Como entender o que criança sente? 5 comportamentos que falam por ela
Colaboração para VivaBem
14/05/2025 11h21
A criança pode ter dificuldade para dizer que algo está errado, mas o corpo e o comportamento dela são ótimos mensageiros. Saber decifrar esses sinais pode ser fundamental para evitar que pequenos incômodos virem grandes sofrimentos.
1. Resistência em ir à escola: algo vai mal
Se ir para a escola for um desconforto persistente mesmo depois da fase de adaptação, algo mais profundo pode estar em jogo.
O que observar com olhar adulto:
O ambiente acolhe ou assusta? Há sensibilidade dos profissionais com o sofrimento infantil?
A criança está apenas se adaptando, ou está sendo colocada em um ambiente que ela percebe como hostil?
2. Choro frequente: alarme emocional do bebê
Crianças muito pequenas, especialmente até os dois anos, não falam o que sentem, e quando algo vai mal, choram. Se o choro é constante em determinadas situações (ir para algum lugar, ficar com alguém, ou ao se aproximar de uma atividade), é o equivalente a um adulto que sente ansiedade só de pensar em entrar no trabalho.
Tradução adulta: esse ambiente ou rotina está me causando estresse e não me sinto protegido(a) aqui.
3. Silêncio absoluto: é mais do que só cansaço
Nem toda criança volta da escola animada, querendo contar cada detalhe do dia. Mas quando o silêncio vem com um ar de apatia, como se o brilho dos olhos tivesse se apagado, é sinal de que o cansaço pode ser emocional.
Pontos-chave para os adultos:
Observe se o cansaço vem acompanhado de tristeza.
Uma criança sem energia, sem vontade de interagir, pode estar vivendo um desgaste emocional contínuo.
4. Agressividade: o corpo vira escudo e arma
Explosões de raiva, ofensas, empurrões ou tapas não são só "birras". Em muitos casos, são respostas desesperadas a situações que a criança não entende, mas sente como injustas ou dolorosas. E adivinhe: os principais alvos costumam ser os pais porque, do ponto de vista infantil, são eles que deveriam proteger o filho do sofrimento.
Tradução emocional: estou frustrado(a), com medo ou me sentindo desamparado(a). Não sei como pedir ajuda, então ataco.
5. Alterações de fome e sono: tensão constante
Comer e dormir são atividades que exigem segurança. Se a criança para de comer como antes, dorme mal ou tem dificuldade para adormecer, pode ser um reflexo direto de um ambiente emocionalmente instável.
O que o comportamento diz: meu corpo está em estado de alerta. Não me sinto seguro(a) para relaxar ou confiar nos cuidados ao meu redor.
Esses sinais são especialmente comuns em bebês, que ainda não têm linguagem verbal para expressar desconfortos.
Tudo pode ser um pedido de ajuda
O desafio dos adultos é ouvir o que está sendo dito nas entrelinhas. Observar (inclusive cada parte do corpo da criança), acolher, perguntar com delicadeza (e ouvir de verdade) são atitudes simples que fazem toda a diferença.
Para a criança, o mundo ainda é um lugar imenso e misterioso. Ela precisa de adultos atentos para ajudá-la a navegar pelas emoções que ainda nem sabe nomear.
*Com informações de reportagem publicada em 20/05/2022