Parto normal não limita tamanho do cérebro do bebê, como Musk diz acreditar

A jornalista e escritora Ashley St. Clair, mãe do 13º filho de Elon Musk, revelou como o bebê de sete meses foi concebido e as exigências do magnata —uma delas foi de que a criança nascesse por cesariana, pois ele disse acreditar que o parto normal comprime o crânio e limita o tamanho do cérebro, o que não é verdade.

Ossos flexíveis

Crânio do bebê é projetado para se moldar durante o parto. Os ossos que formam a caixa craniana ficam sobrepostos, o que permite que a cabeça se adapte ao canal vaginal na fase de expulsão.

Quando a cabeça sai primeiro, ela pode ficar com formatos variados. Há casos em que o bebê nasce com a cabeça em forma de cone ou achatada em alguns lados. Existe, sim, uma compressão, mas a flexibilidade dos ossos impede danos, e a assimetria é temporária.

A deformação some aos poucos. O rosto da criança também pode parecer desigual no pós-parto, mas toda a cabeça e face se recuperam gradualmente nas semanas seguintes.

Flexibilidade protege o cérebro. Existem faixas de tecido chamadas suturas que conectam os ossos do crânio e ficam flexíveis durante vários anos após o nascimento, permitindo que o crânio cresça conforme o cérebro cresce dentro dele. Conforme o bebê cresce, elas se fecham e endurecem.

Problemas podem ocorrer por doença congênita. A cranioestenose é uma condição que ocorre antes do nascimento e leva ao fechamento precoce das linhas de sutura, limitando a capacidade de o cérebro e o crânio crescerem até um tamanho e formato normais.

Na posição pélvica, em que pés surgem primeiro, cabeça geralmente não fica deformada. O parto vaginal também é possível nesses casos, mas há situações em que o parto por cesariana é recomendado para diminuir o risco de lesões para o bebê.

Benefícios do parto normal

Esse tipo de parto é visto como ideal para a maioria das pessoas gestantes. Mas, no Brasil, o número de cesáreas é maior do que os 15% recomendados pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Falta de informação e o medo das dores do trabalho de parto são alguns dos motivos que levam a esse cenário.

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Parto normal beneficia gestante e bebê. A criança vem ao mundo no tempo dela, a recuperação de quem pariu costuma ser rápida, a descida do leite acontece em tempo menor e o contato do bebê com a microbiota vaginal influenciará positivamente o sistema imunológico do recém-nascido.

Alivia a respiração do bebê. O mecanismo também leva à compressão dos pulmões, que faz o líquido que está dentro do órgão saia de forma adequada, levando o bebê a respirar corretamente.

É um parto mais fisiológico. Biologicamente, se não houver nenhum problema de saúde, o corpo da pessoa gestante é feito para parir. A cesariana é apenas um instrumento para ajudar a dar à luz em segurança caso haja intercorrências que impossibilitem o parto normal.

Dor pode ser minimizada. No parto normal, há um aumento das endorfinas para que a pessoa consiga parir com menos dor.

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