Da infância à velhice: como aprender idiomas transforma o seu cérebro

Aprender um novo idioma, seja ele qual for, traz muito mais vantagens do que apenas conseguir se comunicar em outro país ou se destacar em entrevistas de emprego. Na verdade, esse hábito tem efeitos positivos em várias fases da vida.

Além de abrir portas profissionais e culturais, estudar uma segunda (ou até terceira) língua também faz bem para o cérebro:

Ajuda a manter a mente ativa;

Melhora a memória e a atenção;

Pode atrasar o surgimento de doenças como Alzheimer, que afetam as funções cognitivas com o passar dos anos;

Ajuda no controle dos impulsos.

Quanto antes, melhor, mas nunca é tarde

Segundo o neuropediatra Alexandre Fernandes, esse estímulo (de aprender uma nova língua) ajuda a desenvolver regiões ligadas ao lobo frontal e promove o espessamento do córtex cerebral — uma área essencial para funções como atenção, memória e tomada de decisões. Assim como um músculo, o cérebro se fortalece com o uso, e o contato com uma segunda língua ativa diversas redes neurais, favorecendo o surgimento de novas conexões.

Esse processo de aprendizado estimula a chamada neuroplasticidade, como explica a neuropsicóloga Cecília Galetti. Essa capacidade de adaptação do cérebro contribui para a criação de uma "reserva cognitiva", que pode proteger contra os efeitos de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Quanto mais o cérebro é desafiado, mais preparado ele fica para lidar com os impactos do envelhecimento.

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Além disso, o neurologista Raphael Ribeiro Spera destaca que aprender outro idioma também melhora a saúde mental, as habilidades sociais e a comunicação. O esforço envolvido nesse tipo de aprendizado fortalece a resiliência cerebral — ou seja, a capacidade do cérebro de enfrentar traumas, doenças ou até um AVC. Por isso, começar o quanto antes é ideal, já que línguas aprendidas na infância tendem a ser mais preservadas ao longo da vida, mesmo diante de problemas cognitivos.

Ganhos em cada fase da vida

Infância:

Estimula a criatividade e o raciocínio lógico;

Melhora a concentração, a coordenação motora e o controle emocional;

Fortalece a memória, a autorregulação e a flexibilidade mental;

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Desenvolve empatia e habilidades socioemocionais;

Facilita a resolução de problemas e o planejamento.

Adolescência:

Amplia o contato com diferentes culturas por meio de músicas, séries, filmes e viagens;

Melhora as habilidades sociais e de comunicação;

Enriquece as experiências pessoais e amplia a visão de mundo.

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Vida adulta:

Estimula o intelecto e mantém o cérebro ativo;

Proporciona prazer, bem-estar e senso de conquista;

Reforça habilidades profissionais e sociais.

Terceira idade:

Melhora a memória, a autoestima e a atenção;

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Ajuda na tomada de decisões e no raciocínio lógico;

Favorece a flexibilidade mental e o controle emocional;

Estimula o cérebro e contribui para a saúde cognitiva geral.

*Com informações de reportagem publicada em 22/02/2023

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