Muita lamentação? 7 maneiras de lidar com amigos e parentes reclamões
Colaboração para o VivaBem*
18/06/2025 15h52
Todo mundo conhece pelo menos um reclamão crônico. Essa pessoa está sempre pronta para apontar o lado ruim da vida — seja o tempo, o trânsito, o chefe ou o café fraco. E o problema não são só as lamentações: em dias mais difíceis, o negativismo alheio pode sugar sua energia como um buraco negro emocional.
Ainda que não dê para fugir de todos os pessimistas do mundo, existem formas de blindar a mente contra a nuvem cinzenta. Com empatia e algumas estratégias certeiras, dá até para fazer com que essa pessoa repense o próprio comportamento ou, pelo menos, alivie o clima ao seu redor —afinal, positividade também é contagiosa.
1. Evite o reforço negativo
Se você vira plateia cativa das queixas alheias, cuidado: sem perceber, você pode estar dando sinal verde para o comportamento tóxico continuar.
Claro, empatia é importante. A dica é estar disponível para o outro, mas não em função dele. Durante a conversa, vale demonstrar interesse, mas também colocar limites com gentileza. Dá para dizer, com respeito, que você enxerga as coisas de forma diferente e que o olhar negativo sobre as coisas não faz bem, ou mostrar que o desequilíbrio pode, inclusive, abrir espaço para o outro repensar o roteiro dramático de sempre.
2. Persista no positivismo
Sim, o mau humor pega. Quem nunca saiu drenado de uma conversa com alguém que só vê o lado sombrio da vida, principalmente se estiver numa fase mais vulnerável? A boa notícia é que o otimismo também é contagioso — e você pode ser o vetor dessa virada.
Em vez de apontar o dedo para o negativismo alheio, tente oferecer uma nova perspectiva. Mostre como você encara situações parecidas, sem atacar ou tentar corrigir a pessoa. Essa troca de visões convida à reflexão, não ao conflito. E se der para contar um exemplo real, com atitude e resultado, melhor ainda. Histórias concretas têm mais poder do que qualquer sermão disfarçado de conselho.
3. Aprenda a diferenciar o que é do outro daquilo que é seu
Você não é responsável pelo mau humor do colega de trabalho nem pelos dramas existenciais do seu melhor amigo. O que o outro sente pertence a ele — e é aí que mora a chave: não transforme isso na sua realidade.
O antídoto é o autoconhecimento. Relembrar seus valores, desejos, necessidades e limites é como ajustar o GPS interno para não se perder no turbilhão emocional alheio. É fundamental ter em mente que cada pessoa é responsável apenas pelo seu próprio processo de desenvolvimento, e não pelo do outro.
Isso não quer dizer evitar interagir, mas sim desenvolver um bom filtro para não absorver o que não é seu. Mostrar, com sutileza, que dá para encarar a vida com menos peso pode, inclusive, inspirar quem está do outro lado.
4. Reflita se os conteúdos alheios despertam seus gatilhos
Às vezes, as emoções que a pessoa compartilha ressoam dentro de você. Quando a história do outro começa a te afetar, talvez seja hora de investigar o que isso diz sobre você.
Pode ser que a queixa do colega encoste numa ferida que você nem sabia que estava aberta, ou que o sentimento dele seja um espelho para algo mal resolvido na sua vida emocional. Em vez de seguir no modo esponja, vale parar e se perguntar: "Por que isso me incomoda tanto?" Reconhecer padrões é o primeiro passo para quebrá-los — e crescer com eles.
5. Avalie o sentido e a importância que a relação tem em sua vida
Nem toda relação difícil precisa ser cortada de cara, mas se ela desgasta, precisa ser examinada com lupa. Pergunte-se se é um relacionamento íntimo, próximo e de longa data. Apesar de conter aspectos carregados de negatividade, apresenta lados afetuosos? Existem trocas? Há espaço para as diferenças?
Se, ao pesar tudo isso, a balança pender para a angústia, frustração e sofrimento constantes, talvez seja hora de repensar os termos da convivência — ou mesmo se ela ainda faz sentido. Manter vínculos não deve custar sua saúde mental. Relações saudáveis somam, não drenam.
6. Cuidado com o excesso de empatia
Muitas pessoas falam sobre empatia como se fosse sinônimo de "sentir junto". Mas, na prática, ela é mais sobre "compreender" do que "sofrer com". Ser empático é vestir os óculos do outro para enxergar como ele percebe o mundo, como pensa, sente e reage às situações — não mergulhar na dor dele como se fosse sua. Com isso, você entende o que o outro sente, mas continua com os pés no chão.
7. Ofereça ajuda
Se lidar com o negativismo alheio for um contratempo recente, reflita sobre o que pode estar acontecendo na vida da pessoa. Reclamações constantes, apatia e desânimo podem ser sinais de uma depressão leve. Nessas horas, empatia é mais que simpatia: é tentar entender de onde vem a nuvem cinza e, quem sabe, sugerir uma ajuda profissional. Acolher também é uma forma poderosa de ajudar alguém a sair do breu.
*Com informações de reportagem publicada em 03/03/2021