Não é só com água: como higienizar verduras corretamente e evitar doenças

Lavar as verduras só com água pode parecer suficiente, mas não é. Em folhas e talos se escondem muito mais do que poeira: há microrganismos capazes de provocar desde uma simples diarreia até doenças graves como hepatite A e cólera. E o problema não está apenas nas folhas de alface. Brócolis, couve-flor, repolho e aipo, com suas formas cheias de dobras e fendas, são praticamente labirintos para sujeira e insetos.

Esses vegetais, aliás, merecem destaque duplo: além de nutritivos e ricos em fibras, eles são parte valiosa de uma alimentação mais sustentável — quando seus talos e partes menos valorizadas não vão parar no lixo. Mas, para que o aproveitamento total não vire um risco à saúde, a higienização precisa ser feita do jeito certo.

Lavar só com água? Insuficiente

A limpeza começa na torneira, mas vai muito além dela. Primeiro, é essencial remover o excesso de terra e impurezas com água corrente. Sabão ou detergente estão proibidos — o risco é que os produtos químicos sejam absorvidos pelo alimento.

Os talos devem ser esfregados levemente, um a um, com as mãos ou com uma escovinha, sempre de cima para baixo, para evitar que a sujeira volte a se alojar no florete. Nos buquês de brócolis e couve-flor, abrir delicadamente os floretes ajuda a expulsar eventuais hóspedes indesejados, como pulgões e pequenas lagartas.

Mas o verdadeiro "golpe final" vem depois: o hipoclorito de sódio. Esse composto elimina vírus, bactérias e fungos com eficiência. A proporção ideal é de 1 colher de sopa (10 ml) para 1 litro de água, deixando os vegetais de molho por 10 a 15 minutos. Depois, é só enxaguar em água corrente e deixar secar — preferencialmente em peneira, pano limpo ou papel toalha.

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Imagem: iStock

As folhas pedem tratamento VIP

Verduras como alface americana, acelga, repolho e escarola exigem um ritual em duas etapas. Primeiro, retire as folhas externas, separando-as com cuidado e descartando as que estiverem murchas, amareladas, danificadas ou muito sujas. Para tipos mais compactos, como o repolho e alface americana, vale cortar a base para facilitar o desmonte.

O segundo passo é uma imersão em água com vinagre —meia xícara para cada litro de água, também por 10 a 15 minutos. Isso ajuda a desalojar pequenos insetos presos entre as folhas. Em seguida, entra o banho de hipoclorito, seguindo as mesmas proporções e o mesmo tempo da etapa anterior.

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Uma observação crucial: não confundir hipoclorito de sódio com hidróxido de sódio (a soda cáustica), que é altamente corrosivo e tóxico. Após o processo, as folhas devem ser secas com papel toalha, pano limpo ou centrífuga própria.

Lavar tudo de uma vez ou aos poucos?

Aqui, os especialistas dividem opiniões — e ambas fazem sentido. Lavar todas as verduras de uma vez economiza tempo e pode até aumentar a durabilidade, desde que tudo seja bem seco e guardado em potes herméticos dentro da geladeira. O ambiente fechado ajuda a manter a umidade controlada e evita a proliferação de microrganismos.

Por outro lado, quem prefere preservar o frescor máximo pode higienizar apenas o que será consumido no dia. Assim, as folhas permanecem mais viçosas, especialmente se forem guardadas na parte inferior da geladeira, onde a temperatura é mais estável.

De um jeito ou de outro, o importante é manter a constância no cuidado. Mesmo se houver pequenas mordidas de insetos, a verdura não precisa ir para o lixo: basta retirar as áreas danificadas e lavar bem. Depois de higienizada corretamente, ela está segura para o consumo.

*Com informações de reportagem publicada em 25/09/2024

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