Pescoço e ombros travados: como aliviar dores físicas causadas por estresse

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Sofre com tensão nos ombros, dor na nuca, pescoço enrijecido? É o estresse dando as caras, pois ele não influencia só na mente. Essas regiões do corpo são alvos favoritos quando o sistema nervoso entra em modo de emergência.
Basta um gatilho: uma discussão, uma notícia ruim ou o excesso de trabalho. Rapidamente, áreas do cérebro como a amígdala, o hipotálamo e o sistema límbico são ativadas. A resposta vem em forma de dois mensageiros hormonais de peso: cortisol e adrenalina. Eles circulam pelo corpo para preparar a fuga ou o ataque, mesmo que o perigo seja só uma planilha no computador.
Esses hormônios aumentam a frequência cardíaca, aceleram a respiração e provocam contrações musculares, especialmente na cervical posterior, a parte de trás do pescoço. A tensão se espalha para os ombros, que endurecem, perdem mobilidade e acumulam dor.
Quando o desconforto acende o alerta
A área do pescoço e ombros é particularmente vulnerável. Tem pouca massa muscular, serve de suporte para a cabeça (que pesa cerca de 5 kg) e ainda sofre com má postura, longas horas sentado e falta de movimento. Resultado: rigidez, dores crônicas e até enxaquecas tensionais. Não é exagero dizer que o estresse literalmente pesa sobre os ombros.
A dor pode começar discreta, mas merece atenção quando:
Persiste por dias, mesmo com descanso ou remédios simples;
Impede o movimento, como virar o pescoço ou levantar os ombros;
Vem acompanhada de formigamento, fraqueza muscular ou perda de sensibilidade nos braços e mãos.
Nesses casos, é essencial procurar um profissional de saúde. Os mais indicados? Ortopedistas, neurologistas ou, se houver envolvimento da mandíbula, o cirurgião bucomaxilar.
Exercícios que garantem alívio
A boa notícia é que dá para reduzir essas dores com simples mudanças de hábito. Especialistas recomendam pausas diárias para exercícios rápidos que relaxam os músculos tensionados. Aqui vão alguns exemplos:
Movimente a cabeça: dez vezes para frente e para trás ("sim"), dez vezes para os lados ("não") e dez rotações suaves com o pescoço;
Elevação de ombros: inspire profundamente, eleve os ombros como se quisesse encostá-los nas orelhas, segure dez segundos e solte ao expirar. Repita dez vezes.
Deite-se no chão: com uma toalha como apoio da cabeça e um travesseiro sob os joelhos, alinhe bem a coluna e relaxe por alguns minutos.
Com três dias de prática contínua, muitos já relatam melhora significativa.
Cuide também da saúde mental

De nada adianta alongar, se o estresse continua comandando você. Por isso, vale investir em hábitos que controlam o sistema nervoso:
Respiração diafragmática: inspire pelo nariz, expandindo o abdome (e não o peito), e expire lentamente pela boca. Faça isso por alguns minutos sempre que sentir tensão.
Atividades físicas: caminhada, dança, musculação, qualquer movimento ajuda a liberar serotonina, o neurotransmissor do bem-estar.
Ioga e meditação: atuam diretamente na regulação da mente e do corpo, promovendo foco, relaxamento e flexibilidade.
Chás calmantes: camomila, melissa e valeriana são boas pedidas para reduzir a ansiedade antes de dormir.
Sono com qualidade: à noite, tente desligar a mente de decisões e compromissos. Seu travesseiro não é sala de reunião.
Se mesmo assim a tensão continuar, vale procurar ajuda especializada. Psicólogos e psiquiatras são profissionais fundamentais no combate ao estresse crônico.
*Com informações de reportagem publicada em 06/07/2020
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