SP registra 1º caso de sarampo em 2025: precisamos tomar vacina de novo?

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A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou ontem o primeiro caso de sarampo no estado em 2025. O local provável de infecção está em investigação. O paciente é um homem de 31 anos, com residência na capital paulista. Ele estava vacinado e não houve necessidade de internação. Segundo a pasta, ele já está recuperado e sem sintomas da doença.
Precisamos tomar vacina de novo?
Se você já recebeu duas doses (tríplice e/ou tetra viral) não precisa ser imunizado novamente, a vacina é válida para sempre. Caso você seja adolescente ou tenha até 49 anos e não saiba ou não possua registro que comprove que foi vacinado, você será considerado como não vacinado. Nesse caso, o esquema vacinal é o seguinte:
- Até os 29 anos: duas doses da vacina tríplice viral.
- A partir dos 30 aos 49 anos: dose única da vacina tríplice viral.
- Para crianças maiores, adolescentes e adultos não vacinados: as duas doses devem ser aplicadas com intervalo mínimo de um a dois meses entre elas.
Há outros grupos de pessoas que devem ficar atentos à vacinação. Se você foi vacinado quando a imunização era feita em vacina única para sarampo, que era dada antes de um ano de idade até os anos 1990 em São Paulo, vale passar pelo processo novamente.
Se você ou seu filho tiveram contato com alguém infectado, aplica-se aqui a regra da prevenção secundária. Neste caso, há indicação para vacinação (mesmo que a pessoa tenha as vacinas em dia) nas primeiras 72 horas após a exposição ao vírus. A medida pode bloquear a evolução da doença ou minimizar suas manifestações.

É possível pegar ou transmitir sarampo mesmo após tomar a vacina?
Situação é rara, mas pode acontecer. Se a pessoa estiver com a vacinação em dia e o prazo para fazer efeito já houver passado, é praticamente impossível que ela contraia ou transmita a doença.
Imunização não oferece 100% de proteção. A primeira dose da vacina, tomada com um ano de idade, garante 93% de proteção. E a segunda, com 15 meses, confere 97% de eficácia, segundo o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA).
Vacina é segura?
Segura e eficaz, as vacinas contra o sarampo são a tríplice viral (SCR) e a tetra viral (SCRV). Juntas, elas englobam a rubéola, a caxumba e a catapora. A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e a SBIm (Sociedade Brasileira Imunizações) recomendam que a primeira dose seja aplicada aos 12 meses de idade; a segunda dose deve ocorrer entre 15 meses e 2 anos de idade. Já o Calendário Nacional de Vacinação, do Ministério da Saúde, recomenda que a segunda dose aconteça aos 15 meses.
Tanto a tríplice viral, como a tetra viral são vacinas atenuadas. Isso significa que os imunizantes contêm agentes infecciosos vivos, mas eles já perderam a sua capacidade de causar a doença. Apesar disso, o sistema imunológico é capaz de reconhecê-lo como uma enfermidade e, para proteger o organismo, produz anticorpos.
Imunizante pode causar efeitos colaterais, geralmente brandos. A lista engloba: dor ou inchaço no local da aplicação, prostração, fadiga, febre baixa. Na segunda dose, as chances desses efeitos aparecerem é ainda menor.
Entenda o sarampo
Trata-se de uma doença viral altamente contagiosa. Isso porque o vírus é transmitido por meio do contato direto ou pelas vias aéreas —basta que a pessoa infectada respire, tussa ou mesmo espirre. A doença evolui de forma rápida e pode ter complicações graves, principalmente entre as crianças.
Todas as pessoas podem ser infectadas pelo vírus do sarampo. Crianças, adultos jovens e imunodeprimidos são os grupos mais suscetíveis.
Sintomas geralmente se manifestam após cerca de dez dias da infecção. A essa altura a pessoa poderá apresentar: coriza, tosse, febre ascendente —a cada dia que passa, as temperaturas são mais altas—, conjuntivite e manchas vermelhas. Ao perceber que a febre não cessa e as manchas na pele já começaram a aparecer, procure ajuda especializada imediatamente.
* Com informações de reportagem publicada em 24/07/2019.
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