Remada cavalinho: exercício esculpe costas fortes e define shape em 'V'
Colaboração para VivaBem*
13/05/2025 12h01
Você já ouviu falar em torque e braço de alavanca? Pode parecer papo de engenheiro, mas esses dois conceitos da física clássica podem ser grandes aliados na hora de treinar. Entender como eles funcionam pode ser o segredo para ajustar a dificuldade de um exercício como a remada cavalinho (também conhecida como t-bar row com suporte fixo).
O que é remada cavalinho
Visualize o seguinte: uma barra longa, com uma das pontas presa ao chão, enquanto a outra fica livre para você puxar com os braços, geralmente com anilhas encaixadas. Esse é o cenário da remada cavalinho — um exercício clássico para treinar as costas.
Músculos recrutados:
Latíssimo do dorso: responsável por puxar a carga em direção ao corpo.
Trapézio: trabalha nos bastidores, estabilizando as escápulas.
Romboides: também entram em cena para aproximar as escápulas, o que ajuda na postura e no controle do movimento.
A física do treino
Agora entra a parte científica. Dois conceitos explicam por que mudar a posição das mãos transforma o exercício:
Braço de alavanca: é a distância entre onde você aplica a força (as mãos na barra) e o ponto de apoio da alavanca (a base da barra presa ao chão). Pense em uma gangorra: quanto mais longe você senta do centro, maior o braço de alavanca.
Torque: é o famoso "momento de força", ou seja, a tendência de um objeto girar ao redor de um ponto fixo. A fórmula é simples: torque = força aplicada x braço de alavanca.
Quanto maior o braço de alavanca, menor precisa ser a força para gerar o mesmo torque. E o oposto também vale.
Por que a pegada muda tudo?
Pegada mais longe da base (mais perto das anilhas):
O braço de alavanca aumenta.
Isso significa que, para produzir o mesmo torque, você pode aplicar menos força.
Resultado: o exercício fica mais fácil.
Pegada mais próxima da base (mais longe das anilhas):
O braço de alavanca encurta.
Para manter o mesmo torque, será preciso aplicar mais força.
Resultado: o exercício fica mais difícil — e a carga parece "pesar" mais do que realmente pesa.
Dá para notar essa diferença na prática. É comum ver iniciantes segurando a barra mais longe da base, justamente para facilitar a puxada. Já os veteranos, que gostam de um desafio, fazem o contrário: pegam na barra mais perto da base — o que exige muito mais força, mesmo que a quantidade de peso seja a mesma.
Ao entender esses conceitos, você ganha uma nova ferramenta para manipular seu treino de forma estratégica — seja para reduzir a carga nos dias de recuperação ou para se desafiar quando estiver com tudo em cima.
Por que incluir a remada cavalinho no treino?
Fortalece o latíssimo do dorso, aquele músculo grandão que dá largura ao tronco.
Ativa trapézio e romboides, responsáveis por manter as escápulas estáveis e melhorar a postura.
Contribui para um alinhamento postural melhor, puxando os ombros para trás e projetando o peito para frente.
Ajuda a construir o famoso shape em "V", com costas amplas e cintura mais estreita.
Engaja o bíceps como músculo auxiliar — ou seja, também fortalece os braços.
É segura, já que permite controle do movimento e não exige tanta complexidade técnica quanto outros exercícios livres.
*Com informações de reportagem publicada em 28/08/2019