8 alimentos e bebidas para evitar no aeroporto e durante o voo

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Viajar de avião envolve não apenas a escolha do destino, mas também atenção ao que se come antes e durante o voo. A pressurização da cabine, a baixa umidade e a redução de mobilidade são fatores que alteram a forma como o corpo lida com certos alimentos e bebidas. De acordo com especialistas consultados por VivaBem, algumas escolhas alimentares podem aumentar o desconforto, gerar mal-estar e até comprometer a saúde durante a viagem.
A seguir, veja quais alimentos evitar e saiba que são as melhores opções para levar na bagagem de mão.
1. Frituras e comidas muito gordurosas

Alimentos ricos em gordura ou fritos devem ser deixados de lado antes e durante o voo. "Alimentos muito gordurosos ou fritos exigem mais tempo e esforço do sistema digestivo, o que pode levar à sensação de estômago pesado, refluxo e até enjoos", explica Eline de Almeida Soriano, médica nutróloga, diretora da Comissão de Título de Especialista e coordenadora científica dos cursos da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia).
Além disso, a redução da circulação de ar, mudanças de pressão e menor mobilidade típica das viagens aéreas agravam esses desconfortos. "Eles retardam o esvaziamento gástrico, dificultando a digestão e favorecendo a produção de gases, inchaço e até cólicas", complementa Thaís Barca, nutricionista esportiva e funcional da Clínica CliNutri.
Ela ressalta ainda que a gordura relaxa o esfíncter esofágico, o que facilita o refluxo e aquela sensação incômoda de arrotos com frequência.
2. Bebidas alcoólicas e cafeína em excesso

O consumo de bebidas alcoólicas e com cafeína deve ser moderado. "Tanto o álcool quanto a cafeína têm efeito diurético e podem contribuir para a desidratação, algo comum durante o voo por conta da baixa umidade do ar na cabine", explica Natalia Ipaves, professora do curso de nutrição da Faculdade Anhanguera de Taboão da Serra (SP).
Além disso, o álcool afeta mais rapidamente o organismo em grandes altitudes, o que pode aumentar o risco de tontura, dor de cabeça, mal-estar e até queda de pressão. Fora o risco de ser impedido de viajar devido ao estado de embriaguez.
Já muita cafeína, que pode vir não só do café, como de energéticos, refrigerantes e outras bebidas, pode provocar também nervosismo, taquicardia, ansiedade e dificuldade para dormir, especialmente prejudiciais em voos noturnos ou longos. Isso pode levar a uma sonolência rebote, afetando os níveis de energia da pessoa quando ela pousa e fica ansiosa para aproveitar a estadia.
3. Alimentos salgados

Snacks industrializados, como batatas fritas, biscoitos e outros alimentos ricos em sódio, são escolhas comuns em aeroportos, mas devem ser evitados. O excesso de sódio favorece a retenção de líquidos e o inchaço, especialmente nas pernas, tornozelos e pés, algo já comum em viagens longas pela diminuição da circulação sanguínea.
Além disso, a ingestão desses alimentos sem uma hidratação adequada pode induzir a uma desidratação compensatória, na qual o corpo retém ainda mais líquido para compensar a perda de água, o que acentua o inchaço.
4. Açúcares em excesso

Optar por doces e alimentos açucarados antes ou durante o voo também não é recomendado. "Alimentos ricos em açúcar provocam picos de glicose seguidos por quedas rápidas, o que pode levar à sensação de fadiga, irritabilidade ou fome precoce", afirma Soriano.
Barca acrescenta que o excesso de açúcar pode fermentar no intestino, resultando em maior produção de flatulência e inchaço abdominal, agravados pela pressão da aeronave. Além disso, compromete o sono. "O açúcar estimula o sistema nervoso, dificultando o relaxamento e o sono, principalmente em voos noturnos" diz a nutricionista.
5. Alimentos que causam gases

