'Achei que era cansaço, mas descobri esclerose múltipla', diz Carol Ribeiro

Uma estranha indisposição física e mental foi um dos sintomas que levaram a modelo e apresentadora Carol Ribeiro a procurar um médico em agosto de 2023. Ela, que sempre se considerou uma pessoa "ligada no 220", de repente passou a sentir uma fadiga intensa para fazer qualquer coisa.

"Eu pensava 'eu trabalho demais, devo estar cansada'. Você nunca vai pensar que um cansaço é uma esclerose múltipla", relembrou ela, no oitavo episódio da nova temporada do Conexão VivaBem, apresentado por Flávia Alessandra no Canal UOL. Carol foi diagnosticada com a doença em 2023.

Os sintomas da esclerose múltipla podem variar significativamente, incluindo problemas de visão, perda de memória, espasmos, perda de controle motor e fadiga intensa.

A esclerose se chama múltipla justamente porque ela não tem predileção, pode afetar qualquer lugar do sistema nervoso central. Costumo dizer que meu paciente é um universo único, porque um é muito diferente do outro. Marcos Alvarenga, neurologista

Carol também sentiu calorões noturnos, sudorese intensa, dores de cabeça persistentes, tontura e dificuldades cognitivas e visuais. "Os calorões pareciam menopausa, porque esquentavam o corpo, eu suava à noite e também quando estava em ambiente com muita gente, então até achei que pudesse ser pânico, mas eu tinha certeza que não ia acontecer nada comigo", disse a modelo.

Ela fez exames hormonais e a menopausa deixou de ser uma hipótese. Por um curto período, também chegou a fazer um tratamento para a tireoide. "Eu ouvia 'ela é muito magra, ela é fraca', aí até comecei a comer muito, achando que não tinha me alimentado direito".

Segundo Carol, foi uma amiga médica quem a alertou de que os tratamentos que vinha seguindo não faziam sentido e a orientou a procurar seu ginecologista de confiança. Foi esse profissional que a encaminhou ao neurologista.

O diagnóstico era realmente neurológico: esclerose múltipla, uma doença autoimune crônica que afeta o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal).

"A forma simples de explicar a esclerose múltipla é dizer que é uma doença que envolve uma modificação do sistema imune, cujo motivo infelizmente ainda não está totalmente claro para a medicina", explicou o neurologista Marcos Alvarenga, que também participou do programa.

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"O sistema imune se vê alterado de uma forma que busca no organismo da pessoa células que têm uma determinada substância, a mielina. E ataca essas células", acrescentou o médico, explicando que a mielina é uma substância que reveste e protege os neurônios.

No caso de Ribeiro, os sintomas variavam ao longo do ciclo menstrual e, em certos períodos, tornavam inviável sua rotina profissional.

"Perto do ciclo menstrual, eu piorava muito e coisas que, antes do ciclo, eram 5 dias, viraram 10 dias. Eu ficava quase 20 dias do mês sem conseguir fazer meu trabalho", disse Carol. "Também tive fraqueza no meu braço esquerdo, comecei a caminhar mais lentamente, minha visão ficava turva".

Não há um exame único e definitivo para diagnosticar a esclerose múltipla. Alvarenga explica que o diagnóstico se dá por exclusão: é preciso descartar outras doenças com sintomas semelhantes até restar a hipótese mais provável.

Segundo o neurologista, o caminho básico envolve ressonância magnética e análises laboratoriais, como exame de líquor e testes de sangue, para eliminar hipóteses infecciosas ou autoimunes. Um padrão viral no líquor, por exemplo, pode afastar a suspeita de esclerose múltipla.

"Digo para meus pacientes que preciso 'limpar' o diagnóstico", afirmou o médico. "Ou seja, tirar outras possibilidades da frente antes de chegar à conclusão."

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O tratamento da esclerose múltipla combina medicações para controlar o sistema imunológico e reduzir surtos, além de cuidados para aliviar sintomas. Fisioterapia e apoio psicológico também são importantes.

Hoje, após o início do tratamento, Carol afirma que é possível viver com qualidade e diz que transformou sua experiência em ferramenta de conscientização.

"Quando tive o diagnóstico, foi quase que um alívio, foi um baque, mas também um alívio porque você dá um nome e diz 'agora vamos tratar essa doença'", diz ela.

Conexão VivaBem

Semanalmente, Flávia Alessandra comanda um papo sobre saúde, bem-estar e qualidade de vida com convidados especiais. Novos episódios ficam disponíveis toda terça no Youtube de VivaBem e no Canal UOL - na TV, o programa é exibido às 21h30. Assista ao episódio completo com Carol Ribeiro no topo da página.

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