Everton Ribeiro trata câncer de tireoide: quais os sintomas da doença?

Ler resumo da notícia
Everton Ribeiro, meia do Bahia, revelou que passou por uma cirurgia após ser diagnosticado com câncer de tireoide.
Em postagem nas redes sociais, o jogador contou que descobriu a doença há cerca de um mês. "Hoje fiz a cirurgia e tudo correu bem, graças a Deus. Sigo em recuperação, com fé e com o apoio da minha família e de vocês. Obrigado por cada oração e carinho. Ter vocês ao meu lado faz toda a diferença", escreveu o atleta.

Como é o câncer de tireoide
O câncer de tireoide é o tumor endocrinológico mais comum, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Ele representa o terceiro tipo de câncer mais frequente entre as mulheres nas regiões Sudeste e Nordeste (sem considerar o câncer de pele não melanoma).
A estimativa do Inca é de 4.820 novos casos por ano, sendo 760 em homens e 4.060 em mulheres. A doença afeta principalmente pessoas entre 30 e 50 anos e, na maioria das vezes, tem evolução lenta e bom prognóstico.
Nem todo nódulo é câncer
É muito comum o aparecimento de nódulos na região da tireoide, e isso, por si só, não significa câncer. O Inca estima que entre 70% e 80% das pessoas tenham nódulos sem saber. Desses, apenas cerca de 12% são malignos.
Nem todo nódulo precisa ser tratado ou retirado, e a avaliação médica é fundamental. O risco de malignidade aumenta em pessoas com histórico familiar de câncer de tireoide ou que tenham recebido radioterapia na região do pescoço. A glândula tireoide, localizada na parte anterior e mais baixa do pescoço, é responsável pela produção dos hormônios que regulam o metabolismo.
Quais os sintomas e quando é preciso investigar?
Sinais de alerta que devem levar à procura de um especialista incluem:
Rouquidão persistente;
Dificuldade para engolir ou respirar;
Aumento rápido do tamanho do nódulo;
Presença de gânglios aumentados no pescoço;
Massa visível ou palpável na região cervical.
Nesses casos, o diagnóstico pode começar com uma ultrassonografia, exame simples e não invasivo. Se houver suspeita, o médico pode solicitar uma punção aspirativa por agulha fina, que permite analisar as células e confirmar ou descartar o câncer.
Diagnóstico precoce e rastreamento: há diferença
O diagnóstico precoce é a melhor estratégia para detectar o câncer de tireoide ainda em fase inicial. Com isso, é possível ter mais chances de tratamento.
Já o rastreamento, que seria a realização de exames de rotina em pessoas sem sintomas, não é indicado. Segundo o Inca e a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há evidência científica de que o rastreamento traga mais benefícios do que riscos, pois pode levar a diagnósticos e tratamentos desnecessários.
Tratamento e recuperação
O tratamento principal é cirúrgico, com a retirada parcial ou total da tireoide, dependendo do caso. Nos tipos mais comuns, o carcinoma papilífero e o folicular, a cirurgia costuma ser curativa.
Em algumas situações, é indicada também a iodoterapia. A técnica utiliza iodo radioativo para eliminar possíveis células remanescentes do tumor.
O tratamento se tornou mais personalizado. Hoje, leva-se em conta a idade do paciente, o tipo e tamanho do nódulo e os resultados dos exames para decidir se é necessária cirurgia total, parcial ou apenas acompanhamento.
Na maioria dos pacientes, o câncer de tireoide tem alta taxa de cura e baixa mortalidade, especialmente quando diagnosticado cedo. O acompanhamento médico, com endocrinologista e cirurgião de cabeça e pescoço, é essencial nos primeiros anos após o tratamento. O seguimento periódico com exames de sangue e imagem garante que qualquer sinal de recorrência seja identificado a tempo.
Prevenção começa com estilo de vida
Manter o peso adequado ajuda a reduzir o risco de câncer de tireoide. O excesso de gordura corporal pode causar alterações hormonais e inflamatórias, como resistência à insulina, inflamação crônica e estresse oxidativo, que favorecem o desenvolvimento da doença.
Evite exposição desnecessária à radiação. Exames com raios X e contato com substâncias radioativas, como iodo-131, fósforo-32 e estrôncio-90, devem ser feitos apenas quando realmente necessários.
É importante ter atenção aos disruptores endócrinos. Compostos presentes em plásticos, cosméticos e alimentos industrializados podem interferir no equilíbrio hormonal. Reduzir o contato com esses produtos é uma forma de prevenção.
*Com informações de matéria publicada em 04/04/2025.


























Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.