Luto por pets: como enfrentar a dor da perda de um animal de estimação

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Quem já perdeu um animal de estimação sabe: o vazio que fica não é pequeno. A ausência daquele olhar, dos passos que acompanhavam pela casa, do ritual de carinho diário —tudo isso pesa. Ainda assim, muita gente acha exagero quando alguém chora por um cachorro ou um gato.
Mas os especialistas em saúde mental garantem: a dor pela morte de um pet pode ser tão profunda quanto a perda de uma pessoa querida. O vínculo emocional com os animais é real, construído na convivência, na rotina e no afeto. Eles se tornam parte da família, companheiros de silêncio e de alegria.
Na literatura médica, o termo luto é tradicionalmente usado para se referir à morte de seres humanos. No entanto, a psicologia reconhece que processos muito semelhantes ocorrem quando se perde algo de grande valor afetivo — um relacionamento, um emprego ou, sim, um animal de estimação.
Afinal, o luto é, antes de tudo, a tentativa emocional e psicológica de se adaptar a uma ausência.
O que não dizer a quem perdeu um pet
Nessas horas, o que mais machuca não é só a perda, mas também o julgamento alheio. Frases como "era só um bicho" ou "você pode adotar outro" podem parecer inocentes, mas invalidam a dor de quem está sofrendo.
Especialistas orientam: a melhor atitude é respeitar o sofrimento, sem comparações e nem conselhos apressados. Cada pessoa reage de um jeito, e ninguém tem o direito de medir o tamanho da dor do outro.
É natural que o tutor passe por fases (negação, raiva, tristeza, aceitação), e tentar apressar o processo pode ser contraproducente. O luto precisa ser vivido, não evitado.
Com o tempo, a dor costuma diminuir, e a lembrança se torna mais leve. Em média, esse processo pode levar de três meses a um ano, e, em alguns casos, até dois.
Porém, se a tristeza se prolonga demais, vem acompanhada de culpa constante, isolamento e dificuldade em retomar a rotina, é sinal de que pode haver um luto patológico. Nesse caso, buscar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra é fundamental — não há vergonha alguma em precisar de apoio.
Como se despedir e recomeçar
Perder um animal de forma repentina, como em um acidente ou após uma doença rápida, tende a intensificar o choque emocional. A ausência de um período de preparação deixa o tutor sem tempo para elaborar a despedida, o que torna o luto mais difícil.
Mas, assim como há muitas formas de amar, também existem muitas formas de se despedir. Algumas pessoas optam por cremações e cerimônias simbólicas; outras preferem recolher os brinquedos, roupas e objetos do pet e guardá-los numa caixa.
O importante é que a despedida aconteça no tempo certo, respeitando o ritmo emocional de quem fica. Jogar fora tudo de imediato, movido por impulso, pode gerar arrependimento. Ter um espaço reservado para guardar lembranças (uma coleira, uma foto, o brinquedo preferido) pode ajudar na transição entre a dor e a aceitação.
Com o passar dos dias, o amor não desaparece: ele se transforma. Muitos encontram conforto em adotar outro animal mais adiante, não como substituição, mas como continuidade do afeto que aprenderam a cultivar.



























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