Toda demência é Alzheimer? Entenda o quadro e os sintomas

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Quando um idoso apresenta perda de memória, desorientação, lentidão nas respostas, as pessoas já acham que é demência, que a pessoa tem Alzheimer. No entanto, essas condições não são sinônimos.
O que é demência?
Classe de doenças com mais de 150 tipos diferentes, incluindo o Alzheimer. O problema se dá sempre que a rotina da pessoa é comprometida por uma alteração nas funções cognitivas, como comunicação, linguagem, orientação espacial, capacidade de planejamento motor ou de processar informações sensoriais.
É chamada de transtorno neurocognitivo maior. Há uma perda real e irrecuperável de células nervosas (neurônios e massa encefálica). É uma mudança mais rápida e precoce do que a que acontece no processo de envelhecimento natural, onde há uma perda discreta. O próprio cérebro começa a se atacar e os cientistas ainda estudam para descobrir o porquê.
Maior parte dos casos ocorre em idosos. O principal fator de risco é a idade, além de falta de controle de doenças como hipertensão e diabetes. Os diagnósticos começam com cerca de 65 anos e, a partir daí, a cada cinco anos a possibilidade de transtorno neurocognitivo maior dobra.
O que é Alzheimer?
Sintomas que mais chamam atenção são o problema de memória e a dificuldade de adquirir novos conhecimentos. O hipocampo é a principal parte do cérebro afetada. Ele é responsável por guardar novas informações, então no início da doença o paciente ainda tem memória de anos atrás, mas se esquece do que fez ontem, por exemplo.
Com o passar do tempo os sintomas vão se agravando. É comum que o paciente apresente dificuldade com linguagem (ele sabe para que um objeto serve, mas não consegue nomeá-lo), ou sofra de desorientação de tempo e espaço (se perdendo em ambientes conhecidos e ficando sem noção do horário que faz atividades).
A evolução tende a trazer ainda a perda da independência. Além disso, há insônia, agitação, resistência à execução de tarefas simples como escovar os dentes, perda da capacidade de controlar estímulos corporais, dificuldade para comer e deficiência motora progressiva. No estágio terminal, há perda praticamente completa da memória, além de dependência total de terceiros para qualquer atividade.

Quais são as outras demências?
Demência vascular. Pode aparecer depois de um AVC que compromete o funcionamento de uma área importante do cérebro, ou então após anos de descuido de doenças como pressão alta e diabetes, que levam a pequenas isquemias que progressivamente afetam o cérebro. Também ocorre perda de memória e é diferenciada do Alzheimer por exames de imagens e por desde o início mostrar reflexos e sensibilidade alterada, o que demora no paciente com Alzheimer. Ainda há uma maior lentificação e dificuldade de atenção.
Demência de corpos de Lewy. O paciente tem tremores, rigidez muscular, lentificação dos movimentos e costuma flutuar entre os sintomas: um dia está ótimo, dois dias depois fica muito mal, depois melhora. Outra coisa que chama atenção para o quadro são alucinações visuais e problemas na memória.
Demência frontotemporal. Afeta os lobos frontais e temporais do cérebro, que têm entre as funções a regulação do humor e comportamento. A pessoa pode adquirir apatia e ficar sem fazer nada, ou pode ficar completamente enérgica e desinibida. A família costuma notar com facilidade. No início, memória e orientação parecem nem ser afetadas.
Demência na doença de Parkinson. A demência de corpos de Lewy e da doença de Parkinson são difíceis de diferenciar. Em Lewy, a proteína tóxica começa a se depositar no córtex, por isso o início é demência. No Parkinson, a substância se deposita nas áreas responsáveis pelo movimento. Pode demorar cerca de dois anos para aparecer após o diagnóstico de Parkinson.
*Com informações de reportagem publicada em 04/02/2019
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