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Por que sua voz é única (e o que ela pode revelar sobre sua saúde)

Voz é resultado da combinação de características anatômicas e comportamentais Imagem: Getty Images

Colaboração para VivaBem

09/10/2025 12h50

A voz humana é uma espécie de assinatura biológica. Nenhuma é igual à outra —mesmo que algumas soem parecidas. Isso acontece porque cada voz nasce da combinação de características anatômicas e comportamentais que funcionam como um "impressor" de som dentro do corpo.

Tudo começa na laringe, o tubo localizado no pescoço que abriga as cordas (pregas) vocais. Quando o ar expelido pelos pulmões passa por elas, provoca vibrações que geram som. Esse som, no entanto, só ganha forma com a ajuda da língua, dos lábios e do palato (céu da boca), responsáveis por transformá-lo em fala.

Parte dessa singularidade é genética: o tamanho da laringe, o comprimento e a espessura das pregas vocais e até o formato da cavidade oral influenciam no timbre.

Mas o ambiente também deixa marcas. Pessoas que convivem muito tendem a imitar inconscientemente o jeito de falar umas das outras — uma espécie de "acento vocal compartilhado".

Ainda assim, o modo como cada um usa a laringe pode alterar completamente o som que é emitido. Cantores, dubladores e imitadores manipulam o trato vocal para ampliar o alcance ou mudar o tom, mas sustentar uma voz que não condiz com sua anatomia exige treino e acompanhamento fonoaudiológico para evitar danos nas pregas vocais.

Imagem: iStock

O que define uma voz fina ou grossa

A tonalidade vocal é resultado direto da anatomia e da fisiologia. Mulheres geralmente têm vozes mais finas porque suas pregas vocais são mais estreitas e tensionadas, então vibram com maior frequência e agudez. Nos pequenos, são igualmente estreitas, mas ainda curtas.

Já nos meninos, a ação dos hormônios masculinos na puberdade engrossa as pregas vocais, tornando a voz mais grave — um processo conhecido como "muda vocal". Homens adultos tendem a ter vozes profundas por possuírem cordas vocais mais espessas, cavidade oral ampla e pescoço longo. Ainda assim, a musculatura acima das pregas permite modular o timbre, criando variações pessoais.

A intensidade da voz também conta uma história. Ela depende da pressão do ar nos pulmões e da proximidade entre as pregas vocais. Além disso, falar alto não é apenas questão física: pode refletir traços de personalidade. Pessoas extrovertidas e assertivas tendem a projetar mais a voz, enquanto os mais tímidos costumam falar baixo ou com menor força.

Imagem: iStock

A voz como alerta de doenças

Mudanças repentinas na voz podem ser o primeiro sinal de alerta para várias condições médicas. Rouquidão persistente, voz anasalada ou pigarrenta podem indicar dor de garganta e resfriado.

Nódulos nas pregas vocais — os famosos "calos" — surgem por abuso vocal ou infecções, como o papiloma laríngeo. Já uma voz cavernosa por mais de duas semanas em fumantes ou consumidores de álcool pode apontar para câncer de laringe.

Distúrbios como refluxo gastroesofágico, AVC, miastenia gravis, esclerose lateral amiotrófica e Parkinson também afetam o timbre e a potência vocal. Por outro lado, voz fraca e arrastada é observável em pacientes com depressão.

Além disso, quem ouve mal tende a falar mais alto, pois tem dificuldade em perceber o próprio volume. Em resumo, a voz é um espelho do corpo —e às vezes denuncia problemas antes de qualquer exame.

A voz também envelhece

Assim como o resto do corpo, a voz envelhece. Com o tempo, as pregas vocais se afinam e perdem elasticidade; a língua e os músculos da face enfraquecem; o tônus e a coordenação diminuem. O resultado é uma voz mais fraca, trêmula ou com menor potência —um fenômeno conhecido como presbifonia. Nas mulheres, a voz pode engrossar; nos homens, afinar.

Mas envelhecer não é o mesmo que ficar rouco. A rouquidão contínua sugere algum problema de saúde e merece avaliação médica.

A boa notícia é que a voz pode ser "treinada" como um músculo: exercícios vocais e hidratação adequada ajudam a preservar o timbre e a prevenir dificuldades de fala e deglutição. E, claro, hábitos como evitar gritar, fumar, consumir álcool e dormir pouco fazem diferença.

*Com informações de reportagem publicada em 29/03/2022

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