Hoje, estética é autoestima, não futilidade, diz diretor médico da Galderma

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O que é tendência em estética em 2025 vai muito além do modismo ou do "rosto de Instagram". Segundo o cirurgião plástico Fábio Saito, diretor médico da Galderma, os pacientes estão mais conscientes, iniciando cuidados mais cedo e buscando resultados naturais, que respeitem sua individualidade.
Dados de pesquisa recente comprova o que Saito traz: estudo* realizado entre 3 e 25 de março de 2025 pela Behavior Insights & Brazil Panels, aponta que o bioestimulador de colágeno é agora o tratamento minimamente invasivo mais desejado, com 42% de preferência, à frente da toxina botulínica, que ficou com 22%. A faixa etária mais interessada é a de 45 a 54 anos (30,2%), seguida por 35 a 44 anos (22,3%).
Apesar do interesse, 78,5% dos entrevistados nunca realizaram procedimentos estéticos, tendo o custo elevado (66,9%) e preocupações com segurança (18,5%) como principais barreiras. Entre as mulheres, 82,2% nunca fizeram tratamentos, contra 77,1% dos homens.
Tratamentos não invasivos são os preferidos (57,5%), seguidos por minimamente invasivos (18,5%).
Com 30 anos de atuação no Brasil, a Galderma acompanha de perto essas transformações e aposta em tecnologia para inovar o mercado. Em conversa com VivaBem, Saito explica as principais tendências, os cuidados com os procedimentos minimamente invasivos e o papel da estética na saúde e na autoestima, trazendo saúde integral.
VivaBem: O que está em alta hoje quando o assunto é estética?
Um estudo da Galderma, chamado relatório Next, mapeou seis grandes tendências de comportamento e consumo:
Mindful Aesthetics - Pacientes mais conscientes sobre o impacto ambiental e sobre os próprios objetivos estéticos. Preferem resultados sutis, com uma abordagem sustentável e natural.
Proactive Beauty - Pessoas que começam a cuidar da pele e da estrutura facial antes dos sinais do envelhecimento aparecerem. Há grande interesse por medicina regenerativa e prevenção.
Fast Aesthetics - Pacientes movidos por tendências das redes sociais, que buscam procedimentos rápidos, com resultados imediatos e visíveis.
Expressionality - A beleza como forma de autoexpressão. Especialmente entre os jovens, há um desejo de usar a estética para afirmar identidade e individualidade.
Beauty Fandom - Um nicho que se inspira em referências estéticas de grupos específicos, como celebridades, games ou movimentos culturais.
Cancelling Age - Envelhecer deixou de ser um número. As pessoas se sentem mais jovens do que sua idade cronológica e querem que isso se reflita na aparência.
Vocês percebem um interesse maior de jovens pelos procedimentos?
Sim. Notamos um público cada vez mais jovem interessado em saber sobre procedimentos, mesmo que não façam imediatamente. Diferente de gerações anteriores, que muitas vezes escondiam uma cirurgia ou tratamento, hoje há mais abertura e naturalidade.
Procedimentos estéticos se tornaram parte da rotina de bem-estar para muitos jovens.
Vocês lançaram o produto Restylane Shaype este ano. Qual a proposta?
É um preenchedor de ácido hialurônico feito especialmente para a região do queixo (chamado tecnicamente de mento), uma área antes tratada quase exclusivamente com cirurgia. Agora, conseguimos resultados altamente satisfatórios com um procedimento minimamente invasivo. Isso melhora não só o contorno facial, mas também a autoestima e a relação do paciente com sua imagem.
Existe uma relação entre estética e saúde?

Com certeza. Temos dados mostrando, por exemplo, que pacientes que perderam peso com medicamentos análogos de GLP-1 [como Ozempic e Mounjaro] relatam se sentir visualmente mais velhos.
Ao tratar os efeitos do emagrecimento na pele e no rosto, conseguimos restaurar a harmonia facial e melhorar a autopercepção. Isso impacta diretamente na confiança, nos relacionamentos e até na vida profissional.
Por que os bioestimuladores de colágeno estão em alta?
Eles oferecem resultados naturais e progressivos. O Sculptra, da Galderma, por exemplo, está no mercado há mais de 25 anos e hoje entendemos muito melhor como ele age. Ele estimula a produção de colágeno tipo 1 —essencial para a firmeza e elasticidade da pele— e também inibe a degradação do colágeno existente. Isso proporciona uma melhora geral da qualidade da pele, sem exageros.
Eles podem ser usados junto com ácido hialurônico e toxina botulínica?
Sim, e é isso que torna os tratamentos mais eficazes.
A toxina botulínica suaviza rugas causadas por movimentação muscular. O ácido hialurônico preenche e hidrata, e o bioestimulador ativa o colágeno da própria pele. Juntos, eles permitem uma abordagem completa e personalizada, com foco na longevidade da beleza.
Quais cuidados a pessoa deve ter ao escolher quem vai aplicar esses produtos?
É essencial procurar um profissional de saúde habilitado e autorizado por seu conselho de classe. O local também deve ser regulamentado e aprovado pela Anvisa. São procedimentos minimamente invasivos, mas não isentos de riscos. Segurança deve vir sempre em primeiro lugar.
Meninas estão começando muito cedo com skincare?

Sim, há um interesse precoce, especialmente influenciado pelas redes sociais. É importante, no entanto, ter orientação profissional. Skincare deve ser baseado em ciência, com rotinas simples, eficazes e adequadas à idade. Crianças e adolescentes nem sempre precisam de ativos potentes, e o uso inadequado pode trazer prejuízos à pele.
A estética ainda é vista como futilidade?
Felizmente, essa visão vem mudando. Cuidar da aparência impacta diretamente na autoestima e no bem-estar emocional. Também influencia na forma como a pessoa se posiciona no trabalho e em seus relacionamentos.
Ainda são poucos os brasileiros que têm acesso a esses procedimentos —cerca de 4%—, mas o número vem crescendo. E, com mais informação, acesso e profissionais capacitados, estética passa a ser entendida como parte integral da saúde.
*Pesquisa ouviu 931 pessoas (72% mulheres) de forma online. Sobre a classe social, os respondentes se dividem em A - 14,7%; B - 18,4%; e C - 66,9% (segundo o Censo do IBGE, mais de 50% da população brasileira se enquadra nas classes D e E). A região do Brasil: Sudeste - 43,8%; Nordeste - 23,3%; Sul - 18,3%; Centro-Oeste - 10%; e Norte - 4,6%.
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