Como funciona a harmonização peniana, que biomédico diz fazer em si mesmo?

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O biomédico e farmacêutico Pedro Sousa conta que faz um procedimento de harmonização peniana em si mesmo há cinco anos. Recentemente, um vídeo de Sousa aplicando a substância viralizou.
O procedimento estético costuma usar ácido hialurônico, bioestimuladores de colágeno e botox para alterar a aparência do pênis. VivaBem ouviu um urologista para entender os riscos e os cuidados necessários.
Harmonização no próprio pênis
Pedro Sousa faz o procedimento em si mesmo há cinco anos. "Já faço harmonização íntima em mim mesmo há 5 anos, desde quando comecei a fazer esse procedimento. Os ganhos estéticos são extremamente significativos e sou apaixonado pelos resultados", conta Pedro Sousa, biomédico e farmacêutico especialista em saúde estética.
O procedimento combina botox, ácido hialurônico e bioestimulador de colágeno. "Uso uma anestesia local para que seja mais confortável e criei uma técnica com botox, ácido hialurônico, bioestimulador de colágeno e esperma de salmão", diz Sousa.
O objetivo não é aumentar o tamanho, e sim a circunferência e aparência em repouso. "A estética íntima não faz crescimento de tamanho, tem uma confusão grande em relação a isso. A redução de retração e o engrossamento da região são os principais ganhos", afirma.
Apesar de ser um procedimento estético, os ganhos funcionais e na autoestima são extremamente relevantes. Normalmente, os pacientes querem melhorar o pênis no estado flácido, porque retraem demais.
Pedro Sousa, biomédico e farmacêutico
Ele afirma que a demanda por estética íntima masculina cresceu mais de 1000% em sua clínica. "Os homens estão realmente perdendo a vergonha. Tenho visto homens casados há muitos anos falando com seus parceiros e parceiras sobre essa insatisfação íntima, o que acho fenomenal", diz Sousa.
Riscos da harmonização; cuidados e conflito entre conselhos
O procedimento é estético e visa aumentar o volume do pênis. "O termo popular de harmonização peniana se refere ao preenchimento subcutâneo com substâncias para aumentar o volume do pênis", explica o urologista Eduardo de Paula Miranda, coordenador da disciplina de Reprodução Sexual do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia.
Substâncias modernas são mais seguras do que as usadas no passado. "Hoje se usa ácido hialurônico e bioestimuladores de colágeno. No passado, eram utilizadas substâncias permanentes como PMMA e silicone, que causavam complicações graves", diz Miranda.
O procedimento envolve riscos reais. "Nenhum procedimento estético é isento de complicações. Há risco de infecção, que, se não tratada, pode comprometer a funcionalidade do pênis", alerta o urologista.
Somente médicos habilitados devem realizar o preenchimento, de acordo com a SBU. "A SBU recomenda que esse procedimento seja feito por médicos urologistas habilitados, que são os mais capacitados para lidar com a anatomia peniana e eventuais complicações", orienta Miranda.
O CFM (Conselho Federal de Medicina) crítica que o procedimento seja feito por biomédicos e relata conflitos. "A aplicação de botox exige conhecimento médico, pois envolve riscos graves, como paralisia respiratória. Só médicos estão habilitados a lidar com possíveis intercorrências."
Permitir que biomédicos realizem esse procedimento é visto como uma irresponsabilidade, e o tema gera constante judicialização devido à disputa entre conselhos profissionais.
Francisco Cardoso, conselheiro federal de medicina por São Paulo e vice-corregedor do CFM
Por outro lado, o CFBM (Conselho Federal de Biomedicina) defende que procedimentos como a harmonização peniana podem ser realizados por biomédicos. O CFBM lista o rol de atividades dos profissionais biomédicos em estética, que inclui, segundo o conselho, eletroterapia, peelings químicos e mecânicos, intradermoterapia (enzimas e toxina botulínica), aplicação de substâncias para fins estéticos por via intramuscular, entre outros. "O profissional biomédico esteta realiza os procedimentos apenas com finalidade estética e não está autorizado a realizar o tratamento de patologias", respondeu a VivaBem por meio de nota.
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