Feijão, repolho, brócolis, couve-flor, lentilha, refrigerantes, chicletes e até algumas frutas (como maçã e manga) podem aumentar a produção de gases. "Como a pressão da cabine favorece a distensão abdominal, é melhor evitar esse tipo de alimento antes e durante o voo, principalmente se a pessoa já tem sensibilidade intestinal", orienta a nutricionista Natalia Ipaves.
Além disso, é preciso atenção a certos adoçantes naturais. "Poliois como sorbitol, manitol, eritritol e xilitol fermentam facilmente, causando gases e podendo ter efeito laxativo", alerta Barca. Ela também recomenda cautela com refrigerantes e bebidas gaseificadas, que introduzem gás diretamente no trato gastrointestinal, aumentando o desconforto.
6. Alimentos pré-embalados

Evite levar produtos pré-embalados, como sanduíches gelados, saladas e wraps, na bagagem de mão para comer durante o voo. Iogurtes também entram nessa lista. O principal risco é a contaminação, pois muitos desses alimentos precisam de refrigeração contínua, o que é difícil de garantir em viagens.
"Esses alimentos perecíveis, fora da refrigeração por mais de duas horas, entram em uma zona de risco microbiológico, favorecendo o crescimento de bactérias como Salmonella e E. coli", alerta Thaís Barca. Isso aumenta o risco de intoxicação alimentar e pode causar náusea, vômito e diarreia, o que é extremamente desconfortável durante uma viagem.
7. Refeições self-service e sushi

Alimentos de self-service, especialmente crus como o sushi, exigem rigor na manipulação e conservação. Em locais de grande fluxo de pessoas, como aeroportos, esse controle pode ser falho. Há risco de contaminação cruzada, exposição prolongada à temperatura ambiente e manipulação inadequada. Isso aumenta o risco de infecções intestinais, que podem se manifestar ainda durante a viagem.
8. Bebidas preparadas por máquinas

Consumir bebidas preparadas por máquinas automáticas (café, chocolate quente, cappuccino) em aeroportos pode representar riscos à saúde, especialmente quando a higienização e a manutenção desses equipamentos não são feitas de maneira adequada. Máquinas mal higienizadas podem acumular resíduos de leite no seu interior, que sendo úmido, quente e escuro, cria um ambiente propício para a proliferação de bactérias, fungos e mofo. Sem limpeza adequada, pode ocorrer ainda acúmulo de biofilmes bacterianos nos canos e reservatórios.
Além disso, há o perigo da contaminação cruzada, quando pessoas manuseiam inadequadamente a máquina, colocando objetos nos bicos ou recipientes, favorecendo ainda mais a presença de agentes patogênicos. Esses microrganismos podem contaminar as bebidas, causando intoxicações alimentares ou outros problemas de saúde.
Embora o consumo eventual dessas bebidas possa não causar problemas graves, é importante considerar que, em ambientes como aeroportos, onde o sistema imunológico pode estar mais vulnerável devido ao estresse, cansaço ou mudanças de fuso horário, a atenção deve ser redobrada. Se houver dúvidas quanto à procedência ou higienização das máquinas, a melhor escolha é evitar o consumo dessas bebidas e optar por alternativas mais seguras, como as preparadas em cafeterias.
Opções de lanches para levar na bagagem de mão

Na hora de escolher o que comer no aeroporto ou durante o voo, o ideal é apostar em alimentos leves, naturais e seguros. Veja alguns exemplos sugeridos pelas especialistas consultadas pelo VivaBem para levar na bagagem de mão e comer no avião:
Frutas secas
Frutas frescas como banana, pera e uva
Castanhas sem sal
Mix de sementes
Barras de proteína com baixo teor de açúcar
Barras de cereal com baixo teor de açúcar
Biscoitos integrais ou torradinhas
Snacks à base de grãos ou vegetais
Para manter-se bem durante a viagem, as profissionais também lembram a importância da hidratação. "O ar da cabine é muito seco e favorece a desidratação. Leve sua garrafinha e beba água regularmente durante todo o trajeto", recomenda a nutróloga Eline de Almeida Soriano. Isso ajuda na digestão, melhora a circulação, reduz o risco de inchaço e previne dores de cabeça —incômodos comuns em voos longos.
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