Mal súbito durante atividade física: entenda o que é e como agir

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O mal súbito nada mais é do que uma parada cardíaca, e pode ter diferentes causas. O colapso é definido pela literatura médica como um quadro que acontece de repente, até uma hora dos primeiros sintomas ou 24 horas depois da última vez que a pessoa foi vista no exercício de suas atividades normais.
De acordo com a SOBRAC (Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas), o mal súbito pode ser reversível na maioria das ocorrências, se realizado rapidamente um choque elétrico aplicado no peito (a chamada desfibrilação), por meio de um aparelho denominado DEA (Desfibrilador Externo Automático), ou mesmo quando realizadas massagens manuais de ressuscitação.
Quanto mais rápido for o socorro, maiores as chances de sucesso. A depender da causa e do tempo decorrido até o início do atendimento e sua qualidade, as manobras de ressuscitação cardiopulmonar podem ser bem-sucedidas, evitando a morte e também sequelas, geralmente são neurológicas.

O que fazer nesses casos?
Seria muito importante se todas as pessoas soubessem fazer reanimação cardiopulmonar. Segundo a SOBRAC, a maioria das mortes ocorre fora do ambiente hospitalar, sendo necessário um atendimento rápido para que se evite a morte definitiva ou sequelas decorrentes da parada cardíaca.
Por isso, fique atento ao passo a passo do socorro possível:
Acione ou peça para alguém acionar imediatamente o serviço do SAMU (192);
Ordene que alguém busque um desfibrilador (aparelho que libera uma descarga elétrica que faz o coração voltar ao normal. Ele funciona como um reset, isto é, "reinicia" o coração);
Enquanto o desfibrilador não chega, inicie as compressões torácicas (massagem cardíaca), comprimindo forte e rapidamente. Isso garante a circulação do sangue e mantém a pessoa viva até a chegada do desfibrilador;
Quando o desfibrilador chegar, utilize o aparelho conforme as instruções de uso, até o SAMU chegar.
A cada minuto passado sem o devido socorro, a chance de recuperação diminui em 7% a 10%. A morte cerebral ou permanente ocorre no período de quatro a seis minutos após a parada cardíaca. Após 10 minutos, poucas tentativas de ressuscitação serão bem-sucedidas.

Como reconhecer os sintomas do mal súbito
A morte súbita é o estágio final de uma série de situações que levam à parada cardíaca. Ela pode ser precedida dos seguintes sinais:
- Dor no peito
- Falta de ar
- Fraqueza
- Tonturas
- Palpitações
- Desmaio
- Paralisia do rosto e da perna num dos lados do corpo (sinal de AVC)
- Dificuldade para falar ou compreender a linguagem (sinal de AVC)
- Perda ou obscurecimento da visão -- em um olho só (sinal de AVC)
- Perda do equilíbrio ou coordenação (sinal de AVC)
- Dor de cabeça intensa (sinal de AVC)
Por que o mal súbito acontece e tem como evitar?
Em 80% dos casos, o mal súbito está relacionado a doenças cardiológicas, como obstrução das artérias, e neurológicas, como convulsões e AVC (acidente vascular cerebral). Doenças herdadas e metabólicas (como diabetes), consumo de drogas e fatores genéticos também podem estar relacionados.
O mecanismo desse evento é o resultado de um distúrbio elétrico do coração (arritmia) que interrompe a função de bombeamento e, consequentemente, do fluxo sanguíneo para o corpo.
Em atletas, a explicação para isso é que esses indivíduos são submetidos a uma alta exigência física. Além disso, o uso indiscriminado de substâncias para ganho de massa muscular e melhora da performance (anabolizantes, termogênicos etc.) podem aumentar o risco para esses eventos.
Em esportistas adolescentes e adultos jovens, algumas doenças genéticas associadas a problemas cardíacos (cardiopatia hipertrófica ou displasia arritmogênica do ventrículo direito, por exemplo) podem se manifestar.
Já nos atletas de meia-idade ou mais idosos, a morte súbita ocorre mais comumente como consequência de doença aterosclerótica.
A avaliação médica cardiológica periódica pode identificar essas e outras situações, prevenindo a morte súbita. A depender do risco, o atleta pode ter de encerrar sua carreira esportiva precocemente.
Nas doenças neurológicas, que têm como fator de risco a idade avançada, a prevenção não é possível. Contudo, como o AVC também se relaciona com a arterosclerose e a hipertensão, a estratégia é colocar em prática os cuidados que garantem um estilo de vida saudável e previnem doenças cardiovasculares. Entre eles, destaca-se a alimentação saudável e a prática regular atividade física, além do controle de níveis de colesterol e doenças como hipertensão e diabetes.
*Com informações de reportagem publicada em 08/10/2019
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