Drenagem linfática manual: o que a ciência diz sobre essa massagem

Quem nunca se olhou no espelho e percebeu o corpo mais "inchado" do que o normal? A retenção de líquidos é uma das queixas mais comuns — especialmente entre mulheres — e pode causar desconfortos que vão de cãibras e cansaço a ganho temporário de peso. É nesse ponto que entra a drenagem linfática manual (DLM), uma técnica de massagem que estimula o sistema linfático, responsável por drenar o excesso de líquidos e eliminar resíduos metabólicos.

Como funciona a drenagem linfática

O sistema linfático é uma rede paralela ao sistema circulatório, encarregada de transportar a linfa —um fluido que contém proteínas, toxinas e células de defesa— de volta à corrente sanguínea. Mas, diferentemente do sistema cardiovascular, ele não tem uma "bomba" como o coração. Por isso, depende do movimento muscular e da compressão externa para funcionar.

A drenagem linfática atua justamente nesse ponto: com toques suaves e direcionados aos gânglios linfáticos, estimula a circulação da linfa e ajuda a reduzir o inchaço e toxinas.

Pesquisas apontam que a técnica é eficaz como coadjuvante no tratamento de edemas —inchaços comuns em pessoas com insuficiências cardíaca, renal, venosa ou linfática, além de casos de envelhecimento.

Na face, é usada para aliviar edemas pós-operatórios, suavizar olheiras e bolsas nos olhos, tratar acne e até relaxar músculos tensionados. A massagem também melhora a oxigenação dos tecidos e promove sensação de bem-estar, atuando no corpo e na mente.

Quando a drenagem é bem-vinda (e quando não é)

A drenagem linfática pode ser indicada em casos de retenção de líquidos, celulite, gordura localizada, gestação e pós-operatórios.

No entanto, há situações em que ela deve ser evitada. Casos de febre, infecções, inflamações, tromboflebite, insuficiência cardíaca ou renal, além de alguns tipos de câncer, exigem cautela. Isso porque o estímulo ao fluxo linfático pode favorecer a disseminação de agentes inflamatórios ou células malignas.

O número de sessões varia conforme o objetivo e a condição do paciente. Gestantes e pessoas em recuperação de cirurgias costumam precisar de algumas sessões semanais, sempre com acompanhamento médico.

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Imagem: iStock

Casos especiais: gestação, idosos e varizes

Na gravidez, as mudanças hormonais e o aumento do volume sanguíneo costumam causar inchaço —especialmente nas pernas e tornozelos. Com liberação médica, a drenagem linfática pode aliviar esse desconforto, melhorar a circulação, prevenir celulite e até ajudar na amamentação e recuperação pós-parto.

Em idosos, a técnica também traz benefícios, já que o envelhecimento prejudica a circulação linfática e pode causar edemas. Mas, se houver lesões de pele, insuficiência cardíaca ou hipertensão descontrolada, a drenagem deve ser suspensa.

Já no caso das varizes, ela não trata o problema em si, mas pode aliviar o inchaço e a sensação de peso nas pernas.

Quem pode fazer drenagem linfática?

De acordo com o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito-2), a drenagem linfática é uma técnica própria da fisioterapia, embora também possa ser aplicada por outros profissionais —desde que devidamente capacitados e respaldados por seus conselhos de classe.

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Feita por mãos inexperientes, a massagem pode causar complicações e agravar condições de saúde pré-existentes.

A recomendação é clara: antes de marcar uma sessão, vale pesquisar a formação do profissional e se ele tem conhecimento técnico-científico para aplicar a técnica com segurança.

*Com informações de reportagem publicada em 12/05/2022

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