Everton Ribeiro trata câncer de tireoide: quais os sintomas da doença?
De VivaBem, em São Paulo
06/10/2025 18h03
Everton Ribeiro, meia do Bahia, revelou que passou por uma cirurgia após ser diagnosticado com câncer de tireoide.
Em postagem nas redes sociais, o jogador contou que descobriu a doença há cerca de um mês. "Hoje fiz a cirurgia e tudo correu bem, graças a Deus. Sigo em recuperação, com fé e com o apoio da minha família e de vocês. Obrigado por cada oração e carinho. Ter vocês ao meu lado faz toda a diferença", escreveu o atleta.
Como é o câncer de tireoide
O câncer de tireoide é o tumor endocrinológico mais comum, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Ele representa o terceiro tipo de câncer mais frequente entre as mulheres nas regiões Sudeste e Nordeste (sem considerar o câncer de pele não melanoma).
A estimativa do Inca é de 4.820 novos casos por ano, sendo 760 em homens e 4.060 em mulheres. A doença afeta principalmente pessoas entre 30 e 50 anos e, na maioria das vezes, tem evolução lenta e bom prognóstico.
Nem todo nódulo é câncer
É muito comum o aparecimento de nódulos na região da tireoide, e isso, por si só, não significa câncer. O Inca estima que entre 70% e 80% das pessoas tenham nódulos sem saber. Desses, apenas cerca de 12% são malignos.
Nem todo nódulo precisa ser tratado ou retirado, e a avaliação médica é fundamental. O risco de malignidade aumenta em pessoas com histórico familiar de câncer de tireoide ou que tenham recebido radioterapia na região do pescoço. A glândula tireoide, localizada na parte anterior e mais baixa do pescoço, é responsável pela produção dos hormônios que regulam o metabolismo.
Quais os sintomas e quando é preciso investigar?
Sinais de alerta que devem levar à procura de um especialista incluem:
Rouquidão persistente;
Dificuldade para engolir ou respirar;
Aumento rápido do tamanho do nódulo;
Presença de gânglios aumentados no pescoço;
Massa visível ou palpável na região cervical.
Nesses casos, o diagnóstico pode começar com uma ultrassonografia, exame simples e não invasivo. Se houver suspeita, o médico pode solicitar uma punção aspirativa por agulha fina, que permite analisar as células e confirmar ou descartar o câncer.
Diagnóstico precoce e rastreamento: há diferença
O diagnóstico precoce é a melhor estratégia para detectar o câncer de tireoide ainda em fase inicial. Com isso, é possível ter mais chances de tratamento.
Já o rastreamento, que seria a realização de exames de rotina em pessoas sem sintomas, não é indicado. Segundo o Inca e a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há evidência científica de que o rastreamento traga mais benefícios do que riscos, pois pode levar a diagnósticos e tratamentos desnecessários.
Tratamento e recuperação
O tratamento principal é cirúrgico, com a retirada parcial ou total da tireoide, dependendo do caso. Nos tipos mais comuns, o carcinoma papilífero e o folicular, a cirurgia costuma ser curativa.
Em algumas situações, é indicada também a iodoterapia. A técnica utiliza iodo radioativo para eliminar possíveis células remanescentes do tumor.
O tratamento se tornou mais personalizado. Hoje, leva-se em conta a idade do paciente, o tipo e tamanho do nódulo e os resultados dos exames para decidir se é necessária cirurgia total, parcial ou apenas acompanhamento.
Na maioria dos pacientes, o câncer de tireoide tem alta taxa de cura e baixa mortalidade, especialmente quando diagnosticado cedo. O acompanhamento médico, com endocrinologista e cirurgião de cabeça e pescoço, é essencial nos primeiros anos após o tratamento. O seguimento periódico com exames de sangue e imagem garante que qualquer sinal de recorrência seja identificado a tempo.
Prevenção começa com estilo de vida
Manter o peso adequado ajuda a reduzir o risco de câncer de tireoide. O excesso de gordura corporal pode causar alterações hormonais e inflamatórias, como resistência à insulina, inflamação crônica e estresse oxidativo, que favorecem o desenvolvimento da doença.
Evite exposição desnecessária à radiação. Exames com raios X e contato com substâncias radioativas, como iodo-131, fósforo-32 e estrôncio-90, devem ser feitos apenas quando realmente necessários.
É importante ter atenção aos disruptores endócrinos. Compostos presentes em plásticos, cosméticos e alimentos industrializados podem interferir no equilíbrio hormonal. Reduzir o contato com esses produtos é uma forma de prevenção.
*Com informações de matéria publicada em 04/04/2025.