Testosterona turbinada: é possível elevar o hormônio com musculação?

Quem treina pesado sabe: ganhar massa muscular vai muito além de levantar peso — é uma dança química no seu organismo. No centro desse espetáculo está a testosterona, o hormônio de ação anabólica que age como um pedreiro hiperativo, auxiliando na reconstrução do tecido muscular que você destruiu (estrategicamente) na academia. De quebra, ela ainda melhora sua força, dá um gás extra na disposição e, sim, também aquece a libido.

Por isso, elevar naturalmente o nível de testosterona tem efeitos positivos nos resultados do treino tanto para homens quanto para mulheres. E você pode conseguir isso fazendo os exercícios certos na academia.

O poder está nos movimentos certos

Um estudo publicado no periódico The Journal of Strength & Conditioning Research recrutou dez homens jovens e fisicamente ativos para um teste de força: seis séries de dez repetições no leg press e agachamento. Após os exercícios, os pesquisadores mediram os níveis hormonais dos participantes imediatamente, depois de 15 minutos e, por fim, após meia hora. Os resultados mostraram que não só a testosterona aumentou, mas também o hormônio do crescimento (GH) —também importante para a construção muscular— e o cortisol, comum em situações de estresse.

A lógica é simples: quanto maior a quantidade de massa muscular envolvida no exercício, maior será o impacto metabólico e, consequentemente, maior será o estímulo na síntese de testosterona. Exercícios que movimentam várias articulações ao mesmo tempo — como ombros e cotovelos, quadris e joelhos — são os campeões nesse quesito, já que envolvem diversos grupos musculares simultaneamente. Pense em movimentos como supino, remada, flexão, afundo e o temido levantamento terra. Eles são como comandos para o seu corpo liberar mais testosterona na corrente sanguínea.

Além disso, algumas atividades aeróbicas de alta intensidade e curta duração — como aqueles tiros de corrida que fazem o coração disparar— também geram grande estresse metabólico e podem estimular a produção de testosterona.

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Imagem: iStock

Todo exercício conta, até os menores

Agora, não se engane: exercícios focados, que parecem menores, também têm seu valor. Uma carga aplicada no bíceps, por exemplo, gera um estímulo mecânico localizado importante que, por sua vez, aumenta os receptores de testosterona, o que também ajuda na hipertrofia.

Só que não adianta focar só nos hormônios e esquecer o básico: sua saúde, o descanso, a regularidade dos exercícios e a alimentação equilibrada são peças fundamentais desse quebra-cabeça.

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Excesso também derruba a testosterona

Fazer mais séries do que o indicado pelo professor, pegar mais peso do que o necessário ou não dar o tempo certo para os músculos descansarem entre os dias de treinamento é o caminho certo para gerar um grande estresse no organismo e acabar trazendo efeito contrário.

Quando uma pessoa faz atividade física além do necessário, o que é chamado de overtraining, parte da produção hormonal pode ficar comprometida. É por isso que, antes de se preocupar com o nível de testosterona, você deve pensar em fazer uma quantidade de exercício adequada.

*Com informações de reportagem publicada em 01/10/2018

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