Muito além do sal: veja o que pode aumentar a pressão arterial

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A hipertensão, ou pressão alta, acontece quando o sangue circula com força acima do normal pelas artérias, geralmente por causa de alguma resistência nesses vasos. Embora a pressão possa variar ao longo do dia, é considerado hipertenso quem apresenta pressão igual ou maior que 14 por 9 em grande parte do tempo — o ideal é que ela esteja em 12 por 8.
Ter pressão alta aumenta muito o risco de infarto, AVC, problemas nos rins e outras doenças graves.
A verdade é que essa doença silenciosa —cerca de 90% dos pacientes não sentem qualquer sintoma— está muito conectada com a nossa genética e o estilo de vida. Confira, a seguir, os principais fatores que podem aumentar a sua pressão arterial.
Familiares com hipertensão
Um dos principais fatores de risco para a pressão alta é a genética. Quem tem pais ou avós hipertensos tem risco 50% maior de desenvolver a condição.
A hereditariedade, no entanto, não é uma sentença e não acelera o aparecimento da doença. A doença costuma aparecer após os 40 anos, quando os vasos sanguíneos começam a ficar mais rígidos. Porém, se além da herança genética a pessoa também estiver exposta a fatores como estresse e má alimentação, o risco aumenta ainda mais.
Muito além do sal de cozinha

Embora o sal seja o vilão mais conhecido da hipertensão, também é importante ficar atento ao "sal oculto" presente em alimentos industrializados, como embutidos, enlatados, refrigerantes, temperos prontos, salgadinhos e até biscoitos doces. O ideal é consumir no máximo 5 g de sal por dia (o equivalente a uma colher de chá rasa), mas a média do brasileiro chega a 11 ou 12 g.
O excesso de sódio, somado à baixa ingestão de potássio — mineral presente em frutas e verduras —, contribui para o aumento da pressão arterial. Por isso, a recomendação dos especialistas é, para quem não tem problema nos rins, o uso do sal light, que contém potássio.
Estresse constante
Quando passamos por um susto ou momento de estresse, é normal a pressão subir por alguns segundos e depois voltar ao normal. O que realmente faz mal é o estresse constante. Algumas profissões, por exemplo, mantêm a pessoa sob pressão o tempo todo, o que altera o sistema nervoso, que passa a liberar substâncias que aumentam a pressão arterial.
O ideal é evitar situações estressantes sempre que possível e buscar atividades que ajudem a relaxar, como meditação e ioga, para manter o equilíbrio do corpo e da mente.
Sedentarismo

Que fazer exercício físico traz benefícios para a saúde, todo mundo sabe. Mas, no caso da hipertensão, mexer o corpo ajuda a reduzir a atividade do sistema nervoso simpático, que é aquele que libera a adrenalina. Praticar exercícios também aumenta a capacidade dos vasos se dilatarem.
E não precisa de muito: com 30 minutos de caminhada cinco vezes por semana já é possível obter os benefícios da atividade para a saúde cardiovascular e afastar a hipertensão.
Obesidade e sobrepeso
O consumo de alimentos mais calóricos, independente da composição de sódio, também pode provocar impactos no aumento da pressão arterial, já que o sobrepeso e a obesidade comprometem as artérias, o que pode levar à hipertensão.
Com a perda de peso, muitos pacientes, que chegam a tomar até quatro medicamentos, voltam a controlar a pressão e muitas vezes até dispensam o uso do remédio.
Remédios
Alguns medicamentos, se consumidos em excesso, também podem elevar a pressão arterial, são eles: anabolizantes, anticoncepcionais com alta dosagem de estrogênio, anti-inflamatório, corticoides e descongestionantes nasais.
Não é preciso evitar esses medicamentos, mas sim o excesso deles —e sempre usá-los de acordo com orientação médica. Já nos pacientes hipertensos, normalmente os médicos buscam algumas alternativas para evitar esses remédios.
Excesso de álcool

O consumo excessivo de álcool pode prejudicar os pacientes hipertensos. A bebida alcoólica colabora para o enrijecimento das artérias, prejudicando o bombeamento de sangue pelo corpo.
Tabagismo
O ato de fumar e as substâncias presentes no cigarro ativam receptores no organismo que fazem com que a pressão arterial seja elevada imediatamente, o que não é positivo, especialmente para quem já tem hipertensão.
Mesmo para quem não foi diagnosticado com a doença, o melhor é evitar o cigarro, já que no longo prazo ele contribui para remodelação dos vasos sanguíneos e formação de placas gordurosas nas artérias, fatores que também elevam a pressão arterial.
Ronco
A apneia do sono, que provoca pausas na respiração ou respiração fraca durante o sono e costuma causar roncos, pode contribuir para o aumento da pressão arterial. Isso acontece porque a oxigenação do corpo fica prejudicada durante a noite, o que afeta diretamente a pressão.
É essencial que pessoas com suspeita de apneia façam exames e iniciem o tratamento adequado, garantindo uma boa ventilação durante o sono e ajudando a controlar a pressão arterial.
*Com informações de reportagem publicada em 10/02/2022
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