Já ouviu falar em 'nó verdadeiro'? O que é a condição rara na gravidez?

É comum ouvir que bebês nasceram com um o cordão umbilical enrolado no pescoço. Em geral, a posição não oferece riscos. Mas existe uma situação, rara, em que se forma um "nó verdadeiro" no cordão umbilical.

O que é o nó verdadeiro?

É uma condição que pode se formar ainda nas primeiras semanas da gravidez. Segundo a ginecologista e obstetra Maria Carolina Dalboni, ele ocorre "quando, literalmente, o cordão umbilical forma tipo um laço, em forma de nó. Normalmente é no final do primeiro trimestre, início do segundo, com 14, 15 semanas, que é quando o bebê ainda tem muito espaço."

A movimentação intensa do bebê permite que o feto, ao passar por dentro do laço do próprio cordão, forme o nó. Chama-se nó verdadeiro porque é, de fato, um laço completo no cordão umbilical. Já um "nó falso" não é um nó real: é apenas uma dobra ou torção do cordão que parece um nó, mas não compromete o fluxo sanguíneo.

Existe risco?

Nó verdadeiro descrito em uma pesquisa científica
Nó verdadeiro descrito em uma pesquisa científica Imagem: Annals of Medical & Health Sciences Research

O risco pode surgir, principalmente, na hora do parto. "Quando o bebê vai sair pelo canal de parto, ele pode esticar o cordão, comprimir esse nó e parar o aporte de oxigênio para o bebê", explica o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli.

Raro, o nó verdadeiro pode causar hipóxia (falta de oxigenação) e sofrimento fetal. "Os principais riscos associados são realmente o comprometimento da passagem de oxigênio e de nutrientes para o bebê", reforça Dalboni.

Identificar o nó verdadeiro durante o pré-natal é possível, mas nem sempre acontece. "Pode-se, sim, identificar o nó verdadeiro de cordão por meio do ultrassom, apesar de que não é tão fácil e simples", explica o ginecologista Alexandre Pupo Nogueira.

É bem difícil esse diagnóstico durante a gestação. Hoje, cada vez mais, a gente tem ultrassom com Doppler, com máquinas de grande qualidade, mas ainda assim é difícil.
Maria Carolina Dalboni

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Fontes: Alexandre Pupo Nogueira é ginecologista e médico associado à Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia); Domingos Mantelli, graduado em medicina pela faculdade de medicina da Universidade de Santo Amaro. Pós-graduado em ultrassonografia ginecológica e obstétrica pelo Instituto Fetus de ultrassonografia. Pós-graduação em Adequação Nutricional e Manutenção da Homeostase - Prevenção e Tratamento de Doenças Relacionadas à Idade pela Universidade de Maringá. Pós-graduado em Ciências da Longevidade pelo Grupo Longevidade Saudável Ítalo Rachid; Maria Carolina Dalboni L. Amaral, ginecologista, obstetra especializada em suplementação hormonal, especialista em saúde da mulher.

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