4 fatos sobre adolescentes para ajudar os pais a entenderem seus filhos

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Entender os filhos adolescentes hoje em dia exige reconhecer como a adolescência mudou ao longo do tempo. Se antes era uma fase que os pais relacionavam à rebeldia, hoje também envolve questões como ansiedade, frustração e maior dependência.
Com o aumento das pressões externas e a constante presença das redes sociais, os pais precisam encontrar um equilíbrio entre apoiar os filhos e permitir que eles se tornem mais autônomos, sem recorrer à superproteção.
A seguir, veja um pouco mais sobre o perfil dos adolescentes de hoje e, ao final, algumas dicas importantes para ajudar os pais a lidarem melhor com essa fase.
1. Mais entediados e ansiosos
O tédio na adolescência ocorre porque o cérebro produz menos dopamina, reduzindo a sensação de prazer. Para compensar, muitos buscam internet e videogames, que oferecem recompensas instantâneas, como curtidas e pontos. Só que o excesso de estímulos deixa os jovens mais impacientes e ansiosos, e isso afeta a criatividade, a atenção e a saúde mental.
2. Vulneráveis emocionalmente

A depressão na adolescência tem crescido, e o estilo de vida moderno contribui para isso. Com medo da violência, muitos pais criam os filhos em ambientes protegidos, mas o cérebro precisa de experiências reais para se desenvolver. A superproteção também impede que os jovens aprendam a lidar com frustrações. Sem ouvir "não" desde cedo, muitos chegam à adolescência sem preparo para enfrentar desafios como um término de namoro ou uma nota ruim, tornando-se mais vulneráveis emocionalmente.
3. Frustram-se fácil —o que é perigoso
A superproteção afeta tanto jovens ricos quanto pobres, mas por razões diferentes. Enquanto uns sofrem com a pressão do futuro, outros não enxergam perspectivas. A falta de propósito e autoestima dificulta lidar com frustrações, levando a comportamentos de risco, como abuso de substâncias e relações tóxicas. No fim, muitos sentem que não têm nada a perder.
4. Pressionados e despreparados
Enquanto jovens de escolas privadas enfrentam a pressão pelo futuro, nas escolas públicas, a falta de recursos e apoio resulta em pouca confiança e autonomia. A desigualdade social intensifica esses problemas. Em ambientes marcados pela violência, a saúde mental não é prioridade, e a infraestrutura é insuficiente. Ensinar os jovens a lidar com emoções deveria ser tão importante quanto as matérias escolares, mas é difícil sem os recursos necessários.
Como os pais devem lidar?

Diante desse novo cenário, os pais precisam ser responsáveis e agir como guias para os filhos. A adolescência não pode ser vivida sem supervisão e experiências reais. No entanto, isso não significa superproteger; é preciso dar o exemplo e acompanhar os filhos enquanto se preparam para a vida adulta.
A supervisão envolve estabelecer limites, como dizer "não", especialmente em um mundo onde a tecnologia é onipresente. Se for difícil lidar com isso, procurar ajuda profissional, como terapia, pode ser útil. O mais importante é que os adultos estejam dispostos a ouvir mais os adolescentes e passar mais tempo com eles, desconectados das telas.
Dicas que podem ajudar:
Evite o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir e durante as refeições, para toda a família;
Observe o comportamento dos filhos e mostre interesse genuíno;
Ouça seus filhos sem julgá-los, permitindo que se expressem livremente;
Participe da rotina deles com atividades conjuntas, como refeições ou momentos presenciais;
Converse sobre saúde mental, como suicídio e automutilação, de forma aberta e sem estigmas;
Incentive atividades externas ou em grupo, como jogos, passeios ou leitura;
Restrinja o tempo de lazer com dispositivos a até uma hora diária;
Monitore o conteúdo consumido pelos filhos na internet;
Crie regras claras e mantenha-as firmes, dizendo "não" quando necessário.
*Com informações de reportagem publicada em 08/11/2018
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