Filmes de terror traumatizam? Como crianças lidam com o medo nos sets

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Quando assistimos a um filme de terror, é comum levarmos um tempo assustados: evitamos espelhos, deixamos as luzes acesas e até mudamos o caminho para não passar perto de certos lugares. Agora pense em quem não apenas assiste, mas vive a história — como as crianças que atuam nesses filmes.
Apesar do que possa parecer, nem sempre essas experiências são traumáticas. Na verdade, a indústria cinematográfica tem evoluído bastante nesse sentido. Hoje há mais cuidado e consciência sobre os impactos emocionais que esses papéis podem causar. Com isso, garantir o bem-estar dos pequenos atores virou uma preocupação central.
Quais cuidados são adotados
Para proteger as crianças durante as filmagens, as produções mais responsáveis transformam o set em um espaço lúdico e acolhedor, além de promoverem diálogos sinceros com as crianças, para que compreendam o que estão fazendo e sintam-se seguras durante todo o processo.
Hoje, em lugares como a Califórnia (EUA), onde ficam concentrados muitos estúdios, a presença de um responsável legal é obrigatória durante as filmagens. No passado, essa proteção era rara ou inexistente.
Sempre que há risco, a recomendação é simples: evitar que crianças sejam expostas. Para isso, são utilizados dublês adultos, bonecos ou efeitos especiais. Ainda assim, nem todos os diretores seguiram essa lógica no passado, colocando pequenos em situações perigosas em nome de uma "boa cena".
Muitas vezes, os atores mais novos nem entendem totalmente o que estão interpretando, especialmente em cenas com recém-nascidos ou crianças muito pequenas. Outras, com mais idade e experiência, conseguem distinguir claramente o que é real e o que é atuação/ficção.
Leis mais rígidas hoje limitam o tempo de gravação, exigem pausas regulares e, em alguns casos, recomendam o apoio de psicólogos ou orientadores no set. A prioridade é garantir que a criança esteja segura física e emocionalmente.
Na verdade, traumas infantis são muito mais comuns fora das telas, no cotidiano da vida real: situações de perda, violência, negligência ou até mudanças bruscas podem marcar profundamente o emocional de uma criança.
Como agir com criança traumatizada

Diante de um trauma, o apoio psicológico e familiar é essencial. A criança precisa ser acolhida e acompanhada por especialistas capacitados para que consiga elaborar o que viveu e seguir em frente com segurança emocional. Além disso, é importante protegê-la da exposição pública, evitando que sua imagem ou história sejam divulgadas, mesmo com boas intenções, já que isso pode gerar consequências negativas duradouras.
No entanto, tentar protegê-la ao ponto de isolá-la do mundo também pode ser prejudicial. O caminho mais saudável é o do equilíbrio: orientar sobre os perigos, ajudar na tomada de decisões e alertar sobre más influências, sempre respeitando a individualidade da criança. Impor regras baseadas no medo pode gerar ainda mais ansiedade e sofrimento.
Quando surgirem dúvidas, o acompanhamento profissional é sempre a melhor escolha — assim como atitudes simples no dia a dia, como ensinar a não falar com estranhos, pesquisar locais antes de visitá-los e nunca deixar a criança desacompanhada.
*Com informações de reportagem publicada em 06/01/2022
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