Biden não fazia exame que rastreia câncer desde 2014; para quem é indicado?

Joe Biden, ex-presidente dos Estados Unidos, foi diagnosticado com uma forma "agressiva" de câncer da próstata, com metástase nos ossos. De acordo com o porta-voz dele, a última vez que Biden fez um exame de PSA (dosagem do antígeno prostático específico, em inglês), conhecido por rastrear a doença, foi em 2014, quando tinha 71 anos —atualmente, ele tem 82.

Como é exame e quem deve fazer?

Exame de PSA avalia a quantidade do antígeno prostático específico a partir da amostra de sangue. Na maioria dos homens, o nível de PSA costuma permanecer abaixo de 4 ng/ml. Se o nível esta entre 4 e 10, há uma chance em quatro de câncer. Alguns pacientes com nível normal de PSA podem ter um tumor maligno, que pode até ser mais agressivo, por isso esse exame não pode ser a única forma de diagnóstico.

Periodicidade do exame depende do paciente. De acordo com a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), frequência é bastante variável, podendo ser anual ou mesmo a cada quatro anos. Quem vai decidir é o urologista que acompanha a pessoa.

Exame de toque é realizado junto ao PSA. Rastreamento deve ser feito a partir dos 50 anos. Se houver fatores de risco, como casos da enfermidade na família, em parentes de primeiro grau, ou se o indivíduo for negro, o exame deve ser realizado a partir dos 45 anos.

Exames ajudam a diagnosticar a doença. O câncer só é confirmado após biópsia, que é indicada ao encontrar alguma alteração no PSA ou no toque retal. O Ministério da Saúde, por exemplo, indica que os exames sejam feitos apenas se houver suspeita de um caso por um médico especialista — no entanto, alguns médicos continuam defendendo o rastreio ativo da doença.

Quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico, maiores são as chances de cura. O índice de cura, no caso de tumores localizados, pode chegar a 90%.

Câncer de próstata é silencioso

Na maioria dos pacientes, tumor não provoca sintomas em seus estágios iniciais. Os primeiros costumam aparecer em fase mais avançada. São eles: dificuldade para urinar (demorar para começar e terminar); necessidade de urinar mais vezes durante o dia e/ou a noite; diminuição ou alteração no jato de urina; dor ou ardor ao urinar; presença de sangue na urina ou no sêmen; dor ao ejacular; alteração nas fezes (pois o tumor pode pressionar o intestino).

O que causa o câncer de próstata?

Idade. Problema é mais comum após os 50 anos, devido ao envelhecimento natural do órgão.

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Genética e histórico familiar. Quando um indivíduo tem pai ou irmão que foi diagnosticado antes dos 60 anos com câncer de próstata, o risco de ter o problema é de três a dez vezes maior que na população geral. Homens negros carregariam variantes genéticas que aumentariam o risco, apontam estudos.

Estilo de vida. Entre os hábitos ruins que aumentam o risco da doença, podemos citar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, sedentarismo, tabagismo e a má alimentação. Para driblar o câncer, é importante comer mais vegetais e evitar fast-food, alimentos processados e refrigerantes, além de fazer exercícios físicos regularmente —cerca de 30 minutos, ao menos cinco vezes por semana.

Obesidade. O excesso de gordura corporal deixa o organismo em um estado de inflamação constante e afeta a produção de vários hormônios. Tudo isso aumenta o risco de células se desenvolverem desordenadamente, dando origem a diversos tumores.

Uso de anabolizantes.

*Com informações da Reuters e de matérias publicadas em 11/09/2018, 21/11/2022, 16/02/2023. e 10/11/2023.

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