Por que as mulheres vivem mais? As razões por trás da longevidade feminina

Elas fumam menos, bebem menos, vão mais ao médico e fazem mais exames preventivos. Mas o segredo da maior longevidade feminina não se resume a bons hábitos. Mesmo em outras espécies, as fêmeas tendem a viver mais do que os machos —o que sugere que a resposta está, pelo menos em parte, nos genes e nos hormônios.

Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que, globalmente, as mulheres vivem em média 73,8 anos, enquanto os homens chegam a 69,1. No Brasil, a diferença é ainda mais marcante: elas vivem seis anos a mais (79,7 contra 73,1, segundo o IBGE).

Cuidado e hormônios

A explicação parece estar no cruzamento entre biologia e comportamento.

De um lado, o estilo de vida: os homens ainda se expõem mais a riscos, cuidam menos da saúde e frequentam menos o consultório médico.

De outro, fatores hormonais. O estrogênio e a progesterona, predominantes no corpo feminino, fortalecem o sistema imunológico e funcionam como antioxidantes naturais, neutralizando os radicais livres que envelhecem as células e aumentando a proteção contra doenças cardiovasculares.

A testosterona, por outro lado, que confere aos homens vigor e massa muscular, pode cobrar seu preço com o tempo. Estudos apontam que esse hormônio acelera processos degenerativos e está associado a maior risco de hipertensão, aterosclerose e câncer de próstata.

Genética também conta

Desde a gestação, os embriões masculinos já demonstram desvantagem: morrem em ritmo mais alto que os femininos, informou uma reportagem da BBC. Isso acontece devido aos cromossomos que determinam o sexo — as mulheres têm dois cromossomos X, enquanto os homens têm um X e um Y.

O cromossomo X carrega genes importantes para a longevidade. Assim, se uma mulher tem um defeito genético em um dos X, o outro pode compensar a falha; os homens, sem essa "cópia de segurança", ficam mais vulneráveis a doenças e mutações.

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Essa diferença se manifesta cedo: bebês do sexo masculino têm entre 20% e 30% mais probabilidade de morrer no fim da gestação, 14% mais chances de nascer prematuramente e um risco maior de lesões durante o parto, afirma a BBC.

*Com informações de reportagem publicada em 04/11/2022 e 05/02/2019

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