moderadamente reduzida a anticorpos neutralizantes". Nesse contexto, a OMS apelou à realização de novos estudos científicos e laboratoriais para verificar os resultados e determinar quais as consequências para o desenvolvimento de tratamentos e vacinas.

"Embora se acredite que o vírus esteja ancestralmente ligado aos morcegos, a origem do vírus e os hospedeiros intermediários do SARS-CoV-2 ainda não foram identificados", lembrou a OMS.

Uma missão internacional, composta por especialistas internacionais da OMS, da Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas e da Organização Mundial para a Saúde Animal foi criada em colaboração com Pequim para determinar a origem do vírus.

Em 30 de outubro, esses especialistas se encontraram pela primeira vez com seus colegas chineses, mas virtualmente. "Dada a escala e complexidade da pandemia de Covid-19, precisamos de um conjunto completo de investigações científicas na China e em outros lugares para encontrar os hospedeiros intermediários e as origens do vírus", disse Farah Dakhlallah. uma porta-voz da OMS,

(Com informações da AFP)