Liga o som no carro? Como ouvir música ao volante pode afetar sua saúde

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Ouvir música ao volante vai muito além de uma forma de passar o tempo — é um recurso que pode afetar diretamente o bem-estar físico e emocional de quem dirige. Segundo estudos e especialistas em psicologia e neurociência, a escolha da trilha sonora dentro do carro pode influenciar desde a memória até a saúde do coração.
Antídoto contra o estresse do trânsito
Dirigir em meio ao trânsito pesado, sobretudo nos horários de pico, é uma das situações urbanas mais estressantes. A tensão constante pode, inclusive, elevar o risco de problemas cardiovasculares, como a hipertensão e o infarto. Nesse cenário, a música aparece como uma aliada.
Pesquisas apontam que ouvir músicas instrumentais enquanto dirige pode aliviar significativamente o estresse cardíaco. Melodias suaves também reduziriam os níveis de ansiedade e pressão sobre o sistema cardiovascular. Isso torna o hábito de escutar canções uma possível estratégia preventiva para a saúde — especialmente em trajetos rotineiros que costumam ser mais tensos.
Além disso, do ponto de vista da psicologia cognitiva, a música tem o poder de reduzir o tédio e elevar o prazer subjetivo. Tudo isso ocorre, em parte, porque escutar uma música favorita ativa no cérebro a liberação de dopamina, o hormônio relacionado ao bem-estar.
Espaço de controle emocional
O carro é frequentemente percebido como um espaço íntimo e controlável. Ao escolher o que ouvir enquanto dirige, o motorista reafirma sua autonomia sobre o ambiente e sobre suas emoções. A música, nesse caso, funciona como uma extensão da identidade da pessoa ao volante, refletindo seu humor, seus gostos.
Esse processo está diretamente relacionado ao conceito de mindfulness, a prática de estar consciente do presente com aceitação e sem julgamentos. Ao mergulhar na música, o cérebro é treinado a focar no aqui e agora, o que ajuda a neutralizar pensamentos acelerados ou negativos que frequentemente surgem no trânsito.
Além disso, o tipo de música escolhido pode influenciar a forma como a pessoa dirige. Canções mais agitadas podem gerar excitação, enquanto melodias mais calmas favorecem um comportamento mais sereno ao volante.
Melhora da memória e empatia
A música também exerce um efeito profundo sobre regiões cerebrais ligadas à memória motora e emocional. Uma canção pode evocar lembranças específicas, imagens mentais e sentimentos associados a pessoas, lugares, trajetos ou fases da vida. O córtex visual e áreas ligadas à emoção entram em ação, promovendo não apenas recordações, mas também compreensão interna.
Agora, músicas novas, por exigirem mais atenção, estimulam o cérebro a reforçar a memória e desenvolver conexões cognitivas. A tentativa de compreender o que o compositor expressava, nas letras ou na melodia, também ativa nosso senso de empatia, algo valioso em um contexto em que a convivência com outros motoristas exige paciência e tolerância.
*Com informações de reportagens publicadas em 19/11/2019 e 26/02/2021
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