'Comer emocional' não é transtorno em si, mas merece atenção, diz médico

Alterações graves na forma de comer ou se relacionar com os alimentos marcam a vida de quem sofre com transtornos alimentares, gerando prejuízos à saúde e intenso sofrimento psíquico.

Nem todo comportamento alimentar atípico, porém, pode ser considerado um transtorno, mas tudo que compromete a qualidade de vida merece atenção profissional. Essa é a opinião do psiquiatra João Hiluy, que participou do sétimo episódio da nova temporada do Conexão VivaBem, apresentado por Flávia Alessandra no Canal UOL.

Segundo o médico, os três transtornos mais comuns - anorexia nervosa, bulimia nervosa e compulsão alimentar - respondem por cerca de 70% dos casos diagnosticados.

A compulsão alimentar, por exemplo, é caracterizada pelo consumo exagerado de alimentos em um curto período, geralmente acompanhado de uma sensação de perda de controle.

Já a anorexia envolve uma restrição alimentar severa e distorção da imagem corporal, enquanto a bulimia combina episódios de ingestão exagerada seguidos por comportamentos compensatórios, como vômitos.

Hiluy também destacou a inclusão recente de novos diagnósticos, como o transtorno alimentar evitativo/restritivo, que é mais frequente em crianças e adolescentes. "Nem sempre tem ligação com o desejo de emagrecer", explicou o médico.

Há também padrões alimentares disfuncionais que ainda não têm status de doença, mas provocam sofrimento real. É o caso da ortorexia, que se caracteriza por uma preocupação excessiva e exagerada com a alimentação saudável.

Outro exemplo é a vigorexia, um problema psicológico que faz com que os pacientes se enxerguem fracos e sem músculos, quando na verdade são fortes e musculosos.

"O comer emocional também é outro exemplo", acrescentou Hiluy, se referindo a episódios em que a pessoa recorre à comida como uma forma de lidar com emoções negativas - como ansiedade, tristeza, tédio ou estresse -, mesmo sem sentir fome física.

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Todos esses [ortorexia, vigorexia, comer emocional] não são transtornos propriamente ditos. Quando você vai nos livros de psiquiatria, você não tem esses transtornos, mas isso não significa que não sejam padrões que causam algum tipo de prejuízo ou sofrimento e, assim, mereçam atenção profissional. João Hiluy, psiquiatra

O tratamento, segundo o especialista, deve ser multidisciplinar, envolvendo profissionais de saúde mental, médicos e nutricionistas. "Também faz parte tratar as comorbidades que costumam aparecer ao mesmo tempo, como depressão e ansiedade".

Conexão VivaBem

Semanalmente, Flávia Alessandra comanda um papo sobre saúde, bem-estar e qualidade de vida com convidados especiais. Novos episódios ficam disponíveis toda terça no Youtube de VivaBem e no Canal UOL - na TV, o programa é exibido às 21h30. Assista ao episódio completo com Mariana Goldfarb no topo da página.

O Canal UOL também está disponível na Claro (canal nº 549), Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64), Samsung TV Plus (canal nº 2074) e no UOL Play.

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