Whey protein faz mal ao fígado? Como usar o suplemento de forma segura

O whey protein, a proteína extraída do soro do leite, tornou-se o suplemento preferido de quem treina. E não é à toa: ele contém aminoácidos essenciais que o corpo precisa para reparar as microlesões musculares provocadas pelo exercício e favorecer a recuperação e o ganho de massa magra.

Embora seja mais associado à musculação, o whey também é usado por atletas de resistência, como corredores, triatletas e ciclistas, para acelerar a recuperação após treinos intensos. Mas vale lembrar: nenhum suplemento faz milagre. Para que o whey realmente traga benefícios, ele deve estar inserido em uma rotina equilibrada de exercícios e alimentação.

De acordo com especialistas em nutrição esportiva, quem pratica atividades de moderada a alta intensidade deve consumir de 1,2 g a 2 g de proteína por quilo de peso corporal ao dia, somando todas as fontes —carnes, ovos, leite, queijos e o próprio whey. Assim, uma pessoa de 70 kg, por exemplo, precisa de 84 g a 140 g de proteínas diárias, e o suplemento pode entrar apenas como complemento.

Imagem
Imagem: iStock

Quando o excesso vira problema

O grande erro de quem inicia o uso do whey é acreditar que "quanto mais, melhor". Na prática, o corpo tem um limite de absorção — e o que ultrapassa a necessidade diária simplesmente é eliminado pela urina. É o famoso "xixi caro", como brincam os nutricionistas.

Entretanto, exageros frequentes podem ter consequências. A ingestão muito acima do ideal de 2,5 g de proteína por quilo de peso corporal pode sobrecarregar o fígado e os rins, órgãos diretamente envolvidos no metabolismo e na excreção das proteínas.

O fígado é responsável por converter o excesso de aminoácidos em ureia, que depois é eliminada pelos rins. Quando há proteína demais circulando, esses órgãos precisam trabalhar mais intensamente, o que, ao longo do tempo, pode aumentar o risco de cálculo renal e, em casos mais graves, de disfunções hepáticas.

Por isso, pessoas com doenças hepáticas ou renais devem evitar o uso do suplemento sem orientação médica. Mesmo indivíduos saudáveis devem buscar avaliação com um nutricionista, que ajusta a dose conforme o treino, o peso e a dieta.

Continua após a publicidade

De forma geral, uma porção diária de 20 g a 25 g de whey costuma ser suficiente para complementar a alimentação de quem treina com regularidade.

Planejamento e equilíbrio para um uso seguro

Assim como qualquer fonte de proteína, o whey também tem calorias. Quando consumido sem controle, pode contribuir para ganho de gordura corporal, principalmente se o indivíduo não está com o gasto energético equilibrado.

Por isso, o suplemento deve ser visto como parte de um plano alimentar completo, e não como substituto de refeições.

A melhor estratégia é planejar o uso do whey dentro da rotina, avaliando horários, intensidade de treino e ingestão total de proteínas. Um nutricionista pode definir se ele será usado no pós-treino, entre as refeições ou em dias específicos, garantindo que o corpo receba o nutriente no momento ideal, sem sobrecarga.

Usado da maneira certa, o whey protein não prejudica o fígado. Pelo contrário: pode ser um aliado na recuperação muscular, no desempenho esportivo e na manutenção da massa magra.

Continua após a publicidade

*Com informações de reportagem publicada em 22/01/2025

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.