Por que farmacêutica do Mounjaro agora quer pílula para emagrecer?
De VivaBem, em São Paulo
18/04/2025 17h44Atualizada em 21/04/2025 16h51
A farmacêutica Eli Lilly está produzindo um novo comprimido para diabetes tipo 2 e para perda de peso, o que vai na contramão de medicamentos injetáveis, como Ozempic, Mounjaro, Saxenda e Wegovy. A empresa informou ontem que o remédio (orforglipron), ainda em fase de segurança e eficácia, atingiu resultados positivos.
Por que farmacêutica está apostando em pílula?
Comprimido tem mais adesão dos pacientes. De acordo com Jeffrey Emmick, vice-presidente sênior de desenvolvimento de produtos da Lilly Cardiometabolic Health, as pílulas são mais aceitas pelos pacientes do que os remédios injetáveis — mesmo o comprimido sendo de uso diário, e o injetável da farmacêutica, o Mounjaro, semanal.
Pacientes têm medo de injeção. O medo que algumas pessoas têm de agulha pode reduzir preferência pelos injetáveis.
Canetas injetáveis precisam ser refrigeradas. As medicações injetáveis exigem refrigeração quando armazenadas ou transportadas, e a pílula potencialmente abre o mercado para partes do mundo sem canais de distribuição de cadeia fria robustos.
Eli Lilly informou ainda que tem mais estrutura para produzir pílulas. Farmacêutica disse que está está em melhor posição para produzir uma quantidade muito maior de pílulas de pequenas moléculas do que medicamentos injetáveis. Mounjaro entrou em escassez poucos meses após seu lançamento para diabetes, por exemplo.
Medicamento injetável para emagrecer da farmacêutica chega ao Brasil em junho. O Mounjaro tem como ativo a tirzepatida. Sua ação é semelhante à da semaglutida (princípio ativo do Ozempic), mas, ao acionar dois hormônios de uma vez, seu efeito é potencializado.
Como funcionam os medicamentos de GLP-1?
Comprimido em estudo da Eli Lilly é um análogo de GLP-1. O hormônio atua no controle do apetite no metabolismo da glicose e na regulação do peso corporal. Originalmente aprovados para tratar diabetes tipo 2, medicamentos desse tipo (como Ozempic e Wegovy) também se mostraram eficazes na redução significativa de peso em pessoas com obesidade. Além disso, estudos recentes indicam benefícios adicionais, como a proteção contra doenças cardiovasculares e renais, aumentando ainda mais a procura por esses tratamentos.
Novo estudo mostrou que a pílula teve resultados positivos. Segundo a farmacêutica, os pacientes com diabetes tipo 2 que usaram o comprimido perderam cerca de 7 kg (8% do seu peso corporal) ao longo de 40 semanas. O remédio também reduziu os níveis de açúcar no sangue em uma média de 1,3% — o medicamento concorrente reduziu os níveis em 2,1%.