Lore Improta é criticada por desfralde da filha aos 3 anos; há idade certa?

A dançarina Lorena Improta compartilhou em suas redes sociais o momento em que a filha Liz faz cocô no penico pela primeira vez. Diversos internautas criticaram a atitude da família, alegando que o processo de desfralde da menina, que irá completar quatro anos em setembro, é tardio.

Existe idade certa para o desfralde?

Não existe idade certa para iniciar o processo, mas sim o momento adequado. O desfralde faz parte do amadurecimento físico, emocional e sociocultural da criança. Não cabe ao adulto responsável por ela determinar uma data, mas sim estimular e apoiar a criança quando ela dá os sinais de prontidão, como permanecer com a fralda seca por períodos mais longos, demonstrar incômodo devido à fralda suja e tentar tirá-la, não querer fazer xixi ou cocô na frente de outras pessoas, e avisar antes de fazer suas necessidades.

Desfralde é um dos marcos de desenvolvimento da infância. Assim como andar e falar, o processo de deixar de usar a fralda tem uma janela considerada padrão, mas a idade em si pode variar entre as crianças. O desfralde diurno, por exemplo, costuma ocorrer entre 2 e 4 anos de vida, enquanto o noturno acontece geralmente até os 6 ou 7 anos.

No entanto, estes números não são absolutos, e o desfralde pode acontecer antes ou depois sem necessariamente indicar um problema. Respeitar a velocidade do desenvolvimento de cada criança é fundamental. Quando os pais ou cuidadores tentam antecipar esse momento, há o risco de confundi-la e gerar complicações como prisão de ventre e infecções urinárias.

Para abandonar a fralda, criança precisa ter consciência de quando e como controlar os esfíncteres. Na prática, isso significa que ela consegue segurar o xixi e o cocô. Ela precisa se sentir segura e tranquila para perceber as necessidades fisiológicas. Ao nota-las, a criança dá atenção a essas necessidades e aprende a calcular o tempo que necessita para chegar ao banheiro.

Há três fases de conscientização e conhecimento do corpo. Na primeira, a criança avisa que fez xixi e/ou cocô; na segunda, ela avisa que está fazendo; na terceira, avisa que quer fazer.

Caso seja necessário, busque ajuda profissional. O pediatra pode auxiliar na avaliação individual da criança e indicar abordagens para estimular o processo de maneira humanizada. A cobrança quanto ao desfralde deve ser proporcional à maturidade da criança, sem estressá-la, pois, quanto mais pressão, maior o risco de ela desenvolver um trauma.

Itens como penico podem auxiliar no processo

Diversos produtos podem ser utilizados ao longo do desfralde. O redutor de assento, por exemplo, diminui o tamanho do buraco do vaso sanitário, fazendo com que a criança tenha mais conforto e equilíbrio para fazer suas necessidades sem sentir medo de cair no vaso. Além do redutor simples, há também aqueles com escadinhas e apoio lateral para as mãos, aumentando a comodidade para a criança.

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Penico também pode ser uma alternativa. Nele, a criança consegue sentar sozinha, sem a ajuda de um adulto, e ela assume uma posição de cócoras, o que favorece o esvaziamento completo da bexiga e do reto.

Por ser fácil de manipular, no início do desfralde é possível carregar o penico pelos cômodos da casa. Isso pode facilitar o reconhecimento dos sinais dados pela criança. No entanto, o mais indicado é que ela se habitue a usá-lo no banheiro.

Apesar de não haver problema em meninos fazerem xixi sentados, algumas famílias optam por oferecer um mictório. O equipamento também é um aliado lúdico, uma vez que existem modelos com brincadeiras de acertar o alvo. Isso pode aumentar o interesse dos meninos e a habilidade de manusear o pênis para fazer xixi. O mais indicado é que a criança se habitue a usar o mictório no banheiro.

Assim como não há uma idade certa para o desfralde, não há um item obrigatório para todas as famílias. Ao conhecer as vantagens e desvantagens de cada produto e o comportamento e a funcionalidade da criança, os pais devem escolher o que fizer mais sentido naquele contexto familiar. A escolha pode se basear em alguns fatores como: espaço, acesso, limpeza e aceitação da criança.

*Com informações de reportagens publicadas em 01/12/2016 e 15/10/2022

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