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Eduardo Costa diz que cabelo caiu por uso de anabolizantes; qual a relação?

Eduardo Costa diz ter feito implante capilar para contornar calvície provocada pelos anabolizantes Imagem: Reprodução/Instagram @eduardocosta

Colaboração para VivaBem*

20/05/2025 13h56

Após aparecer careca em um festival, o cantor Eduardo Costa revelou que fez um transplante capilar para solucionar uma calvície provocada pelo uso "de muita bomba, muito anabolizante".

Qual é a relação entre este tipo de droga e a calvície?

As substâncias anabolizantes estimulam de forma acelerada a produção de testosterona no organismo. Neste processo, há um aumento da dihidrotestosterona, uma derivação do hormônio masculino (que as mulheres também têm), que em desequilíbrio promove o afinamento e a queda dos cabelos.

A dihidrotestosterona também é um dos fatores que agravam quadros de calvície, principalmente em quem já tem tendência à alopecia androgenética. Ou seja, quem já possui uma predisposição à calvície, ao fazer uso de esteroides, pode acelerar seu aparecimento ou piorar condições de queda capilar.

Processo pode afetar tanto homens quanto mulheres. A ex-BBB Aline Dahlen relatou que começou a perder cabelo após fazer uso de "bomba".

Substâncias podem causar de infarto à impotência

Uso de anabolizantes para fins estéticos pode causar efeitos colaterais, danos permanentes e risco de morte. Além da queda de cabelo, infarto, impotência sexual, distúrbios da função do fígado, nefrite (inflamação do rim) e aumento da pressão arterial, problemas ligados à circulação, como trombose e arritmias, além de crescimento de tumores como câncer de mama, próstata e intestino estão entre as complicações mais graves.

Acne, ginecomastia (crescimento de mamas), atrofia de testículos, alterações de voz ou do padrão de crescimento de pelos também são efeitos comuns e indesejados em homens. Eles, assim como elas, também podem sofrer de infertilidade.

Saúde mental também é afetada. Os esteroides anabolizantes podem levar a comportamento agressivo, ansiedade, paranoia e até alucinações. Usuários comumente sentem impulsividade, intolerância, veem mudança de humor súbita e ciúme patológico. Pessoas com tendência ou transtorno prévio podem sentir piora do quadro.

Nas mulheres, o uso pode levar ao surgimento de características sexuais secundárias masculinas. Por exemplo, crescimento de pelos no rosto, engrossamento da voz, pele mais grossa e oleosa, diminuição dos seios, aumento de apetite, irregularidade nos ciclos menstruais e até aumento do tamanho do clitóris.

Os efeitos ocorrem durante o uso, mas podem se prolongar após interrupção. Os danos são cumulativos e, nos homens, o uso de hormônio artificial bloqueia a produção própria de testosterona. "A função do testículo fica muito reduzida [com o uso de anabolizantes] até que, depois de meses ou anos [após a interrupção], ela vai retornando. Mas, em alguns casos, a produção de testosterona pode ficar comprometida para sempre", disse Henrique Cardoso Cecotti, endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em entrevista à Agência Einstein em junho de 2023.

O que são os anabolizantes?

Os esteroides anabolizantes e androgênicos são hormônios sintéticos. Eles foram criados para tratar deficiências na quantidade de testosterona ou de outros hormônios andrógenos produzidos nos testículos. Entre as condições que podem, comprovadamente, ser tratadas com eles estão puberdade tardia, hipogonadismo (produção insuficiente de hormônio sexual), micropênis neonatal (condição rara na qual o tamanho do pênis é menor do que o padrão em recém-nascidos) e caquexia (perda extrema de tecido adiposo, osso e músculo, comum em pacientes oncológicos). Nestes casos, há indicação científica para tratar as doenças.

O uso para fins estéticos é vetado. Em 2023, o CFM (Conselho Federal de Medicina) proibiu a prescrição médica de terapias hormonais "com finalidade estética, para ganho de massa muscular e/ou melhora do desempenho esportivo". A justificativa da medida é a inexistência de comprovação científica que sustente o benefício e, principalmente, a segurança do paciente ao utilizar essas terapias.

*Com informações de reportagens publicadas em 02/10/2019, 03/06/2023,18/06/2023, 22/04/2024 e 18/03/2025.

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