Alergia ao leite de vaca: entenda quadro que levou filho de Viih Tube à UTI

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A influenciadora digital Viih Tube, 24, revelou que o filho Ravi, hoje com seis meses, foi diagnosticado com APLV (alergia à proteína do leite de vaca) quando tinha poucos dias de vida e precisou ficar internado na UTI.
O que é a APLV
A APLV é uma reação alérgica às proteínas presentes no leite e em seus derivados. Além do líquido em si, alimentos como queijos, iogurtes, manteiga e creme de leite, por exemplo, contêm as proteínas que podem provocar a condição. Mais comum em crianças com menos de três anos, a APLV pode representar riscos à saúde caso não seja tratada adequadamente.
Uma das principais causas entre os bebês é a introdução precoce do leite de vaca. As proteínas do leite materno são diferentes das presentes no leite de vaca, o que pode desencadear a alergia.
Existem três tipos de APLV:
- IgE Mediada: reações imediatas, aparecem de segundos até duas horas após a ingestão do leite;
- IgE não Mediada: reações tardias, podem aparecer horas ou dias após a ingestão do leite;
- e mistas: as reações podem surgir de forma imediata e tardia após a ingestão do leite.
Alergia é diferente de intolerância. Apesar de serem desencadeadas pelo mesmo alimento, essas condições são correspondem ao mesmo quadro. Na intolerância, o organismo não é capaz de digerir um certo nutriente. Neste caso, seria a lactose, que é o açúcar do leite. Isso ocorre devido à falta de uma enzima chamada lactase, que quebra este açúcar em versões menores. Sem a enzima, a lactose vira alimento para bactérias no intestino, o que provoca fermentação no órgão. Já nos casos de alergia, acontece uma reação do sistema imunológico ao consumo do alimento, que o encara como um risco ao organismo.
A APLV exige uma dieta rigorosa, sem nenhum contato com a proteína do leite de vaca. É necessário, também, ficar atento aos rótulos dos alimentos. Substâncias como caseína e soro, por exemplo, significam que há leite naquele produto.
A falta de leite pode resultar na carência de cálcio e algumas vitaminas, o que torna necessário um acompanhamento médico e nutricional. Em alguns pacientes mais graves, contatos indiretos, como o cheiro da fervura do leite, o uso de uma esponja com resquícios de alimentos do tipo, ou mesmo o beijo de alguém que acabou de consumir leite ou derivados podem resultar em reações alérgicas.
No caso de bebês com APLV que são amamentados, a mãe geralmente precisa excluir leite e derivados da dieta. Essa recomendação é indicada já que as proteínas do leite de vaca são transmitidas ao bebê via leite materno. No caso de bebês que se alimentam com fórmulas infantis, é necessário oferecer produtos específicos, sem a proteína do leite de vaca.
Qualquer pessoa pode desenvolver esse tipo de alergia. No entanto, a condição é muito mais comum nos primeiros meses de vida e tende a desaparecer nos primeiros anos da infância. Segundo dados de 2022 do Ministério da Saúde, um estudo que coletou dados em 20 municípios das cinco regiões brasileiras encontrou uma prevalência de APLV de 5,4% em crianças até dois anos de idade. Em adultos, casos de APLV são considerados raros.
No caso de Ravi, o diagnóstico aconteceu com poucos dias de vida. Ainda recém-nascido, ele foi internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde tratou uma enterocolite. A inflamação no intestino do bebê se desenvolveu justamente por conta da APLV, segundo Viih Tube (veja o relato completo abaixo).
Sintomas e diagnóstico variam conforme o tipo de alergia
Quando a APLV aciona o anticorpo imunoglobulina E (IgE), o organismo produz anticorpos contra o leite. É como se o corpo entendesse que precisa atacar essa proteína para se defender. Os principais sintomas são:
- Inchaço nos olhos e boca;
- Manchas vermelhas pelo corpo;
- Urticárias;
- Desmaio;
- Falta de ar;
- Tosse;
- Vômito;
- Diarreia;
- Choque anafilático.
Nos casos em que a proteína do leite entra em contato com a mucosa intestinal, há uma ativação do sistema imunológico que produzirá sintomas locais. Estes sintomas demoram mais tempo para desaparecer:
- Diarreia;
- Má absorção dos alimentos;
- Inflamação;
- Sangue nas fezes;
- Vômito;
- Desnutrição.
No terceiro tipo, o misto, pode haver um pouco dos sintomas das outras duas manifestações. Nestes casos, podem ocorrer desde diarreia até o choque anafilático.
Assim como os sintomas, o diagnóstico depende do tipo de APLV apresentada. Nos casos em que a suspeita indica a produção do anticorpo imunoglobulina E (IgE), é analisada a frequência dos sintomas e também a cronologia das reações ao alimento. Também podem ser solicitados exames laboratoriais (cutâneos ou de sangue) para detectar a eventual presença do anticorpo. Já no tipo que atinge a mucosa intestinal, o paciente é diagnosticado mediante a análise do quadro clínico e pela resposta à dieta de exclusão do alimento.
*Com informações de matérias publicadas em 16/06/2015 e 26/03/2019
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