Se sente sugado? 5 tipos de vampiros emocionais e como agir com eles

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As histórias de terror estão repletas de narrativas com os vampiros, um personagem folclórico de origem eslava que suga o sangue ou a energia vital de suas vítimas para se manter vivo. A popularização dessa criatura monstruosa se tornou ainda mais forte com o filme "Drácula", de Bram Stoker, lançado em 1992.
Mas a ideia do vampiro hoje já é compreendida de outras formas, inclusive para descrever seres de carne de osso que vivem entre nós. Uma delas é o "vampiro emocional", que se alimenta da energia, atenção, compaixão e saúde emocional dos outros. Esse segundo vampiro é uma ameaça mais sutil e psicológica, agindo como um tipo de parasita social.
Por exemplo, uma pessoa que constantemente monopoliza conversas, se faz de vítima, ou cria um ambiente de drama e manipulação, poderia ser vista como um "vampiro emocional". Ela "suga" indivíduos ao seu redor, de forma que eles se sintam exaustos ou desestabilizados, como se tivessem perdido algo importante sem nem perceber.
A seguir, damos algumas dicas de como reconhecer os cinco principais tipos de "vampiros emocionais" e como se proteger deles. Dica: é preciso muito mais do que alho e água benta!

1. Narcisista: o vampiro da auto-adoração
Ele busca constantemente validação e admiração, frequentemente desvalorizando os outros. Esse comportamento é uma característica marcante dos narcisistas, que têm uma necessidade profunda de se sentir superiores e únicos, sempre o centro das atenções. São manipuladores e, apesar de explorarem a energia alheia, nunca oferecem apoio ou reconhecimento em troca.
Independentemente de tratar-se apenas de características da personalidade da pessoa ou configurar de fato um transtorno psiquiátrico, precisamos saber que os narcisistas funcionam cronicamente dessa maneira e dificilmente mudarão. Tábata Mascarenhas, psiquiatra da Rede D'Or Bahia.
Como agir: não espere ter uma conversa franca com narcisistas. Embora não seja necessário afastá-los, ninguém consegue sustentar relações saudáveis com eles por muito tempo. A psiquiatra sugere que, ao lidar com essas pessoas, sejam estabelecidos limites, mas sem entrar em confrontos; exercite a calma e releve.

2. Controlador: o vampiro da dominância
O controle se torna abusivo quando alguém impõe suas necessidades e regras constantemente, negligenciando os desejos do outro. Isso gera sofrimento emocional e dependência, em que o sujeito controlado muitas vezes não percebe a situação em que foi submetido e que, em geral, envolve: isolamento social, redução do contato com parentes e amigos próximos, monitoramento constante, críticas frequentes e desencorajamento, elenca a psicóloga Luciana Oliveira.
Como agir: as estratégias envolvem definir regras claras, resistir à manipulação e manter a própria autonomia.
"Romper esse ciclo pode ser doloroso, mas com apoio profissional, é possível. O controlador também precisa de ajuda, pois, se controlar os outros é sua forma de se relacionar, é essencial que reconheça esse erro e pare de agir dessa maneira." Luciana Oliveira, psicóloga especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, de São Paulo

3. Vitimista: o vampiro do coitadismo
Pessoas vitimistas frequentemente se colocam na posição de coitadas e usam seu sofrimento exagerado e constante para buscar atenção e validação. Dessa forma, conseguem desviar a responsabilidade de suas ações e emoções para os outros, que muitas vezes se sentem obrigados a sempre atender suas necessidades emocionais e terminam esgotados emocional e psicologicamente.
Os vitimistas usam as chantagens para manipular e alcançar seus objetivos. Costumam dar mais importância aos próprios sentimentos e às próprias necessidades do que das pessoas ao seu redor, o que pode ser semelhante ao comportamento dos narcisistas. Marcos Magalhães Ferreira, psiquiatra pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria)
Como agir: segundo o Magalhães, para lidar com vitimistas, é importante reconhecer seus comportamentos e evitar se deixar envolver por eles. Mantenha conversas curtas, sem dar espaço para detalhes excessivos, seja direto e assertivo. Caso a pessoa necessite de ajuda, mostre a realidade da situação com calma e respeito, e sugira buscar apoio profissional.

4. Dramático: o vampiro da confusão
Exagera suas queixas, frustrações, seus conflitos e problemas para chamar a atenção dos demais. A intenção é sempre "amplificar", como se suas questões fossem maiores do que realmente são. Demonstram seu comportamento com muita intensidade, são instáveis, impulsivos, ciumentos e podem se tornar agressivos a ponto de quebrar objetos, agredir pessoas ou até se autoagredir.
Como agir: ao lidar com um dramático, é importante evitar confrontos diretos e confusões. Se não houver chance de resolução imediata do seu problema, o melhor é se afastar. Após a tensão baixar, proponha uma conversa discreta, sem criticar, focando nas dificuldades da pessoa, e sugira ajuda profissional para melhorar aspectos pessoais, sem forçar a situação, sugere Tábata Mascarenhas.

5. Passivo-agressivo: o vampiro da hostilidade
Esse perfil tem reações de agressividade disfarçadas que deixam as outras pessoas em dúvida sobre o que está acontecendo. Usa o silêncio, ironias, sarcasmos, intimidações e outros meios para conseguir tudo o que quer, sem entrar num embate direto. Essas atitudes criam um ambiente emocionalmente desgastante, com sensação de alta tensão, desconfiança e reatividade.
Como agir: quando alguém utiliza uma comunicação passivo-agressiva, está se defendendo de sentimentos de desconforto ou insegurança. Reconhecer isso no outro ajuda na tomada de decisões. "Não caia em indiretas, não aceite silêncio ou provocações, evite joguinhos e suposições. Comunique-se sempre com clareza e exija o mesmo", ensina a psicóloga Luciana Oliveira. Se a situação afetar sua saúde mental, afaste-se e saiba que a pessoa que precisa querer se tratar.
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