Dor pós-treino: como saber se é sinal de evolução ou alerta de lesão?

Nem sempre aquela dor depois do treino é sinal de algo errado. Ela pode ser parte do processo de adaptação e fortalecimento do corpo e significar que o treino funcionou. Entretanto, quando exagerado e prolongado, o incômodo pode ser uma lesão.

Quando a dor do pós-treino é normal

A dor muscular tardia costuma atingir seu ápice entre 24 e 48 horas após a atividade física. Em geral, ela dá trégua depois de alguns dias (normalmente entre três e cinco) e, muitas vezes, nem chega a atrapalhar a rotina de treinos. Um bom aquecimento já costuma aliviar o desconforto.

Observe os seguintes sinais:

Fadiga e rigidez muscular: o corpo parece "travado" e com menos disposição para se mover;

Dor mais difusa: em vez de um ponto específico, a sensação dolorosa se espalha, atingindo toda a coxa, peitoral ou grupo muscular envolvido;

Perda de força: você sente que não consegue mais levantar os mesmos pesos ou sustentar o corpo como antes;

Limitação dos movimentos: dificuldade leve a moderada para realizar movimentos normais, como agachar, levantar os braços ou até subir escadas.

Sentir esse tipo de dor significa que é hora de pegar mais leve e não continuar forçando. Se o corpo está dando sinais de exaustão, o melhor a fazer é ouvir e descansar. Forçar a musculatura nesse estado pode transformar microlesões inofensivas em lesões de verdade, e aí o problema é bem mais sério.

Quando é mais do que só dor muscular

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Imagem: iStock
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Se o incômodo muscular persiste por mais de cinco dias ou se a dor aparece de forma aguda, como uma fisgada ou pulsação dolorosa, o corpo pode estar lidando com uma lesão de verdade. Nesse caso, insistir nos exercícios é pedir para o problema aumentar.

Outro ponto de atenção: sentir dor sempre no mesmo lugar, toda vez que você repete determinado movimento. Isso pode indicar sobrecarga em uma região específica e, se ignorado, pode evoluir para uma contusão mais séria.

Sinais de que há uma possível lesão:

Dor que não passa após três a cinco dias: o desconforto persiste mesmo com descanso, gelo e cuidados básicos;

Sensação de dor aguda ou latejante: não é aquela dorzinha chata e difusa — é uma pontada específica, intensa e localizada;

Aparecimento de hematomas, inchaço ou vermelhidão: sinais visuais como esses indicam inflamação ou rompimento de tecidos;

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Desconforto repetitivo na mesma área: dor sempre no mesmo ponto (joelho, quadril, tornozelo, ombro) durante ou após o exercício pode ser sinal de sobrecarga ou desalinhamento postural;

Dor reincidente que não some com o repouso: se o incômodo vai embora, mas volta toda vez que você treina, é hora de investigar.

O recado é simples: atividade física deve trazer bem-estar, não dor constante. Sentiu algo estranho? Pause o treino e procure um especialista.

*Com informações de reportagem publicada em 07/05/2019

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